economia

Dolce fare niente…

A notícia não é nova mas, de tão chocante, há que a repetir para que nos apercebamos em que país vivemos: os quatro maiores bancos portugueses (portugueses?), BCP, BES, BPI e Santander/Totta, apresentaram, em 2010, lucros de 1,4 mil milhões de euros. Estes valores são muito semelhantes (apenas menos 10 milhões) aos registados em 2009. O extraordinário é que pagam, em 2010, menos 54,9% que no ano anterior. Dizem-nos que, por causa da crise, os bancos foram autorizados a um pagamento faseado dos impostos.

Austeridade? Aumentos de IVA e outros impostos? Reduções de salários? Anulações ou diminuições drásticas de prestações sociais – menos abonos de família, menos bolsas de estudo, menos apoio ao transporte de doentes, menos comparticipações nos medicamentos, etc, etc?

A banca e mais alguns – junte-se, por exemplo, a GALP (+43% de lucros, 306 milhões de euros), ou a EDP (+18% e 565 milhões de euros, só no primeiro semestre de 2010) – parecem não viver no mesmo país que nós.

É este dolce fare niente que escava fundo na credibilidade do regime. Oxalá não caia de podre.

Standard

Comente aqui. Os comentários são moderados por opção dos editores do blogue.