O clima de instabilidade continua a dominar as nossas escolas. Desde há anos assoladas por constantes problemas profissionais, administrativos e pedagógicos, o necessário clima de serenidade – tão necessário para o sucesso do processo educativo – parece continuar arredado da comunidade escolar. Em causa a situação das disciplinas de Educação Visual e Tecnológica, Estudo Acompanhado, Área e Projecto e Desporto Escolar.
Chega-nos de um nosso leitor, professor de uma escola de Setúbal, o seguinte apelo, resultante de uma reunião de professores realizada na Escola Básica 2/3 Luísa Todi.
As aulas de EVT (Educação Visual e Tecnológica) vão deixar de ser dadas por dois professores para começarem a ser dadas por um. Pelo menos 7 mil docentes no desemprego. Acabam as disciplinas de Estudo Acompanhado e Área de Projecto, pelo menos mais 20 mil horários a menos, logo cerca de 20 mil professores a menos. Depois o desporto escolar vai acabar, mais uns milhares de professores no desemprego. Mais uns cortes aqui e ali. Todos sabemos que o 1.º ministro actual não nos perdoa enquanto classe o que lhe fizemos, ou seja a nossa luta foi decisiva para lhe tirarmos a maioria.
Moção:
Na Escola Básica 2/3 Luísa Todi, em Setúbal, foram cerca de 80, contratados e dos quadros que se reuniram no dia 27 de janeiro de 2011. E estes tantos, que querem somar milhares de vezes outros tantos, como se disse “em bola de neve”, demonstraram na Quinta-feira passada, entre as 18:30 e as 20:00 preocupação com a sua profissão, com a capacidade de acção da chamada Escola Pública, com o seu país. E tiveram ideias.
Mobilizar os que ainda estão parados, do Pré-escolar, do 1º Ciclo, no Agrupamento , na Escola ao lado, nos outros Agrupamentos, no Concelho, nos outros Concelhos, todos e cada um em contacto com os seus amigos e colegas de coração propondo que se façam reuniões idênticas, em que surjam propostas, e que, aos poucos, a luta se organize.
Entre nós, os passos seguintes foram definidos e identificados os responsáveis por cada uma das tarefas: chamar com urgência ao Agrupamento os representantes das diferentes estruturas sindicais ; comunicar a muitos outros, por sms, por mail, no FACEBOOK, na BLOGOSFERA, o que aconteceu na nossa reunião e que, em consequência e com ambição e urgência, queremos que aconteça em todas as outras ; fazer pontes com outras estruturas profissionais ligadas a outras profissões e com outros sectores de actividade ligados, por exemplo, à formação inicial e contínua de docentes ; envolver os pais e os encarregados de educação nesta luta que é também pela qualidade da educação em Portugal ; reinventar a greve procurando outras formas que pesem menos na carteira de todos e de cada um, mas que sejam pesadas no dia-a-dia de quem “desgoverna” ; a zelosa utilização exclusiva, para produção de instrumentos educativos, das ferramentas e dos materiais disponíveis no nosso contexto de trabalho ; a elaboração de uma tarja com mensagem forte, abrangente, motivadora e dignificadora da nossa luta ; a produção de uma mensagem na mesma linha que possamos enviar por sms ou que nos acompanhe diariamente quando utilizamos os nossos veículos ; a elaboração de um texto para enviar por mail aos deputados das diferentes forças políticas representadas na Assembleia da República ; a possibilidade de constituição de um Movimento formalmente organizado e estruturado ; a realização de um plenário concelhio e/ou de uma manifestação concelhia, eventualmente envolvendo outros sectores de actividade ; a elaboração de uma moção que consubstancie o que pensámos na Quinta-feira, o que pensamos hoje, o que nos move sempre!… Uma carreira digna, respeitável e respeitada, que sirva Portugal!
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