O baluarte da Saúde foi uma das edificações da estrutura defensiva construída em Setúbal na sequência da Restauração de 1640 – e que já aqui abordámos.
Dada a sua localização junto a uma das entradas mais bonitas da cidade, o eixo EN10/avenida General Daniel de Sousa, junto a Troino, é difícil não nos apercebermos dela, tal o impacto visual que mantém.
Para conhecer o que resta do baluarte da Saúde, experimente começar no sítio da Boa Morte, à avenida General Daniel de Sousa, subindo pela rua Heliodoro Salgado, virando à esquerda para a rua António José Marques e descendo pela rua José Adelino dos Santos; no final apanhe a travessa da Bela Vista e terá feito o circuito completo do baluarte da Saúde. Na ampla área definida pelo traçado das antigas muralhas, situam-se ainda outras construções dignas de nota: a Igreja de Nossa Senhora da Saúde, que acolhe as Missionárias da Caridade (Irmãs de Calcutá) e o palácio Botelho Moniz, o qual parece também estar em estado de abandono.
O muito que se mantém deste baluarte – panos de muralha com considerável dimensão – é o suficiente para que seja ainda um notável conjunto. A construção de casas e anexos junto à muralha e o excesso de vegetação retiram-lhe alguma da imponência transmitida pela mole de pedra de que é constituída. No próprio troço que dá para a avenida General Daniel de Sousa, no sítio da Boa Morte, existe uma construção abandonada há muitos anos e que funciona como um mau cartão-de-visita (vide imagem) para quem entra na zona central da cidade, situação a corrigir.
O baluarte de Saúde é mais uma pequena-grande jóia da arquitectura militar de Setúbal . Esquecida. Também aqui pode ser estabelecido um percurso de visita ao local e melhorado o espaço envolvente. Disponibilizar informação explicativa sobre a edificação e sinalização de orientação seria também útil, quer à população, quer a visitantes.