Geral, Guerra, Jugoslávia, PCP

Ainda sou do tempo…

sarajevowar

(Odd Andersen/AFP)

Ainda sou do tempo em que, em Portugal, o PCP era uma voz praticamente isolada a contestar as teses, a propaganda e a manipulação informativa sobre a chamada guerra da Bósnia.  Do tempo em que jornalistas, comentadores e especialistas diversos em Relações Internacionais, conflitos armados, política internacional e afins, dedicavam algum do seu saber nas televisões, rádios e jornais, para manifestar total incompreensão pelo posicionamento do PCP, só justificável, diziam eles, à luz de um anacrónico alinhamento com posições russas ou, mais cruel e desumano, com a apologia de todo e qualquer mal que fizesse frente aos EUA e à UE.

Aliás, se se quiser aprofundar mais o tema, podem ser lidos diversos textos sobre o tema, publicados no Avante, no Militante, nas Resolução Política dos Congressos, em intervenções na Assembleia da República (como aqui e aqui, a título de exemplo) ou quem quiser um olhar mais aprofundado sobre o posicionamento dos vários partidos políticos portugueses perante a guerra da Bósnia-Herzegovina (1992-1995), pode ler este artigo, de Ana Rocha Almeida, publicado na Revista Portuguesa de História, da Universidade de Coimbra.

20 anos depois, com o que a história já nos contou, com o Tribunal Penal Internacional da a ex-Jugoslávia, em Haia, a reconhcer que Slobodan Milosevic não teve responsabilidades em crimes de guerra, começa a ser possível ouvir e ler testemunhos e análises que confirmam a ingerência externa das grande potências na desestabilização e desmembramento da Jugoslávia, a manipulação da informação feita através dos principais órgãos de comunicação que cobriram o conflito, o papel da NATO e a parcialidade com que actuou (e para a qual foi criado) o Tribunal Internacional Penal.

Esta notícia do Expresso sobre o lançamento do livro do major-general Carlos Branco, “A Guerra nos Balcãs. Jihadismo, Geopolítica e Desinformação”, é disso exemplo.

Mas agora que já não é só o PCP a denunciar estas situações, onde estão os fabricantes de notícias, os especialistas e os comentadores que fizeram o serviço sujo de manipulação das opiniões com vista a justificar a guerra? Onde andam eles e como convivem com as suas responsabilidades?

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Bla, Bla, Bla

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O desfilar dos marretas direitinhas continua na comunicação social estipendiada. Ontem foram desenterrar do cadeirão presidencial do seu gabinete dourado de um banco falido, o Banif, um personagem que já foi ministro dos Negócios Estrangeiros. A conversa bla bla bla, a tresandar a bafio, bla, bla,bla, a sacar cábulas do caixote de lixo onde jaz o seu livro, bla.bla,bla, Conversas sobre a Crise em Portugal, na Europa e o Mundo, que escreveu, bla, bla, bla em parceria com uma jornalista idiota útil, bem cotada nesses meios, ora essa havia de ser o contrário, actualizado pela situação crítica que se vive em Portugal, bla, bla, bla. Mais uma conversa em família que não merecia qualquer nota se o dito personagem, o ultra maquilhado Luís Amado, não fosse presidente da administração do Banif, responsável pelo descalabro que se vive nessa instituição bancária, mais uma das muitas que continuam a viver sugando o dinheiro dos contribuintes.

O “jornalista” em vez do bla, bla, bla vezeiro da contra informação, deveria ter inquirido o dito senhor porque é que a cotação das acções do Banif estão a 0,0027 centimos !!! depois de o Estado ter ido aos nossos bolsos sacar 1 100 milhões de euros para o capitalizar, 700 milhões directos e mais 400 milhões em empréstimos, que serão pagos lá para as calendas. Se forem pagos, porque o que se está a preparar são mais uns milhares de milhões para o Banif, que tem esse careta como presidente do conselho de administração, que precisa a curto prazo para não ir para ao caixote de lixo onde repousa o seu livro. Também seria curioso o “jornalista” inquirir Luís Amado sobre o valor dos seus honorários e outras benesses, carro que não deve ser um Fiat 500, cartões de crédito, jantares e almoços de promoção evidentemente., para ficarmos a saber coisas relevantes e não o bla,bla, bla politiqueiro, biombo para essa gente viver à tripa forra debitando inanidades nos intervalos em que nos vão aos bolsos.

Também seria interessante conhecer o que pensa tão envernizado personagem sobre a banca nacional. Os seus atributos capilares tão lacados que fazem inveja à dra Maria de Belém deveriam ficar eriçados com aquelas propostas malvadas do PCP de nacionalizar parte da banca, fazendo por esquecer e mentindo soezmente sobre a realidade actual em que quase todos os bancos estão de facto nacionalizados sem o estarem. Uma situação altamente perversa. Além do Banif em que o Estado, nós os pagantes , é detentor de 60% do capital que tão bem tem sido gerido pela administração como se verifica pelo valor em Bolsa, na CGD já se fizeram empréstimos de 900 milhões e aumentou-se o capital em 1 250 milhões, o BCP ainda deve 750 milhões de um empréstimo de 2 250 milhões, o Novo Banco já recebeu 3 900 milhões de um Fundo de Resolução em que a banca é nominalmnete responsável mas o Estado é que entra com os euros e que, pela sua constituição, a banca olhará para o lado quando for chamada a pagar. Tudo isto quando é expectável que tenha que haver um substancial aumento de capital a curto prazo e lá vamos nós entrar com mais uns milhares de milhões. Resumindo o Estado tem neste momento, desde que o governo PSD-CDS de Passos e Portas chegaram ao poder, posições importantes no sector bancário. Na prática a intenção programática do PCP já é uma realidade de que a malta deve ser avisada!

Em vez do bla bla bla politiqueiro de Luís Amado, sendo um dos figurões na banca nacional,  teria sido mais produtivo ah! ah! ah! ouvi-lo falar do banco a que preside e quanto lhe pagam directa e indirectamente para continuar a afundá-lo!

Asim vai a comunicação social mercenária entretendo o povo com programas idiotas, diatribes futeboleiras, conversas em família de mentirosos compulsivos e inutilidades ignorantes.

Na prática estamos  quase no mesmo estado descrito por Eça de Queirós:

“O povo paga e reza. Paga para ter ministros que não governam, deputados que não legislam (…) e padres que rezam contra ele. (…) Paga tudo, paga para tudo. E em recompensa, dão-lhe uma farsa.
Não é , nem será bem assim porque há e haverá quem continue e não desista de lutar pelas Portas que Abril abriu.
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Abrir os Armários

armário

Eles aí estão a sair do armário!!!

Toda essa gentalha que estava fechada no armário da democracia, salta para o pântano da mais farfalha reaccionarice, para combater o fantasma de um governo de esquerda.

Invadem o terreno dos meios de comunicação social que há muito anos ocupam com maior ou menor parcimónia, com maior ou menor descaramento, com a maior ou menor inabilidade, onde mentem com contumácia sobre a realidade para construírem uma realidade que nos vendem como verdadeira.

Agora depois dos resultados eleitorais em que, mentindo com todos os dentes que têm,, recuperando mesmo os cariados que foram arrancados e substituídos por próteses, a coligação PSD/CDS com alianças declaradas ou sornas nos media, é minoritária e há a possibilidade de um governo de esquerda, ainda que seja para já tão provável como a aparição de D. Sebastião numa manhã de nevoeiro, salta do armário esse exército que reúne dos mais ultramontanos direitinhas aos mais esclerosados democratas.

Curiosamente o argumentário é, no seu essencial, o mesmo quando se vislumbra uma sombra que pode ameaçar o Portugal deles, o Portugal destruído por quarenta anos de políticas de direita, submetido aos ditames do capital e dos seus braços armados. Uma hipotética coligação de esquerda fá-los perder a cabeça e saltar dos armários. Uma dessas avantesmas ficou tão aterrorizada que até entreviu Estaline a ressuscitar em pleno Terreiro do Paço pronto para tomar o poder. Diz essa alarvidade sem que ninguém o contradiga ou diga que está louco. Os outros, que se querem fazer passar por mais credíveis, não perdem tempo em agitar os fantasmas do Prec, da democracia, a deles evidentemente, à beira do abismo em 1975, mais a parafernália de argumentos que foram buscar à arca da contra-revolução que começou na primeira hora do triunfo do 25 de Abril. Estão ajoelhados na grande Meca do capital, aos ditames da União Europeia, às virtudes do Tratado Orçamental e das políticas de austeridade, à NATO e ao seu combate cínico aos talibãs, Al-Qaeda e Estado Islâmico que ela e seus aliados no terreno armam e financiam, às hordas nazi-fascistas que proliferam na Europa e estão no poder na Ucrânia.

No meio dessa farândola, vendendo rifas dessa quermesse de mentiras maiores ou menores, sorridentes serpentes saem do ovo para mostrar a sua perplexidade. Um deles interroga-se porque é que na Constituição Portuguesa os partidos nazi-fascistas são proibidos e os leninistas (sic) não o são. Isto é dito pelo inefável Lobo Xavier na Quadratura do Círculo. Fê-lo com o sinistro cuidado de ser o último a falar, de o dizer a fechar o programa. Esperemos que na próxima edição Pacheco Pereira ou mesmo Jorge Coelho não deixem passar em claro essa abominação já que do moderador nada há a esperar. É mais um daquela turbamulta etiquetada de jornalistas que mais não são que caixas de ressonância do pensamento único.

Se Lobo Xavier, com evidentes saudades salazarentas, foi mais longe insinuando a possibilidade de proibir o PCP, os outros não ficam pelo caminho. Basta lê-los ou ouvi-los, mesmo na diagonal. Para nos limitarmos a um jornal que usa todos os arautos para se proclamar de referência, também não se sabe qual o padrão a que se refere, é ler da anémona Henrique Monteiro, que cola um sorriso estanhado no alçado principal para se fazer passar por inteligente, ao cruzado da pequena e média-burguesia, também ele empunhando um sorriso gambrinus, Martim Avilez. De cabeça perdida, de norte desbussolado fazem strip-tease dos adornos democráticos, não se escusam a escrever blasfémias à inteligência!

Já se sabia que essa armada de traficantes junta em tropel as hostes sempre que os interesses do grande capital se sintam ameaçados. O que talvez não fosse previsível é que com sinais ainda tão fracos fossem tão rápidos a terçar armas. Sinal que o mundo deles está muito corroído apesar da gigantesca burla que é vendida urbi et orbi como verdade única. O ambiente de alarme pós-eleitoral é sintomático, despe-os na praça pública de toda a conversa fiada com que vão entretendo o tempo, enquanto afiam as facas para defenderem os seus amos. Julgam-se uma armada invencível. De facto têm um poderosíssimo armamento à sua disposição para não deixarem dissipar o negrume da gigantesca fraude que dá corpo a um fascismo pós-moderno que marcha pelo mundo disparando a esmo as bombas de fragmentação com as mentiras com que o manipulam.

O que se está a viver em Portugal, desde que conhecido o resultado das eleições e independentemente do que resultar delas. escancara as janelas para uma realidade insidiosa que se vive dia a dia. Que nos é servida em doses perigosas: das pequenas às grandes mentiras que tendem a formatar a opinião das pessoas, para que o verdadeiro poder dominante nos continue a governar.

Contra eles recorde-se George Orwell: “num tempo de fraude universal contar a verdade é um acto revolucionário”

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A Tragédia Grega e a Miséria Moral da Europa

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Cada dia, cada hora mostra a duplicidade, o cinismo, a falta de ética dos mangas-de-alpaca europeus e da sua aliada no FMI. A miopia política é agravada pela miséria moral que anda à solta nos corredores de Bruxelas.

As últimas declarações de vários responsáveis europeus, em particular de jean-Claude Juncker são a demonstração mais acabada do estado de podridão intelectual dessa gente.

Juncker tem o supremo desplante de se apresentar como vítima da intransigência do governo grego. Diz-se traído nos seus esforços, dele e da camarilha que o rodeia, em manter a Grécia no euro, para bem do grande capital. Sabe muitíssimo bem que a troika, agora chamada de instituições, foi encostando o governo grego à parede, obrigando-o a ir de cedência em cedência até a um ponto em que era impossível ao governo do Syriza recuar mais sem perder totalmente a credibilidade que lhe restava depois de terem ultrapassado todas as linhas vermelhas, todas bem longe do inscrito no programa de Tessalónica, a base do seu programa eleitoral que foi sufragado pelo povo grego nas últimas eleições. As cedências do governo do Syriza riscaram muitas das medidas proclamadas, reformularam outras até as tornar irreconhcíveis, atiraram outras tantas para as calendas numa tentativa de se manter “ na sua casa comum, a Europa”, Foi o governo do Syriza que foi adequando a sua proposta inicial às do nefando memorando da troika. A sua promessa de romper com os memorandos, como tinha gritado alto e bom som, já nem era um eco a soar frágil entre as colunas do Partenon. O relato que Varoufakis publicou no seu blogue sobre a reunião de 27 de Julho, sobre o rompimento das negociações, evidencia a torpeza do Eurogrupo e o desespero do Syriza em não romper com a Europa, rasgando muito, quase todo, o seu programa eleitoral. O mandato que o povo lhe conferiu. Nada comoveu e demoveu a voracidade das instituições a mando do grande capital.

O referendo que vão realizar é de facto um novo programa eleitoral em que aceita quase tudo o que lhe foram impondo. Desde as primeiras propostas até às que hoje foram conhecidas o Syriza foi atirando para a fogueira europeia  s suas promessas eleitorais, mostrando a sua debilidade ideológica, a fragilidade dos seus príncipios. Quem não recua praticamente nada é a troika, como se pode ler na sua última proposta.

Apesar diso tudo a inefável Europa continua a chantagem contra o referendo. Na primeira linha Jean Claude Juncker, um tipo sem vergonha au vem a público desnudar o seu cinismo, a sua doblez que não tem fronteiras, não tem limites. Diz-se traído, puxa dos seus galões de europeísta convicto, pronto a sacrificar-se no altar da Europa Comum. É o mesmo Juncker que traíu os seus parceiros da europeus quando, primeiro-ministro do Luxemburgo, fez acordos por baixo da mesa com  mais de 300 grandes empresas desviando milhares de milhões de euros do tesouro de vários países, Grécia incluída, que fugiam ao fisco através desse paraíso fiscal no centro da Europa, um Luxemburgo membro desde a primeira hora da Europa Connosco. Candidato a presidente da Comissão Europeia, justificou as suas patifarias, um modo delicado de as classificar, com a sua legalidade. Não haviam de ser legais! Era ele que as tornava legais, promulgando as leis. O que só pode fazer inveja aos Al Capones que não podendo fazer leis, eram “obrigados” a  impô-las recorrendo às bala. A diferença está no armamento de que cada um dispunha. É este Juncker, agora presidente da Comissão Europeia que continua a brandir a bandeira da solidariedade, da firmeza nos príncipios.  È este Juncker que tem o desplante de dizer “sinto-me traído porque os meus esforços e o de outros não foram tidos em conta” (…) “ não propusemos cortes nos salários e nas pensões” uma mentira tão descarada que foi a própria Comissão Europeia que imediatamente o desmentiu, chamaram rectificação! Um nojo!

Os outros não enojam menos. O presidente do do grupo parlamentar do PPE vem a terreiro gritar que “ Tsipras devia abandonar os jogos florais e assumir as suas responsabilidades perante o povo grego” Pois devia , devia. Os jogos florais de Tsipras são o atirar para o lixo o programa eleitoral pelo que o povo grego o elegeu. Essa é que é a sua grande responsabilidade e não a que está implicita na crítica desse mandarete.

Outro descarado sem-vergonha é Schaulbe que diz ter pena do povo grego! Esse carsa-de-pau que na Europa, depois da II Guerra Mundial a Alemanha é a campeã dos incumprimentos, das reestruturações e dos perdões da dívida. Que nãom indmenizou a Grécia, dos roubos e da destruição que fez na Grécia!

É esta a Europa, os dirigentes europeus que temos que dão ordens, que escrevem e impõem leis para tornar legais os seus desmandos.

A Europa está podre! A miséria moral, a hipocrisia, a sua conduta contra os povos, ao serviço dos mercados andam à rédea solta com os meios de comunicação social pela trela.

À Grécia um último rasgo de dignidade, votando NÃO no referendo, com a incerteza ou com a quase certeza, que as medidas anti-populares, contra o povo grego, não as originais da troika em linha com as que durante seis anos, com os governos PASOK e Nova Democracia implementaram com os resultados que estão à vista do mundo,  mas outras igualmente duras, vão continuar,  que é o que as cedências das novas propostas do governo Syriza anuncia. O mau é sempre mau, mesmo que não seja o pior, porque pior é sempre possível. Uma tragédia em que a luz da esperança é fraca e bruxeleante no meio do pantano desta degradação. Seremos os condenados da terra a esta danação? Ontem como hoje a evidência da necessidade e a urgência dos povos de todo o mundo se unirem contra a ditadura bárbara e totalitária dos mercados!

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A Farândola Política

Falhei!!!

Não fui um dos oito mil idiotas inteligentes que foram soprar uma lufada de ar fresco com que procuram limpar o ar das flatulências que largam por tudo o que é sítio, no circo democrático montado pelo Livre /Tempo de Avançar,Um ciclo vicioso onde consomem energias e meninges para ver se têm um assento na AR e, eventualmente, conseguirem umas migalhas da mesa do poder. Boquinhas sequiosas prontas para todo o serviço. Querem, e conseguem, obter mais um tempo de antena, como se não fosse suficiente a atenção desmesurada e canina que os meios de comunicação, a mando dos seus patrões, lhe dedica. Podem babar as maiores banalidades, logo será enviado um jornalista para dar cobertura, com direito a foto e notícia a várias colunas, ao nada que um dos queridos lideres do Livre/Tempo de Avançar debitar. Para aperitivo do que se anuncia, Ana Drago  já teve direito a bolsar inanidades , com grande destaque. As discriminações atingem sempre outros que são também alvo desses divertidos dirigentes políticos. Veja-se o impacto que a grande manifestação do PCP teve na comunicação social. É a  vergonha dos critérios editoriais de um suposto jornalismo plural, objectivo. O escandalo é tal que José Pacheco Pereira se sentiu na obrigação de o denunciar na revista Sábado. Mas é essa mesma gente que, se no passado recente, timha ordens para não deixar cair nenhuma cuspidela do Livre/Tempo de Avançar em saco roto, agora vai começar a multiplicar o espaço e o tempo para acolher as charlas, mesmo que não digam nada.. As teatradas dos dons robertos menores desse partido político serão sempre bem recebidas. Os trompetes da comunicação social estipendiada estarão sempre prontos para os publicitar, esperando o capital que a sustenta, recompensa futura pela atenção que dispensam a essa gente gira. Que os diverte com o seu estilo político que lembra os dançarinos dervixes a rodarem sobre si próprios sem saírem do mesmo sítio.

Noutro plano, o que o Livre/Tempo de Avançar celebra é o triunfo do pensamento político play-station, ao serviço do revisionismo ideológico. A história acabará por os atirar para o caixote do lixo.

Livre tempo de avançar

Ao ver a fotografia, que o Público publica, com grande destaque, dos candidatos do Livre/Tempo de Avançar na escadaria da Assembleia da República, género grupo excursionista dirigido pelo pequeno líder Oliveira, lembrei-me de um discurso político, com outro gabarito e consistência, que João Cesar Monteiro filmou nesse cenário. Não exactamente ali, mas ao lado. com o mesmo enquadramento. A enorme, a abissal diferença é entre as arlequinadas do Livre/Tempo de Avançar e o disparo certeiro, sarcástico e sério do João César Monteiro, que se devia rebolar a rir  com essa maltosa que faz política assim para a seguir a fazer assado.

Divirtam-se com esta cena do Vai e Vem

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O VOTO NÃO É A VONTADE DO POVO

england

Há quem cante hinos de louvor a estas eleições inglesas e, perdendo a cabeça, diga que é uma vitória da política. Um discurso pateta que abre para todas as especulações com o chorrilho de banalidades que as sustentam. Vai ser esse o prato forte da comunicação social, mais os comentadores de serviço, todos muito satisfeitinhos em ocupar o tempo com bagatelas grandiloquentes. A variante política das júlias, gouchas e teresasguilhermes, que irão ocupar tempos infindos com a glorieta do Cameron, as desgraças de Miliband, Clegg e Farage que se demitiram para os seus partidos renascerem. Os mais ousados dirão mesmo que eles se demitem para esses partidos se reinventarem. Excessos de imaginação para apimentar um panorama político prevísivel, um pouco rídiculos olhando para o que pouco diferencia, em Inglaterra, conservadores e trabalhistas. Por outras bandas a cegarrega não é muito dfiversa.  Definitivamente o discurso futebolistico é o paradigma da ciência política da malta. As equipas perderam, muda-se de treinador. Talvez mesmo de tática. Discute-se política com o mesmo empenmho e conhecimento dos treinadores de bancada, de café. , o jogo é que não muda. Fica sempre dentro daquelas quatro linhas. Fora delas, para essa gente, não há nada. Chamam a isso política, jogo político, mesmo que não exista a não ser como slogan. O pensamento político  reduz-se a tiradas rasteiras . O fundo é o mesmo, mas sem a grandeza nem o brilho do Principe de Salinas. Ainda só fui ver os resultados, tinha um objectivo que se pode ler no restante post. Ainda não os li, ouvi e vi, lá irei ao desfile. Não devo andar longe da realidade. há sempre uma bruxeleante esperança de ouvir algo que surpreenda. Um ângulo que nos tenha escapado. De certeza não falarão de uma coisa essencial e substancial, a fraude democrática que é o sistema eleitoral inglês.

Curiosa ou sintomaticamente ninguém irá fazer notar, sublinhar que a democrática Grã-Bretanha é um exemplo de como o voto não é a vontade do povo.

Um sistema eleitoral completamente distorcido permite que um partido, disso se tem aproveitado tanto conservadores como trabalhistas, ganhe o número de lugares de deputados suficientes para ter a maioria absoluta do parlamento, sem que isso corresponda ao número de votos conquistados, à vontade do eleitorado.

Estas eleições mostram como sistemas eleitorais podem manipular a vontade dos votantes.

Se aplicarmos o número de votantes num partido e o número de deputados eleitos por esse partido, restringindo esse o universo aos Conservadores, Trabalhistas, Liberais e UKIP, verifica-se: como é fácil os grandes partidos elegerem deputados:

Partido Conservador cada 34 348 votos / elegeu 1 deputado

Partido Trabalhista 42 881 votos / 1 deputado

Partido Liberal 296 450 votos / 1 deputado

UKIP 3 659 630 votos / 1 deputado

Um outro exercício que pode ser feito é aplicar a percentagem de votos em cada partido ao total dos deputados do Parlamento, excluindo-se os outros pequenos partidos e o Nacional Escocês que elegeu 56 deputados. Os resultados são surpreendentes:

Partido Conservador Deputados eleitos 330 / Deputados que elegeria 209 – 121 deputados

Partido Trabalhista Deputados eleitos 232 / Deputados que elegeria 203 – 29 deputados

Partido Liberal Deputados eleitos 8 / Deputados que elegeria 48 + 40 deputados

UKIP Deputados eleitos 1 / Deputados que elegeria 78 + 77 deputados

A diferença entre o total do número de eleitos 571 e o total que elegeriam 531, são 40 lugares que seriam ocupados por todos os outros partidos se aplicado o metodo proporcional. Podem ler-se os números ao contrário. Os Conservadores tiveram mais 121, mais 36, 6 % e os Trabalhistas mais 29, mais 12,5 % do número de deputados que teriam eleito se o sistema fosse proporcional.

Por estes números se percebe a vigarice eleitoral que nada na massa cinzenta de muitos dos nossos deputados quando enchem a boca com a aproximação do eleitor ao deputado, a reorganização dos círculos eleitorais e mais umas quantas falácias que, bem aplicadas, acabariam por dar a maioria absoluta a um partido que obtivesse uma minoria de votos. Quando se mexe nos sistemas proporcionais, reescrevem as fronteiras dos círculos eleitorais retalhando o território por cálculo eleitoral, o resultados é sempre subverter a vontade popular em benefício de máquinas partidárias que têm a competição eleitoral como o seu objectivo e fim, perdido qualquer horizonte ideológico.

O arsenal dos truques democráticos é inesgotável. Tudo para obter maiorias que não correspondem à vontade dos eleitores. Vejam-se as últimas leis eleitorais em Itália, a última do Berlusconi, tão escandalosa que foi chumbada pelo Tribunal Constitucional e agora a de Renzi. Olhe-se para esse panorama inglês nessa pátria da democracia!

Leituras políticas destas eleições é outro assunto relativamente interessante, não fora a votação coreana no Partido Nacional Escocês que deve fazer rebobinar o filme do referendo independentista para se registarem as ameaças, as chantagens, as mentiras, as ingerências estrangeiras que desabaram sobre a Escócia. Um filme sempre pronto a ser exibido, com guiões não muito diferentes, com os mais diversos protagonistas, sempre que os interesses do grande capital e o pensamento dominante se sente beliscado. Nem são necessárias grandes ameaças para os cães de fila, com os media na frente, se soltarem.

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A Voz do Dono Torna Obsoleto o Lápis Azul

lapis azul

his master voice

A cada esquina da comunicação social está reservada uma surpresa. A última foi ler a carta de princípios “Pela Liberdade de informação”, subscrita pelos directores editoriais dos principais jornais, revistas, rádios televisões de informação geral, provocada pela alteração da lei sobre a cobertura jornalística das campanhas eleitorais.

A lei é um completo disparate. Assim que foi conhecida, a sua morte foi anunciada. A indignação que provocou nos meios jornalísticos, agora consubstanciada nessa carta, figura uma defesa implacável da liberdade de imprensa. Na realidade deveria provocar uma imensa indignação pela hipocrisia, o cinismo dos senhores directores entrincheirados em tiradas grandiloquentes “o direito à informação deve ser salvaguardado, com respeitados princípios da liberdade, independência e imparcialidade dos órgãos de comunicação social e dos jornalistas face a todas as forças políticas e a todas as candidaturas” ou “ a cobertura jornalística da campanha eleitoral deve ter a ponderação entre o principio da não discriminação das candidaturas e a autonomia e liberdade editorial dos órgãos de comunicação social”.

Perigosamente já pouco revolta essa verborreia, eivada de tamanha doblez e desplante, depois de anos e anos de convivência com uma comunicação social estipendiada aos interesses económicos dominantes, que usam o direito à informação, os princípios da liberdade, independência e imparcialidade, os princípios da não discriminação enquadrados pela autonomia liberdade editorial, como balizas para impor um ambiente geral de propaganda, de terror ideológico totalitário que substituiu os vísiveis actos censórios, a violência autoritária da censura nop fascismo, por uma quase invísivel mas omnipresente fina e sofisticada rede que filtra toda a informação, instalando, tanto a nível nacional como mundial, uma colossal máquina de guerra, poderosssíma e eficaz, que controla e manipula a informação. Diariamente, o mundo é bombardeado por mentiras propaladas por essa gente que se apresenta, como se pode ler na referida carta, como os cruzados na defesa desse bem universal que é a informação.

Na verdade são a tropa de choque, os mercenários do poder da classe dominante!

Em Portugal, depois do 25 de Abril, a recuperação capitalista sempre andou de mãos dadas com os media.A normalidade era/é um namoro intenso mas aparentando algum pudor, nas situações mais limite rebolam-se em orgias que fariam Sade ficar roxo de inveja. O estado actual da comunicação social, afinada pelo mesmo diapasão, procura dar uma imagem de diversidade bem retratada na variedade dos directores editoriais que subscreveram a carta. Assustadoramente essa diversidade, essa variedade só existe de facto na diferença entre as gravatas, no resto estão/são completamente formatados. Essa situação começou a desenhar-se logo a seguir ao 25 de Abril, num tempo em que o pluralismo era dominante. Agrava-se a partir do 25 de Novembro mas é na década de 80 que se aprofunda com um movimento de concentração da propriedade da imprensa, rádio, televisão e informação on-line. Movimento que ainda não acabou e que é paralelo ao da recuperação capitalista.

As diferenças entre orgãos de comunicação mais sérios ou mais populares são variações de estilo, variantes do mesmo estado das coisas. Biombos que, quando retirados, mostram uma obscena uniformidade. Uniformidade que se estende das peças jornalísticas às de opinião, com os comentadores escolhidos a dedo. Aqui, há que fazer uma nota às condições de trabalho dos jornalistas que se degradaram e continuam a degradar brutalmente. Precariedade, despedimentos, utilização de trabalho dos estagiários gratuito ou quase, a porta da rua sempre aberta, imposição de critérios editoriais condicionados aos interesses dos patrões, os partidos dos patrões, do absolutismo do pensamento dominante, retiraram e retiram, progressivamente, a autonomia jornalística. A autonomia e liberdade editorial, tão altissonantemente proclamada na carta, é a mesma que ao longo dos anos foi utilizada e continua a ser utilizada para discriminar ostensivamente forças políticas e sociais. Basta fazer o computo, sem sequer ser preciso descer ao pormenor do conteúdo ou do relevo que tiveram, do número e dimensão das notícias, entre os diversos partidos políticos e forças sindicais nos últimos 40 anos. Um critério simples, representação parlamentar /noticias ou implantação social/notícias, faria a radiografia devastadora da ausência de imparcialidade e independência dos meios de comunicação social. A seriedade ficaria reduzida a uma farsa patética compulsando outras notícias. Por exemplo, o modo como a banca, BPN, BPP e BES, seus administradores e accionistas principais eram tratados pelos media até rebentar os escândalos que obrigaram mudar de rumo, mesmo assim…muita benevolência escorre. Se nos aventurarmos pelos noticiários dos acontecimentos internacionais é arrepiante assistir ao modo como participam nas manobras de desestabilização e depois na consolidação dessa desestabilização, em consonância com os grandes interesses imperialistas. São uns dos pilares dessa política agressiva. Jugoslávia, Iraque, Síria, Primaveras Árabes, Ucrânia, Brasil, México, Hong-Kong, para referir os mais recentes, são um espectáculo abominável de mentiras, meias-verdades, omissões, distorções, manipulações, todo um arsenal de construção de uma ideia, a mais das vezes nem sequer tem nada a ver com a realidade. Fabricam realidades para, sem olhar a meios, atingir os objectivos do império dominado pelo grande capital. Imagine-se um cenário com um acontecimento recente: como seriam as notícias de Baltimore, se Baltimore em vez de se localizar nos Estados Unidos, fosse na Rússia, na China, em Cuba, na Venezuela ou mesmo no Brasil ou na Argentina. Como Baltimore seria diferente se estivesse localizado na Ucrânia/Kiev ou na Ucrânia/Donestk.

Numa nota rápida simplificações e generalizações são inevitáveis e a simplificação mais manifesta é a de referir os jornalistas como uma abstracção. Mas as inervitáveis simplificações e generalizações não iludem nem podem ser usadas para desvalorizar a leitura deste quadro bem veraz e negro de uma comunicação social que é essencialmente uma máquina de propaganda e de desinformação. De uma comunicação social que é um dos três poderes, os outros são o poder económico-financeiro e o poder político, que ocupa lugar central no controle e influencia das opiniões e dos comportamentos. De uma comunicação social onde a concentração dos meios de propriedade é espelho da concentração dos grupos económico-financeiros. Comunicação social ao serviço de uma ideologia em que os partidos políticos do chamado arco da governação se indeferenciam, só se distinguindo na competição eleitoral. Comunicação social que é o suporte da imagem desses partidos, que são de facto instrumentos ao serviço de determinados interesses económicos que representam no aparelho de Estado. Interesses económicos que dominam e são os proprietários dos meios de comunicação social. Um caldo de cultura corrupto, degradante, onde se alimenta o parasitismo ideológico dominante.

Comunicação social que é um aparelho de propaganda que faria inveja a Goebbels, pela sofisticação, pela eficácia, por ser muito mais difícil de descodificar o que a torna muitíssimo mais perversa. Travestindo, mascarando a permanente propaganda que emite, nos mais diversos e complexos registos, com a finalidade última de procurar transformar os seus consumidores, mesmo os mais lúcidos, em replicadores das mensagens emitidas como se fossem elaboradas com liberdade, independência, imparcialidade, sempre com autonomia e sem discriminações.

A comédia, o embuste é diário, corre hora a hora e os seus protagonistas são gente da mais desencabulada, capaz de todas as traficâncias, tripudiando em nome da liberdade a liberdade que lhes é conferida, para que da mesa do poder continuem a cair as migalhas que lhes pagam, generosamente, os serviços. As , raíssimas, excepções confirmam a omnipresença da regra.

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BARRELAS

sabão azul e barnco

11 de Março de 1975, as portas de Abril, abriam-se para mudar de vida.

11 de março de 2015 dia de barrelas de alguma da muito suja que, desde esse dia, se acumulou por Portugal.

Barrela 1- Pedro Passos Coelho, na Assembleia da República a justificar o injustificável. O não pagamento à Segurança Social, desvios do IRS, por trabalhos feitos, para empresas todas elas pouco recomendáveis. Os trabalhos pesadíssimos que Pedro Passos Coelho fazia, dizem os seus antigos patrões, era abrir portas, gabando-lhe o portefólio de gazuas. Mais hábil que Al Capone, não se deixou apanhar nas malhas contributivas para o Estado. Um artista português que, com os seus olhos de bandido nos assalta todos os dias desde que se sentou em São Bento. Mente, mente sempre convictamente como o fez durante a campanha eleitoral, como sempre o fez. Como ainda há pouco tempo, roído pela medíocre inveja de assistir ao triunfo de um partido que se opõe às políticas de austeridade que tanto o excitam, nada melhor que sodomizações teutónicas, disse graçolas sem tino e mentiras para os portugueses desprevenidos se indignarem, afirmando que Portugal foi dos países que mais contribuiu na ajuda financeira à Grécia. Mentiu, como sempre fez e faz. Portugal contribuiu de acordo com o PIB e os tratados europeus que subscreveu. Nem um cêntimo a mais ou a menos! Hoje foi lavar as nódoas indeléveis de contumaz fugitivo às contribuições. Homem sem princípios nem dignidade, que vampiriza o povo trabalhador e bajula o grande capital.

Barrela 2- Em 11 de março de 1975 Spínola tentou um golpe de estado. Mais um golpe de estado depois de um primeiro tentado, em aliança com Adelino Palma Carlos e Sá Carneiro, pouco tempo depois da Revolução de Abril. De um segundo, em 28 de Setembro de 1974, em que a maioria silenciosa, que supostamente o apoiava, partiu os dentes ao enfrentar as forças populares democráticas. Nunca deixou de conspirar contra o 25 de Abril. Fê-lo logo no primeiro momento, quando queria que o Movimento das Forças Armadas regressasse aos quartéis na esperança de um triunfo de uma marcelismo democrático corporizado por ele. Em 11 de Março de 1975, perdeu novamente. Fugiu para o estrangeiro, onde continuou a conspirar contra a democracia e as conquistas da Revolução. Apesar de toda essa actividade conspirativa, Mário Soares, graduou-o marechal, Nomeou-o das Ordens Portuguesas, condecorou-o com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito , a segunda maior insígnia da principal ordem militar portuguesa. Como não há almoços grátis, façam o favor de extrairem as vossa conclusões sobre esta parceria bem pública. Outras continuam ocultas como a da tonitruante voz que se calou e não chegou a ler a proclamação de um 11 de Março vitorioso. Hoje, em alguns meios de comunicação social, o 11 de Março é apresentado com uma casca de banana, uma ratoeira em que e Spínola escorregou deixando-se apanhar na armadilha. Não há um pingo de vergonha. Desde o primeiro momento sempre se tentou mistificar a intentona spinolesca! Como se o homem do monóculo não fosse um dos primeiros e dos mais activos conspiradores contra o a Revolução do 25 de Abril.

Barrela 3- Em Santa Comba Dão, o edil socialista prepara uma candidatura a Fundos Comunitários, para construir um museu e um centro de estudos sobre o Estado Novo! Qual fascismo, qual ditador! O Senhor Primeiro-Ministro do Estado Novo! Em marcha o que anda desde há muito tempo em marcha. A lavagem do fascismo por métodos científicos, pela mão de historiadores encartados como Rui Ramos, com trabalhos nessa área a demonstrar que não houve nem fascismo nem oposição ao fascismo. A panóplia repressiva do fascismo, que não era pouca desde os manuais escolares para lavagens aos cérebros, a Mocidade Portuguesa, a Legião, a Censura, a PIDE/DGS, prisões e campos de concentração, não passavam de suaves meios dissuasores dos recalcitrantes a quem era preciso dar uns safanões a tempo. Até aos historiadores diletantes como o Fernando Dacosta que foi escutar as confissões de Maria para reescrever a história e embelezar a imagem do ditador que não sabia nada das tramoias da PIDE para tramarem Humberto Delgado ou que sugeriu a fuga de Cunhal da prisão de Peniche. Intelectuais latrinários e mercenários não faltaram ao cheiro do dinheiro sujo por um passado execrável.

40 anos passados sobre o 11 de Março de 1975, dói assistir ao estado de degradação, política , económica e ética em que o país mergulhou. Para se refocilar na pocilga completamente, só falta aparecer hoje no Frente a Frente da SIC Notícias (passe a publicidade) José Matos Correia para decretar, como já decretou com o seu ar porcino, que o 11 de Março e as consequentes nacionalizações fizeram regredir o país dez anos. Nem mais nem menos! Esperemos que coloque bem visível um retrato de Ricardo Salgado, o dono disto tudo agora caído em desgraça, herdeiro dos donos disto tudo do fascismo, perdão Estado Novo! auurrrgggghhhhh!!!!!!

Apesar e contra a miséria moral vigente, celebremos com alegria o 11 de Março de 1975!!!

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Geral

A Grécia, a CEE os seus mandantes, seus mandaretes e monicas lewinskis

A ESPERA DOS BÁRBAROS

— Que esperamos na ágora congregados?

 

Os bárbaros hão-de chegar hoje.

Porquê tanta inactividade no Senado?

Porque estão lé os Senadores e não legislam?

 

Porque os bárbaros chegarão hoje.

Que leis irão fazer já os Senadores?

Os bárbaros quando vierem legislarão.

 

Porque se levantou tão cedo o nosso imperador,

e está sentado à maior porta da cidade

no seu trono, solene, de coroa?

 

Porque os bárbaros chegarão hoje.

E o imperador espera para receber

o seu chefe. Até preparou

para lhe dar um pergaminho. Aí

escreveu-lhe muitos títulos e nomes.

 

— Porque os nossos dois cônsules e os pretores

saíram hoje com as suas togas vermelhas, as bordadas

 

porque levaram pulseiras com tantas ametistas,

e anéis com esmeraldas esplêndidas, brilhantes;

porque terão pegado hoje em báculos preciosos

com pratas e adornos de ouro extraordinariamente cinzelados?

 

Porque os bárbaros chegarão hoje;

e tais coisas deslumbram os bárbaros.

 

– E porque não vêm os valiosos oradores como sempre

para fazerem os seus discursos, dizerem das suas coisas?

 

Porque os bárbaros chegarão hoje;

e eles aborrecem-se com eloquências e orações políticas.

 

– Porque terá começado de repente este desassossego

e confusão. (Como se tornaram sérios os rostos.)

Porque se esvaziam rapidamente as ruas e as praças,

e todos regressam as suas casas muito pensativos?

 

Porque anoiteceu e os bárbaros não vieram.

E chegaram alguns das fronteiras,

e disseram que já não há bárbaros.

 

E agora que vai ser de nós sem bárbaros.

Esta gente era alguma solução.

                                                               Konstandinos Kavafis

(tradução Joaquim Manuel Magalhães/Nikos Pratsinis)

ovelhas

 

Os cônsules, pretores que entre dois partidos sozinhos ou coligados, se sucediam na Grécia, impondo ao povo grego as soluções dos bárbaros foram democraticamente derrotados. As iníquas reformas estruturais, um saco de mentirolas que nada reestrutura e tudo destrói,  que garrotavam a economia, aumentavam a dívida, mantinham os privilégios da oligarquia, aprofundavam  a corrupção, atiravam cada vez mais gregos para a miséria e o desemprego, foram democraticamente derrotadas. Quem venceu pelo voto, propõe outro caminho para sair da crise, caminho dentro do quadro político, económico e social dos bárbaros. Nem isso os bárbaros aceitam. Inquietam-se porque não querem que seja sequer possível pensar que há outras saídas para a crise económica dos países que se debatem com dívidas que são impagáveis, consequência da crise mais geral da Europa tatuada no sistema que se arrasta agónico mas que se julga eterno, sem alternativas.

Governantes e seus sequazes querem ditar, impor as suas leis sobre os países devastados por uma estúpida cegueira que alimenta os oligopólios financeiros, promove uma crescente desigualdade social, instala um desastre económico e social de proporções inquietantes. Mentem manipulando as estatísticas para travestir o desastre. Mentem. mentindo sempre e, sem pudor,  fazem circular a mentira por uma comunicação social mercenária ao seu serviço.

Na CEE, os países que se sujeitaram às receitas das troikas, viram as suas dívidas em relação ao PIB aumentar exponencialmente entre 2007 e 2014. Irlanda 172%, Grécia 103%, Portugal 100%, Espanha 92%. A dívida mundial que em 2007 era de 57 biliões de dólares, em 2010 foi de 200 biliões de dólares, ultrapassando em muito o crescimento económico. Tendência que continua o seu caminho para o abismo, em benefício dos grandes grupos financeiros, entrincheirados nos chamados mercados. O chamado serviço da dívida, os juros, são incomportáveis. São esses os êxitos de uma política cega submetida à ganância usuária que não tem fronteiras ou qualquer ética.

Os governos deixaram de estar ao serviço dos seus povos, nem estão sequer dos seus eleitores. São correias de transmissão dos oligopólios financeiros que se subtraem a qualquer escrutínio democrático ou outro de qualquer tipo. Traçam um quadro legal que os suporta e legitima a ilegitimidade. A democracia é uma chatice, um entrave, um pauzinho nessa gigantesca engrenagem que nos atira barranco abaixo, com efeitos devastadores para a humanidade. Nada interessa a não ser o lucro de quem especula sem produzir nada. As pessoas são uma roda nessa engrenagem.

chaplin

Charlie Chaplin, TEMPOS MODERNOS

Quem não caminha ordeiramente nesse rebanho, quem se opõe, mesmo que mandatado e sufragado democraticamente, é considerado irresponsável, como disse o ogre Wolfang Schauble, ministro da economia da Alemanha, em relação à Grécia. As suas enormidades ecoam pela boca dos seus bufões, das suas monicas lewinskis por todos os cantos de uma Europa submissa aos diktats do bando de arruaceiros financeiros que rouba a tripa forra países e povos. Em Portugal, as nossas monicas lewinskis são mais fatelas, mais rascas com se tem visto e ouvido de Cavaco a Passos Coelho, de Portas a Pires de Lima mais a matilha dos seus sarnentos rafeiros de fila. Espumam raiva, ódio dos ecrãs televisivos às ondas radiofónicas. Quem se atreve a riscar, ainda que levemente, essa realidade em que nos enforcam é logo atacado e silenciado quanto baste por essa matilha de pensamento ulcerado.

Os burocratas europeus dogmáticos, leitores e intérpretes da cartilha neoliberal dizem que a realidade é assim mesmo! Será?

A realidade nunca é a realidade que nos querem impingir como Aragon tão bem descreveu. Há mais vida para lá desse biombo com que a querem esconder qualquer luz, mesmo bruxuleante, de esperança para a humanidade.

ISTO È UMA OVELHA,escultura de João Limpinho

 

AS REALIDADES

Era uma vez uma realidade

com as suas ovelhas de lã real

a filha do rei passou por ali

e as ovelhas baliam que linda ai que linda está

a re a re a realidade

Era uma vez noite de breu

e uma realidade que sofria de insónia

então chegava a fada madrinha

e placidamente levava-a pela mão

a re a re a realidade

No trono estava uma vez

um velho rei que muito se aborrecia

e pela noite perdia o seu manto

e por rainha puseram-lhe ao lado

a re a re a realidade

 

CODA: dade dade a reali

dade dade a realidade

A real a real

idade idade dá a reali

ali

a re a realidade

era uma vez a REALIDADE.

Aragon

(tradução António Cabrita)

ceci nést pas une pipe

pintura de Magritte

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SER OU NÃO SER CHARLIE

ogrito

A comoção que abala o mundo pelo massacre que ocorreu nas instalações do Charlie Hebdo, um jornal satírico e progressista, originou um maremoto de solidariedade a inundar todo o mundo com cartazes “Je suis Charlie”, numa demonstração de muito legitima indignação perante a monstruosidade do atentado.

Nada pode ser pretexto para amortecer a repulsa pelo acto em si, pelo terrorismo em que se inscreve. Mas tudo nos deve distanciar da emoção espontanea, imediata, para se fazer uma análise circunstanciada e rigorosa.

charlie hebdo

O Charlie Hebdo já tinha sido alvo de outros atentados com motivação semelhante. Uma ameaça que pairava sobre o hebdomanário, os seus redatores. Isso, hoje como na passado, não jugulou a veia satírica, politicamente incorrecta, do Charlie Hedbo. A coragem de Charlie Hebdo, não se deixou intimidar. No entanto a sua crua iconoclastia, dá azo a fazer o pior de todos os juízos, que justificam aquela atrocidade, todas as atrocidades: “eles estavam a pedi-las”.

Faz lembrar aquele juiz ogre que absolveu um grupo de violadores que, no Algarve, atacaram duas estrangeiras, porque elas estavam a pedir boleia, vestidas de modo considerado provocante pelo juiz, o que é questionável por se estar em pleno verão, numa coutada do macho latino. “Estavam a pedi-las!”, dirão as bestas humanas.

Outro dos enfoques que provoca tergiversações, é centrar a análise nas causas de uma muito mais acentuada irrupção terrorista desde o Afeganistão, com o surgimento dos talibãs, até aos nossos dias, em que a Guerra do Golfo funcionou como um catalizador. Não é que não seja importante, necessario, mesmo uma exigência de clareza política, analisar o fenómeno terrorista, analisar as causas mais longínquas, ainda que não muito distantes no tempo, e as próximas, que estão na ordem do dia, com o Estado Islâmico do Levante. Obama, os seus aliados europeus, na primeira linha Cameron e Hollande, tem responsabilidades que não podem ser diluídas na condenação que fazem do terrorismo e no combate sem quartel, que prometem dar-lhe. Colocar essa análise em primeiro plano, para só depois criminalizar e denunciar o terrorismo tem o efeito de filtro redutor da bestialidade do acto em si, seja este ou outro, tenha ou não tenha maior ou menor dimensão. Claro que a CIA, a Mossad, o MI5, a DGSE, tem a sua cota parte de responsabilidade no incremento do terrorismo, vem de longe, da Bósnia e Kosovo ao EIL. Muita, em percentagem significativa, dessa gente criminosa foi treinada, municiada eWolinski financiada por esses Serviços Secretos, ao serviço de uma estratégia geopolítica que não olha a meios para alcançar os fins.. Mas esse é o segundo plano, o pano de fundo de onde irrompem esses trágicos sucessos que devem ser condenados sem hesitações sem contemplações. Lembrem-se dois actos terroristas que ocorreram nos anos 70 em Itália. O que ficou conhecido como o Massacre de Bolonha, em que uma bomba de relógio explodiu na sala de espera da uma estação de comboio repleta de pessoas. 50 mortos, masis de 200 feridos. O atentado foi perpretado pelo Nuclei Armato Rivoluzionari, uma organização fascista ligada à celebre Loja P2. Outro, o sequestro e assassinato de Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas. Em ambos imediatamente se suspeitou da participação da polícia secreta italiana, o que, mais tarde ficou provado. No primeiro caso dirigentes ao mais alto nível militavam nas fileiras desse grupo e da Loja P2, no segundo estavam infiltrados a níveis de decisão muito elevados. Apesar e contra essas evidências, ontem como hoje, não devem, em caso algum ou de alguma forma, actuar como desviantes de uma condenação clara, forte, sem fissuras do terrorismo, que é sempre bárbaro e injustificável.

No fluxo da fundamentadíssima revolta e repulsa pelo crime cometido por essa celula terrorista que abalou o mundo, a imprensa internacional assumiu-o como um ataque à liberdade de expressão, como isso fosse um valor universal que corre como um vendaval oxigenado toda a comunicaçâo social do ocidente. Claro que o massacre também é um atentado à liberdade de imprensa. Mas neste caso, com a mesma veemência com que se delata o acto terrorista, há que denunciar o enorme cinismo e hipocrisia dos media que, utilizando os celebrados critérios jornalísticos, estão conluiados com o poder da classe dominante.206815_204556506234162_106626879360459_635561_118423_n

São um colossal aparelho de manipulação à escala mundial. Não podem abrir o chapéu de chuva da liberdade de imprensa para aproveitarem a tragédia acontecida no Charlie Hebdo e apanharem esse comboio, celebrando-a. É uma infâmia. A comunicação social funciona como um dos braços armados do poder dominante. Normalizam o impensável. Os noticiários sobre o Médio-Oriente provam-no à saciedade. Sabemos quem, quantos e quando foram decapitados os sequestrados pelo EIL. Pouco sabemos dos milhões de homens, mulheres e crianças iraquianas e sírias mortas no inferno desencadeado pelos EUA e seus aliados no Médio Oriente. São as “vítimas valiosas” e as “vitimas não valiosas”, na classificação certeira de Edward Herman, escritor e académico norte-americano. Hoje todo o mundo sabe o número e os nomes dos assassinados criminosamente pelo comando islâmico na redacção do Charlie Hebdo.Temos imagens horripilantes, reconstituiçôes de nos fazer gelar.

Em 2 de Maio, em Odessa manifestantes contra o regime agora no poder em Kiev, foram perseguidos por grupos nazis, que os media ocidentais etiquetam piedosamente de nacionalistas radicais ou ultra nacionalistas . Refugiaram-se na Casa dos Sindicatos onde ficaram encurralados por um incêndio provocado por cocktails Molotov. Quem tentava fugir às chamas, era abatido friamente a tiro. Os autores desse hediondo crime terrorista, com enorme despudoCharlieHebdo3r, plantaram o seu acto no You Tube que vitimou mais de cinquenta pessoas.  A comunicação social, tão defensora da liberdade de informar, do seu rigor, da sua independência, ou não registou o incidente ou a ele se referiu de passagem, apressadamente. Como não noticiou ou deu breve nota, o massacre criminoso de Odessa não existiu. Não originou manifestações por todo o mundo. Estamos perante de mais um caso de “vitimas valiosas” e de “vitimas não valiosas”, De como uma comunicação social mercenária, ao serviço da propaganda e difusão do pensamento dominante, apaga um crime para continuar uma política, a política dos sus mandantes.

A indignação frente a um e ao outro acto terrorista, a todos os actos terroristas, sejam perpretados por quem forem, deve ser igual independentemente dos juízos políticos e éticos que se façam por quem quer que os faça. Não pode haver dois pesos e duas medidas. O horror e a solidariedade que nos deve provocar estão na linha da frente das análises que temos a obrigação de fazer

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Outra das consequências, esperadas é um crescendo de políticas securitárias. Bem vísivel, é o recrudescimento da islamofobia e da actividade da extrema-direita nos países ocidentais, onde até já ocupam cargos governamentais importantes na Ucrânia ou na Hungria. Multiplicam-se as manifestações fascistas, racistas por toda a Europa e EUA. Até em Portugal, onde a extrema-direita parece ser insignifcante, a porta da mesquita de Lisboa foi hoje, dia da oração e descanso para os islamitas, vandalizada. O ovo da serpente choca-se de várias maneiras em diversas chocadeiras. O nazi-fascismo é hoje uma ameaça tão real como o islamismo radical. São face da mesma moeda.

Há um outro modo de abordar toda esta onda de indignação, enquadrando-a no estado actual da sociedade. Sartre escreveu que toda a realidade uma vez descrita é aniquilada. Je Suis Charlie, tipifica a cultura desta nossa sociedade, que proclamou a morte da história, da política, da economia. Ideologia de um fim de todas as coisas, sem que se preveja o começo de nenhuma. É a perca de horizonte e sentido da história, em que os acidentes sucedem-se com se fossem indeterminados, perdendo ou esquecendo o sentido da tragédia, o que neutraliza a nossa capacidade de pensar, actuar, lutar. Uma sociedade em que tudo acaba em espectáculo nas suas infinitas representações que já não representam nada mais que a si-próprias. Tautologias de imagens fragmentárias, sem profundidade. É o triunfo do Nada sobre a Dor, na bela expressão de Faulkner. Ou como teorizou Guy Debord “onde a imagem se converteu na forma final da coisificação” que anula o acontecimento em si, com a forma final de uma mercadoria”

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Não deixemos que Je Suis Charlie seja o túmulo de uma brutalidade inominável sepultando-a numa frase, que é um achado publicitário mas não tem espessura. A justíssima indignação que abala o mundo não se pode confinar a uma frase, por mais sedutora que seja. Deve adquirir expressão política, lutando e condenando o oportunismo de estratégias que querem manter um insustentável estado de coisas, que são uma conspiração permanente contra o mundo, destruindo cidades e estados, semeando a fome, vitimizando milhões de pessoas. plantando a tortura e a guerra. Tendo hoje aliados que mais tarde se irão execrar. Tendo por aliados estados que têm um longo historial de apoio e financiamento a grupos terroristas e estados em que o terrorismo é uma prática normalizada. Que se condene o terrorismo, todo o terrorismo, como um crime contra a humanidade, venha de onde vier, seja praticado por quem quer que seja. Que, no imediato, se combata eficazmente o Estado Islâmico do Levante, a maior ameaça terrorista actual, ultrapassando cálculos de conveniência a curto prazo e interesses geoestratégicos de longo prazo.

Os fins nunca podem justificar os meios.

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Nota Final: este blogue, como muitos outros, tem o direito de publicar ou recusar todos e qualquer comentário. Direito que estabelecemos poder ser exercido por qualquer um dos intervenientes na Praça do Bocage, sem que tenha que pedir a opinião a ninguém. Fica ao critério de cada um solicitar ou não a opinião de um ou mais parceiros desta aventura e de exercer a moderação dos comentários, independentemente de ter sido ou não autor de um “post”. Fica, portanto claro, se já não o era, que quem envia um comentário está sujeito à aprovação ou desaprovação do seus escritos. Isto não é censura. É um direito que nos assiste, à semelhança do que ocorre em comentários enviados para outros blogues e meios de comunicação social.

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Geral

Vale tudo para fantasiar o crescimento económico

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Aparentemente hoje seria dia para escrever sobre aquela coisa, aquele simulacro de democracia que foram as primárias do PS.

Não! Que fique isso para a vozearia que vai inundar os meios de comunicação social na “grande bouffe” ilusionista que atinge cumes em momentos como este. Claro que interessa fazer o cotejo do acontecimento no mais vasto contexto da degradação da democracia, quando as cinzas pousarem.

O que assistiu é mais um momento do aviltamento e da alienação das sociedades actuais Um momento digno de uma das últimas notícias económico-financeiraas bem exemplificativas do estado a que se chegou, em que a moral e ética e quaisquer princípios são ferozmente guilhotinadas na praça pública.

O desespero é de tal ordem que tudo serve para, estatisticamente, aumentar o PIB.

Agora a CEE autoriza que, para o cálculo do PIB sejam incluídas as actividades económicas à margem do que é lícito. A prostituição e o tráfico de droga passam a poder ser englobados no PIB, mesmo na base de valores estimados, nos países onde essas actividades são proibidas.

Em Inglaterra são mais dez mil milhões de libras. Em Espanha o PIB aumenta =,85%. Em Portugal pode a ir até mais 2%. Uma orgia que vai contribuir para o crescimento estatístico da economia.

Sugere-se que o governo PSD-CDS, que se diz tão empenhado no crescimento económico com os resultados desastrosos conhecidos, que é tão dado ao marketing, lance vigorosas campanhas para que, finalmente, haja o crescimento económico.

Que iniciem imediatamente campanhas publicitárias com esse objectivo.

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Geral, Política, Setúbal

Há uma linha que separa desejos e realidade

Apesar de alguns não a verem, existe uma linha que separa desejos e realidade.

A questão que se coloca é a de saber como é possível, apesar dos desmentidos feitos pela entidade responsável, insistir na falsa notícia, dando-lhe honras de 1ª página?

Qual o objectivo? Alguém adivinha?

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Cultura, Geral, Media

A Fogueira dos Comentários

Navegar pelos comentários às notícias da imprensa on-line é uma experiência que nos deixa crucificados no pavor. A imagem com que se fica do país é excruciante, partindo do princípio, algo incerto mas que não deve ser completamente fora da realidade, que aquilo é uma amostra representativa da maneira de pensar dominante do povo português.

Alguns traços são comuns qualquer que seja o teor da notícia que desencadeia chusmas de comentários, nos jornais desportivos chegam a ser largas centenas. A indigência intelectual é uma vulgaridade, o péssimo português, as ideias (mal) feitas, a distorção da realidade, mesmo a mais óbvia e por mais claramente que tenha sido expressa, nada detém a matilha de comentadores, a maioria anónimos ou mascarados por pseudónimos. Pensam todos acima das suas possibilidades, tocados por raiva reacionária, pela pequena inveja, pelos lugares comuns rascas.

Uma extrapolação das pilhas de comentários para uma radiografia do país, deixava qualquer um à beira de uma depressão funda, fazendo-nos desistir da nossa pátria que, a avaliar por aqueles textos, está levada pela arreata para o matadouro da inteligência.

Claro que tudo isto mergulha na produção generalizada de um noticiário, feito de notícias e comentários institucionais, plasmado nos diversos meios de comunicação social que, de forma diversa, constroem uma determinada ideia de sociedade em que estamos presos, onde nos querem condenados a prisão perpétua. Para esse objectivo a manipulação da informação é uma das actividades mais produtivas. Manifesta-se das mais diversas formas. Expande-se através de um eficaz sistema de caixas-de-ressonância que, subserviente e mercenariamente propagam informações fabricadas que, para a eficácia ser maior, utilizam toda a gama de imagens, sons e escritas produzidas por uma tropa de choque onde se perfilam os que estridentemente alinham sem uma ligeira névoa de dúvida aos que, exibindo opiniões críticas, omitem deliberadamente partes essenciais do que se noticia e discute Assim se constrói uma “verdade” com objectivos precisos em que o principal, perseguido sem um desfalecimento, omnipresente seja ou não visível, é atingir o desiderato de tornar mesmo impossível ser possível pensar e agir fora desse quadro político, económico e social que se julga eterno e cujas crises, estão eles convictos, serão vencidas por racionalidade gestionária. Para aí apontam as teorias do fim da história, da política, das ideologias. Traveja-se um universo onde as decisões políticas são instrumentais mudando tudo, pouco ou nada, para que nada se perca ou transforme e os intervenientes, todos os intervenientes dos mais activos aos mais indiferentes, são vítimas de uma bulimia noticiosa para que a agulha magnética enlouqueça perdendo o norte.

Na realidade, hoje somos de tal modo bombardeados diariamente por imagens que tudo se amalgama, perdemos ou quase perdemos a capacidade de distinguir a experiência directa do que aparece durante poucos segundos nos ecrãs televisivos, nas notícias on-line. A cabeça é um depósito de sucessivas camadas de lixo, onde tudo, quase tudo se equivale. Poucas serão as imagens que se cristalizam, se tornam icásticas. Mesmo essas, só alguns as conseguirão identificar. São aquela minoria que vai alimentando os cada vez mais esqueléticos canais televisivos, programas radiofónicos, suplementos da comunicação social escrita ditos culturais, que aí ficam confinados, em quarentena para não se correr o risco de contaminar a abominável estupidez que se vai espalhando como uma mancha de óleo pela normalidade do que os rodeia e, já agora, os vai asfixiando. Extraordinário é haver bem intencionados pensantes que consideram esta situação regular, sem se aperceberem que estão a alinhar com uma posição elitista, condenando a esmagadora maioria ao campo de concentração da iliteracia cultural, portanto, à alienação, à perca de capacidade de utilizar as ferramentas de análise crítica que lhes possibilite o exercício da cidadania. Por essa via amplia-se progressivamente o campo dos que são rotinados para ver sem qualquer sentido crítico o que está a ver quando o que está a ver são coisas desinformantes, prontas a consumir e a deitar fora. Ganga que rodeia esse núcleo duro central e que preenche com um empenhamento de formigas no carreiro os espaços entre as notícias que preparam e justificam as acções que o império põe em marcha na luta pela sua sobrevivência. Instala-se e incentiva-se um voyeurismo miserável e degradante seja o de espreitar a roupa intima de fabricadas estrelas que animam a socialite do sistema, seja assistir ao embolsar de umas centenas de euros respondendo a perguntas desconexas, seja ver despontar a esperança de mudar a vida gargarejando canções americanas na forma e internacionais nos sentimentos, seja meter na centrifugadora várias telenovelas onde a vida, a literatura, o teatro e o cinema são suicidados. O populismo mediático não falha um dia na sua infatigável tarefa manipuladora.

A estupidez estampa-se nas pantalhas e expande-.se. A vida perdeu o seu sentido perdurável e com essa perca perdeu-se também a vergonha. É o que se pode ler na esmagadora maioria dos comentários. De tão corriqueiros já quase passamos por eles sem lhe dar a importância que têm por ser a verdadeira imagem de Portugal e explicarem melhor que qualquer análise porque é que chegámos ao ponto em que estamos depois de durante mais de trinta anos paulatinamente se terem destruído todas, quase todas, as esperanças que a Revolução de Abril tinha plantado.

Convive-se com essa realidade, passando ao lado, ainda que tapando o nariz. Há um momento em que se deve dizer BASTA!

O que é certo é que ela, a escumalha é incansável. Manifesta-se em todos os lados. Parasita todas as notícias, mesmo as mais aparentemente neutras. Um exemplo de hoje são os comentários às noticias  da abertura da Fundação Saramago na Casa dos Bicos, como antes nas notícias que a anunciaram, onde se espumam raivas, algumas inesperadas, se mente com quantos dentes têm, mesmo que a notícia os desminta rotundamente. Nada detém a cainçalha.

Não lhes interessa que a Casa dos Bicos necessitasse urgentemente de obras, dado o estrado de degradação a que tinha chegado depois da obra de reabilitação projectada por José Daniel Santa-Rita e Manuel Vicente, modernizando o espaço em 1983, para a XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura. Nem lhes interessa que instalar ali a Fundação Saramago, por um período inicial de dez anos, foi uma oportunidade para que essa obra se realizasse, valorizando um monumento edificado da cidade de Lisboa. As obras teriam que ser feitas, com ou sem Fundação Saramago, outro pormenor para eles desprezível. Com tantas intervenções espúrias que maltrataram a obra realizada em 1983, agora a instalação da Fundação Saramago, inquilino provisório desse espaço, foi a oportunidade de se fazer uma recuperação arquitectónica com rigor. Invertem a verdade para atacar José Saramago sobretudo por ter sido toda a sua vida um comunista coerente. Essa a base para denegrir a sua obra indo ao ponto de se socorrerem de um obscuro escritor mexicano que, procurando protagonismo que de outro modo não obtinha, acusou Saramago de plágio: Vai-se ver e a base de tamanha aleivosia é uma frase que certamente milhares de outros escritores já escreveram. É tão medíocre o argumentário que nem vale a pena referi-lo.

Os supostamente mais letrados dessa canalha vociferante, chega mesmo à baixeza de fazer citações para acusar Saramago de contrafacção. Dão o exemplo de Pessoa, demonstrando a sua ignorância. Coitados, o que diriam se comparassem Pessoa/Álvaro de Campos que escreveu na Ode Triunfal: ” Canto e canto o presente, e também o passado e o futuro / Porque o presente é todo o passado e todo o futuro”, com o que T.S.Elliot escreveu em The Four Quartets:Time presente and time past / Are both perhaps present time in the time future/ and time future contained in time past”(O tempo presente é o tempo passado/ São talvez, presente no tempo future/ e o tempo futuro contido no tempo passado). Não é um obscuro escritor e um grande escritor, são dois grandes poetas que coincidem na apreciação do tempo vivido, passado,presente e futuro, com algumas dezenas de anos de distância.

Mas essa gente fala por falar para intrigar. Instilar a dúvida. Falam por outiva, desavergonhadamente, aleijões intelectuais babando os maiores dislates.

Atacam Saramago por ter ido para Lanzarote com Pilar del Rio, quase lhe atribuindo poderes de bruxaria, omitindo que o escritor se retirou fisicamente de Portugal sem nunca o abandonar intelectual, moral e politicamente, justamente indignado por um cinzentíssimo subsecretário de Estado da Cultura, de um governo de Cavaco Silva e subordinado a essa luminária cultural que é Santana Lopes, ter de uma assentada censurado dois artistas portugueses, por sinal dos de maior projecção internacional, José Saramago e João César Monteiro, proibindo-os de integrarem uma representação cultural portuguesa em Itália, onde eram os dois artistas mais conhecidos e destacados. O governo que solidariamente fez esse acto vergonhoso e abjecto tinha entre os seus membros ilustres homens como Oliveira Costa e Dias Loureiro, entre outros. A equipa maravilha cavaquista.

Nada disso interessa à turbamulta que despeja veneno e mentiras sobre o comuna Saramago e a “castelhana” Pilar que afirmam ir ser paga pelo nosso dinheiro, omitindo que a Fundação e os seus funcionários não recebe um tostão do Estado nem da Câmara Municipal de Lisboa, a única benesse é durante um período de dez anos estar instalada na Casa dos Bicos. A gajada que diz isto é a mesma que paga com o seu dinheiro, o dinheiro das contribuições directas e indirectas a que os portugueses estão agrilhoados, o Borges que diz ser uma urgência baixar os salários, o Relvas das manigâncias com as secretas, o resto da quadrilha que anda a empobrecer o país transferindo os recursos do Estado para os bolsos do grande capital, os juros ao empréstimo da troika, as centenas de milhares de euros de honorários à troika, os milhares de milhões à banca que lhes garrota a vida e por aí fora. É confrangedor confrontar-nos com tanta estupidez.

É arrasante ler os comentários nos jornais on-line, os radiofónicos e televisivos. Nos meios de comunicação social ouvir horas e horas preenchidas com o trabalho, a humildade, o caracter dos chutadores da bola para gloríola nacional, aturar os opinadores que se repetem com variações mínimas, assistir às manipulações informativas de gato escondido com o rabo de fora, afogarmo-nos nas piscinas da vida cor-de-rosa de uma socialite de aterro sanitário, assistir ao desfile de políticos de pacotilha alinhados pela canga do pensamento único de que só sabem os lugares comuns.  Ser todos os dias knocteados por esta realidade medíocre deveria fazer qualquer um perder a esperança de resgate da nossa pátria.

No entanto, nada deterá olhar do Anjo da História de que continuamos possuídos porque dentro de nós habita o salto de tigre da história.

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Política

O Grande Relvas

Semana espectacular para este homem de todas e mais algumas estações. O Grande Relvas estará sempre a alterar meridianos e paralelos para o inverno ou o verão, a primavera ou o outono se ajustarem aos seus desejos. O Grande Relvas não pára. Nada o detém. Esta semana demonstrou todas as suas capacidades, para quem algum dia delas duvidou. Foi à Assembleia da Republica para a afogar no seu frenético palavreado de português futebolístico, sempre a chutar a sintaxe da esquerda para a direita, a fintar sujeitos, predicados, complementos directos, indirectos, oblíquos e modificadores com uma habilidade ronáldica, para disser e desdizer com um afã que deixa qualquer um sem folego.

A culminar a actuação ameaçou um jornal de black-out absoluto de todos os ministros, mostrando que tem a trela na mão, e uma jornalista de enviar arautos para a praça pública apregoar a sua vida privada. A directora do jornal fechou-se na casa de banho a emitir comunicados em papel higiénico. O Conselho de Redacção do Jornal exigiu explicação e a directora levantou-se finalmente da sanita para protestar. O melhor estava para acontecer. O gabinete do Grande Relvas desmentiu tudo. O Grande Relvas apresentou desculpas. Estará o Grande Relvas de costas voltadas para o seu gabinete?

Nada disso! É impossível alguém não ter atentado no perfil do alçado principal do Grande Relvas, nos atropelamentos linguajares daquela matraca falante que mostram um longo treino! Fica-se fascinado com o brilho da estrela que guiou o destino do Grande Relvas que deve ter começado  a ganhar brilho na creche onde devia ser o líder do bando da chucha. Na escola primária foi certamente o líder do gangue do pião e no liceu da máfia da carica. Agora aí está poderoso ministro todo o terreno, brilhando amis que um sol, intrépido guardião de um baú gigantesco cheio de roupa interior de jornalistas que ciosamente guarda no seu gabinete para a cheirar amiúde, certificando-se do seu bom estado e se está pronta a usar!

Avé Grande Relvas! César dos Assuntos Parlamentares e de se meter em todos os bedelhos!

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economia, Política

Contra a Voz do Dono!

A fusão do Estado com o Poder empresarial não é democracia!

Chama-se FASCISMO!

Diz o comentador lúcido e bem informado, de que colocamos no final um link.

O fascismo só se torna terrorista quando necessário. Vai exercendo outras formas repressivas e legalizando-as. Mais de uma vez o dissemos e repetimos: entre a justiça e o direito, o quadro legislativo em que nos encerram, a relação é muito ténue. O direito é SEMPRE o direito do mais forte à liberdade, os mais fracos perdem-na progressivamente se não lutarem contra as leis que os violentam!

Outra realidade que se deve relembrar sempre é que o mercado livre é uma ficção! Por detrás da mão invisível dos mercados está sempre a mão visível do Estado. Quando o Estado se demite das funções sociais e se põe ao serviço do grande capital financeiro e especulativo perde autonomia, submete-se aos ditames dos chamados mercados, esse deus ex-machina do estado actual do capitalismo monopolista. Legaliza a especulação financeira. Permite a usura e a agiotagem. Basta dar uma olhadela para os juros especulativos que os mercados impõem e, sobretudo, deixam que eles imponham! Quando se apoia a banca com mais de quatro mil milhões de euros, (a tão falada dívida grega é 12,5% desse valor!!!) como Durão Barroso revelou, a juros praticamente zero, para a banca os ir emprestar aos Estados e às empresas a juros altíssimos e insuportáveis, fica tudo explicado. Como também se explica porque é que quase ninguém fala disso. É a manipulação diária e sistemática da opinião das pessoas para que aceitem uma inaceitável realidade que não corresponde à realidade. Continuar a ler

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Media, Política

Silêncios de Chumbo

Enquanto os meios de comunicação social nos entretém com o sobe e desce das bolsas mundiais ( como se a actividade económica e financeira se resumisse a isso) depois do Cristiano Ronaldo, com aquela cara de bronco espalhador de banalidades dizer que é assobiado por “ser rico, jogar bem futebol e ser bonito” (gaba-te cesto!) e antes de Passos Coelho, com ar de quem ter ir a correr para a casa de banho, dizer que o buraco da Madeira “é uma irregularidade grave” e remeter “questão-da-confiança-politica para Psd-Madeira-e-eleitorado-da-Madeira” (não vá o Jardim dar-lhe umas nalgadas), no intervalo de se ver os ditos rebeldes líbios dispararem rajadas para o ar e massacrarem apoiantes e supostos apoiantes do coronel para não lhe ficarem atrás em brutalidade, solicitando que a Nato continue a bombardear indiscriminadamente tropas ainda fiéis ao ditador Kadhafi e todos os civis que não conseguiram fugir ao inferno, enquanto se espera ouvir o silêncio do mi-nis-tro-gas-par-a-di-ge-rir-os-mi-lha-res-de-mi-lhões-que-de-sa-pa-re-cem-no-ca-mi-nho-ma-ri-ti-mo-pa-ra-a-ma-dei-ra-fin-gin-do-não-po-der-fa-lar-po-ter-o-e-só-fa-go- en-tu-pi-do-por-um-ca-cho-de-ba-na-nas (com medo que Jardim o pregue na cruz do défice), à espera de mais umas trivialidades á meas de um comentador avulso, há um silêncio pesadíssimo, um silêncio de chumbo sobre os movimentos populares relevantes que vão acontecendo por todo o mundo, que vão abrindo fissuras na ordem estabelecida de que eles serventuários barricados numa falsa ética jornalística, entrincheirados nos critérios jornalísticos que não são mais que uma efectiva censura sem lápis azul visível. Continuar a ler

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Geral

Encarte de Cassetes

Antes das eleições, durante as eleições, depois das eleições, toneladas de comentários, dezenas de comentadores cada cor, seu paladar.

MENTIRA!!! Quase todos da mesma cor, variam as graduações dentro do mesmo tom, quase todos com o mesmo paladar, sabem a nada ou a muito pouco, desfilam zumbizando o esperado, repetindo-se, repetindo-se a encher chouriços do mais aplainado excogitar.

Cassetes do pensamento dominante. Praga de
proclamados e auto proclamados fazedores de opinião, propagandistas do pensamento formatado.

Por mais zapping que se faça, por mais textos de opinião que se cortem na diagonal, não sai nada. Daquelas cabeças não sai nada mais espesso que um papel de mortalha.

Uma curiosidade, tudo ao molho quanto é que é que o papaguear daquela gente custa por mês? Nas televisões privadas que se lixe, não será bem assim mas…agora na pública sai dos nossos bolsos, o que a somar aos ordenados excessivos que aqueles fulanos que todos os dias estampam o alçado principal nos ecrãs, deve ser uma conta preta, paga por todos nós! Por ali não passa austeridade?

Para acalmar a justa indignação do povaréu fala-se em privatizar a RTP. É mais um serviço aos que já dominam, directa e indirectamente, a comunicação social para continuar o processo de domesticar a malta! Aquilo é mau, muito mau mas ainda é nosso, podemos e devemos alterar o que por lá se passeia. Calá-la é fechar é entaipar uma porta que está lá e pode ser aberta!

Enquanto isso não acontece tudo é igual, tudo vai mal, no deserto das ideias dos opinadores da comunicação social, salvo raríssimas excepções!!!

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Costumes

LIXO

Nunca supus que, algum dia, viria a falar deste assunto.

Depois de mais de oito dias em que jornais, rádios e televisões abriam ou tinham na primeira página relatos minuciosamente sórdidos sobre o assassinato de um homúnculo por um jovem pouco recomendável, o assunto volta a adquirir relevância nos meios de comunicação social, agora espreitando o buraco da fechadura do julgamento.

Na primeira volta era indignante o tempo que se ocupava, o dinheiro que se gastava em directos e enviados especiais a Nova Iorque para fazerem a exposição da miséria humana. Registe-se que durante esse período, enquanto se gastavam páginas de jornais, horas de rádio e televisão com essa merda, a morte de Victor Alves, um capitão de Abril influente em todo o curso da Revolução, foi despachada quase por obrigação. Uma náusea.

Novamente as peripécias do caso assaltam a comunicação social. A cambada de jornalistas, quando não estão dedicados à manipulação política, seja nacional ou internacional, dedica-se de alma e coração a esse assunto ou assuntos correlactos do mais diverso teor, da política ao futebol. Nenhum deles, os corpos redactoriais são todos cúmplices nessa situação, tem a coragem de dizer que se trata de um crime efectuado por um jovem que se pendurou num idoso execrável, para explorar os seus supostos contactos nacionais e internacionais com a sofreguidão de iniciar uma carreira na moda, onde pensava conseguir obter dinheiro fácil e rápido. Nenhum desses labruscos jornalistas tem a coragem de dizer que o suposto colega ganhava a vida e adquiria influência mexericando as detracções dos excrementos que inundam as mundanidades. Nenhum jornalista se insurgiu contra aquela ideia calhorda de dar nome a uma rua de Lisboa ao assassinado. Também nenhum fez sequer uma nota de rodapé quando os deputados municipais por Lisboa do PSD e do CDS, na mesma sessão em que foi aprovado por unanimidade atribuir o nome de Vasco Morgado a uma rua de Lisboa, chumbaram a proposta do PCP de o nome de Rogério Ribeiro, um intelectuais relevante, um dos maiores pintores portugueses do século XX, um dos reformadores do ensino de Belas-Artes, um dos grandes divulgadores da arte contemporânea, figurar numa rua de Lisboa. Muito seguramente era nessas bandas que pensariam, não sem razão, colher apoio para iniciativa tão malcheirosa.

Isto mais a crise económica, social e política tornam o ar irrespirável. Fazem de Portugal um lugar mal frequentado, mal cheiroso. Se não fosse a vontade de fechar o punho, de lutar, de não ficar para trás deveríamos esvaziar o país, emigrar para a lua ou melhor, para nunca desistirmos de lutar, sonhar é que damos o braço a Manuel Bandeira, vamos retemperar forças físicas e mentais, com ele iremos para Pasárgada Continuar a ler

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Política

É fartar vilanagem!

Um dos papagaios que peroram a torto e a direito na televisão, há sempre um cheque à sua espera na tesouraria, é o presidente do Conselho Directivo do ISEG, Professor Doutor João Duque. É vê-lo a cavalgar, integrado na brigada que faz cargas de cavalaria armada com a cartilha neo-liberal, a cortar, a grossas espadeiradas a torto e a direito, nos vencimentos da função pública e nos investimentos, abrindo as goelas com o grito de guerra do aumento de impostos, desfraldando os pendões das privatizações e das parcerias público-privadas.

Em Maio deste ano, esse senhor, presidente do conselho directivo do Instituto Superior de Economia e Gestão, produziu um despacho contratando, “por conveniência urgente, para exercer as funções de Professor Catedrático Convidado, a tempo parcial 0 %, além do quadro do Instituto, com efeitos a partir de 1 de Setembro de 2008”, Eduardo Catroga. Acrescenta sibilinamente, não carece de visto prévio do Tribunal de Contas. Está-se mesmo a ver que andaram a fazer contas para não ultrapassar a fronteira em que seria exigido passaporte do TC. Para quem passa a vida a clamar por transparência, estamos conversados.

Algumas questões? Esse tal Catroga não acumula reformas e outros vencimentos? Não recebe da CGA  mais de  9.000 euros/mês? Não é administrador da Sapec e da Nutrinveste?

O que quer dizer tempo parcial 0 %? Aparentemente nem precisa andar pelos corredores do ISEG, de mãos nos bolsos a assobiar! Para qualquer leigo tempo parcial 0 % é não fazer mesmo nada. Se é assim, porque é que se paga retroactivamente, desde 2008, por não fazer nada?

João Duque, parceiro de Catroga naquele grupo de gente que foi dar conselhos a Passos Coelho e regular emissor de sentenças nos meios de comunicação social, pagos para nos atazanarem os ouvidos com receitas tão boas como as do Professor Karamba, deveria explicar essa “conveniência urgente” e o que anda a fazer Catroga 0 %, desde 2008!

Um bando de videirinhos à solta, sangessugando Portugal.

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Política

Serviço Público

— Dr. Daniel Proença de Carvalho, o senhor está muito preocupado com a crise?

— Estamos todos preocupados blablablabla o projecto farol blablablabla as empresas deviam pagar menos impostos blablablabla a globalização a competividade as empresas deviam pagar menos impostos.

— Não acha que os portugueses sofrem muito com a carga fiscal?

— Pois sofrem blablablabla o projecto farol blablablabla as empresas deviam pagar menos impostos blablablabla a globalização a competividade as empresas deviam pagar menos impostos.

— O futuro do país, de todos e sobretudo dos jovens está muito díficil?

— Claro blablablabla o projecto farol blablablabla as empresas deviam pagar menos impostos blablablabla a globalização a competividade as empresas deviam pagar menos impostos.

— O senhor está muito empenhado em que Portugal vença a crise?

— Sim, por isso é que além do meu trabalho de advogado, sou administrador não executivo em já nem sei bem quantas empresas, mas são várias, onde vou assistir aos conselhos de administração blablablabla e pagam-me mais ou menos sete mil euros por cada aparição blablablabla.

— Vai lá incentivá-los a ultrapassar a crise?

— Por sete mil euros cada vez que me sento à mesa da administração blablablabla as empresas deviam pagar menos impostos blablablabla a globalização a competividade as empresas deviam pagar menos impostos.

— Muito obrigado Dr. Daniel Proença de Carvalho foi muito esclarecedor

— Sou sempre muito esclarecedor blablablabla o projecto farol blablablabla as empresas deviam pagar menos impostos blablablabla a globalização a competividade as empresas deviam pagar menos impostos.

A RTP não me paga sete mil euros por este blablablabla, é isso que estou habituado a receber por cada blablablabla.

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