Geral

Terrorismos

SATURNO

Saturno devorando o seu filho, pintura de Goya

Há dezenas de anos que a barbárie terrorista campeia pelo mundo. Manifesta-se das mais variadas formas e com as mais diversas vítimas. Sejam humanas ou materiais. Agora, a memória do atentado ao Charlie Hebdo ainda não faleceu,  mais de cem mortos em Paris,há um mês mais de 250 pessoas num avião que foi sabotado,as duzentas crianças recentemente massacradas na Síria pelos mesmos bárbaros que todos ou quase todos os dias rebentam bombas, disparam indiscriminadamente no Iraque, na Síria, no Iemen, no Afeganistão, no Líbano. Por todo o Médio-Oriente e África. Também não devem ser esquecidos os Budas dinamitados no Afeganistão ou a destruição que tem sido efectuada na cidade de Palmira.

Os estados emocionais que provocam são variáveis. Não o deviam ser, para que a condenação e a memória não se torne flutuante. Todos nos devemos defender do terrorismo que o terrorismo origina. Com o medo que esse terrorismo brutal provova, dissemina~se o terrorismo xenófobo, aduba-se a sua retórica. Suporta-se e aceita-se  o aumento de políticas securitárias a caminho de um novo maccartismo. Dois terrorismos, ou se quiserem as dezenas de terrorismos de fardas e emblemas diversos, acabam por se alimentar  uns aos outros, com a fúria de devorarem a liberdade, as liberdades. O pavor, o medo que espalham tem efeito perverso e muitísimo perigoso, se a isso não estivermos atentos. Querem que nos tornemos autofágicos das nossas próprias liberdades.

Não é por ser aqui ao lado em Paris, nem por o número de vítimas ser superior a uma centena, de se quantificar e qualificar os atentados que deve aumentar a temperatura da nossa indignação e condenação. Deve ser a mesma se tivesse sido no deserto de Gobi e vitimado uma só pessoa. A barbárie é a mesma e deve ser combatida com igual determinação.

Nos últimos anos o terrorismo com a bandeira islâmica é real, a mais vísivel e tem aumentado. Também tem sido utilizado, armado e financiado ao sabor de conveniências e oportunismos políticos  que não se devem esquecer ou travestir. Causa alguma perplexidade ouvir as condolências e a condenação dos atentados em Paris feito por Erdogan que tem treinado, armado e financiado, directamente ou indirectamente o Estado Islâmico, deixando que a Turquia seja a principal rota do petróleo contrabandeado pelo Estado Islâmico, uma das suas principais fontes de rendimento.. Ou ouvir o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita enviar condolências aos framceses declarando que os atentados de Paris contradizem todas as normas éticas e morais, assim como as leis de todas as religiões, quando no seu país quem entre com uma bíblia, mesmo para uso pessoal, é preso. Um país que tem um sistema judicial pior que medieval em que se chicoteia, degola, crucifica em nome da religião e onde a sharia é lei. São desse calibre os aliados do ocidente conduzido pelos EUA, em diversas aventuras no Médio Oriente, para manterem a hegemonia política enquanto a económica se esboroa. A brutalidade da barbárie terrorista, a sua dimensão e extensão são alarmantes. Não só na Síria e Iraque que estão mais na ordem do dia, é bom não esquecer que na Ucrânia há batalhões de jihadistas a lutar em coordenação com as mílicias nazi-fascistas, que é altamente intranquilizante. O nível de preparação militar e organização política que crescentemente demonstram, tornam o combate a essa horda de uma urgência que deve, devia ultrapassar divergências e cálculos políticos a qualquer prazo, numa luta comum que é uma luta civilizacional.

Não se deve perder memória de como tudo isto foi avançando passo a passo. Com que cumplicidades se cimentou. Mas a gravidade da situação é tal que não se pode perder tempo com recriminações. O tempo que se perde a apontar o dedo para esses factos, que são reais e não devem ser rasurados, é tempo que se perde na luta urgente de arrancar pela raiz o mal que, de um ou outro modo, mais longe ou mais perto nos cerca, nos assalta. O inimigo é letal, tem um objectivo que persegue cegamente e sem grandes hesitações. É um animal raivoso e determinado que ataca mesmo as mãos que, directa ou indirectamente, o alimentam ou o alimentaram. O recente atentado em Ankara, com centenas de vítimas, é a mais clara demonstração disso.

O risco que ocorram mais golpes terroristas, cada vez  mais bem planeados e executados, mais dificeis de prevenir é um facto.. A curto prazo, mesmo a muito curto prazo, o maior risco é esse terrorismo alimentar o terrorismo de uma direita ultra momtana, de raiz nazi-fascista, que tem crescido a olhos vistos na Europa Uma direita que se vai  impondo  sentada ao colo do nosso medo e das irracionalidades que origina, escamcarando as portas para os ódios mais primários, mesmo paradoxais. Não podemos deixar que a história se transforme numa pintura negra em que, por temor ou omissão colaboramos, quase sem darmos por isso. Combater e condenar o terrorismo é o mesmo combate de combater todas as políticas de cariz fascista que o dizem combater impondo outro terrorismo.

Advertisement
Standard
Geral

John McCain, O Estado Islâmico, O Comentário de um leitor

McCain

Li no meu “smartphone” um comentário de Manuel Rodrigues ao meu post “O Califado Islâmico e os Estados Unidos da América”. Queria-o aprovar para lhe responder. Por um lapso e pouca destreza nessas manipulações, são dois “botões” Aprovar/Spam,contíguos, carreguei em spamj. Apaguei, contra vontade, o comentário de Manuel Rodrigues. Tentei em vão recuperá-lo. Por outras actividades fui adiando a resposta que, hoje faço por considerar importante esclarecer alguns pontos.

O comentário de Manuel Rodrigues, cito de memória,me cingindo-me ao essencial do seu comentário tem dois pontos centrais:

1- Michel Chossudovsky, seria um louco com a mania da perseguição e por isso foi demitido da universidade

2- A foto que anexei de John McCain, em que também figurava Abu Bakr al-Baghdadi, o actual proclamado Califa do Estado Islâmico era uma hoax, pelo que eu deveria ter , no futuro cuidado com as minhas fontes de informação.

  1. Michel Chossudovsky, foi demitido da Universidade onde ensinava por causa de se opor ao pensamento dominante nas suas múltiplas faces e intervenções, não por ser louco” nem ter “a mania da perseguição”. È por essa ser a prática comum, normal, regular das universidades norte-americanas e canadianas, quando se ultrapassam as linhas consideradas admissíveis, pela “democracia”, num determinado momento histórico. Alain Badiou, num seminário sobre Platão, na École Normale Superieur, em 2008, fez uma interessantíssima consideração sobre esse tema:”O objectivo da propaganda inimiga não é aniquilar uma força existente (função que em geral é confiada às forças da polícia) mas antes aniquilar uma possibilidade desapercebida da situação”. Por isso a propaganda inimiga de uma política emancipatória ou que ponha em causa alguns dos seus aspectos estruturais , que coloquem em questão as suas acções, as suas estratégias que visam perpetuar o eatado das coisas, uma convicção resignada de que o mundo em que vivemos, sem ser o melhor dos mundos, é o único possível. Quando se ultrapassam as linhas demarcadas, põe-se em marcha sistemas de força, em último recurso o uso das forças policiais. Quando consideraram que Michel Chossudovsky tinha ultrapassado o ponto em que já não era só perigoso quanto baste, demitiram-no, o primeiro passo da intimidação. O processo é conhecido, lembre-se Norman Finkelstein, também professor emérito, demitido da universidade onde ensinava, State University of New York por ter enfrentado o poderosíssimo lobie judaico dos EUA, publicando o livro “ A Indústria do Holocausto- Reflexões sobre a Exploração do Sofrimento dos Judeus”. Filho de sobreviventes do gueto de Varsóvia e dos campos de concentração nazis, anti-sionista convicto, faz uma fundamentada denúncia dos mecanismos de que os sionistas se servem para retirar proveitos tanto económicos como políticos. do Holocausto. É mais um judeu a quem a direita, a extrema direita judaica e os seus aliados não perdoam, como não perdoaram a Hanna Arendt e a Michel Chossudovsky. Uma longa linhagem de académicos, jornalistas, políticos que o Império e seus aliados pretendem silenciar, usando dos arsenais de que dispõem, usando-os nas doses que consideram necessárias em cada caso.

    Manuel Rodrigues deveria ler “Globalização da Pobreza” de Michel Chossudovsky. Leia a entrevista que deu ao I avisando para os perigos de uma 3ª guerra mundial. Verá que louco não tem nada. Agora, até Paul Craig Roberts, antigo membro do governo Reagan, considera a 3 ª Guerra Mundial, uma possibilidade real. Mais real, quando o dólar perde terreno aceleradamente. Na última semana mais um país deixou de comerciar com a China em dólares, a Alemanha. A lista começa a ser extensa e a atingir insuspeitos países. O desmoronar do império , assente no petrodolar, no dolar como moeda de troca e de reserva mundiais, está cada vez mais iminente. Demorará anos, quantos será díficil prever. Só que o império é a maior potência militar, dispondo de uma extensa rede de bases militares espalhadas por todo o mundo.

  2. As minhas fontes de informação são variadas. Achei interessante e bem sintetizada a situação nos 26 pontos em que por Michel Chossudovsky as fixou. Acabam por estar todos contidos nos artigos publicados no The Independent de Robert Fisk, provavelmente o mais bem informado jornalista e comentador político em questões do Médio Oriente. Não sei se algum daqueles pontos lhe merece contradita, ou mesmo todos, o que se pode pressupor do modo como classifica o autor, arrumando de uma penada o assunto.

  3. A foto de John McCain, não foi logo denunciada como uma montagem. O primeiro passo foi o do senador, meios próximos do senador, alegavam que nessa e outras fotos, como outra onde figura Mohammad Nour,, da Frente Tempestade do Norte ,da Al-Nosra, a Al-Qaeda da Síria, se terem infiltrado e John McCain não os conhecia. Vamos admitir que essa versão é verdadeira. John McCain poderia não os conhecer mas as fotografias foram publicadas na sequência de reuniões com o estado maior do Exército Sírio Livre (ESL) organizadas pela Syrian Emergency Task Force (SETF), curiosamente uma organização sionista dirigida por um funcionário palestino Mouaz Moustafa, um perito do Washington Institute for Near East Policy, uma das várias organizações criadas AIPAC, o lobie pró-israelita nos EUA.

    John McCain foi, ilegalmente à Síria, a convite SETF, reuniu-se, nos arredores de Idleb, em 27 de fevereiro o estado-maior do chamado Exército Sírio Livre. O comandante era o general Salim Idriss, um dissidente do regime de Assad. Nessa altura faziam parte desse estado- maior, o braço sírio da Al Qaeda e do EIL. Todos figuram nessa fotografia agora “denunciada” como montagem. O que seria muito estranho é que os membros do estado-maior do Exército Sírio Livre não participassem nessa reunião. John McCain, na sequência dessa reunião afirmou que os responsáveis do Exército Livre da Síria, “eram moderados em que se podia confiar”(…)”a organização era composta exclusivamente por sírios, que combatiam pela liberdade contra a ditadura alauíta”. Isto numa altura em que já era claro que brigadas de jihadistas, cometiam barbaridades na luta contra as forças governamentais da Síria.

    Refira-se que, embalados pelo apoio e financiamento dado pelos EUA directa e indirectamente ao Estado Islâmico, a Arábia Saudita, segura, forte e antiga aliada dos EUA na região, reivindicou, no seu canal público de televisão, Al-Arabiya, que o Emirado Islâmico estava colocado sob a autoridade do príncipe Abdul Rahman al-Faisal, irmão do príncipe Saud al Faisal (Ministro dos Negócios Estrangeiros) e do príncipe Turki al-Faisal (embaixador saudita nos Estados Unidos e no Reino Unido). Agora também se demarcam.

    Sublinhe-se que um mês antes, Ibrahim al-Badri, com o nome de guerra Abu Bakr al-Baghadi, tinha criado o estado Islâmico do Levante (EIIL) , continuando a pertencer ao “muito moderado” estado-maior do Exército Sírio Livre. Sublinhe-se também que desde 4 de Outubro de 2011, Ibrahim al-Badri, também conhecido por Abu Du’a, figura na lista dos cinco terroristas mais procurados pelos EUA, que ofereciam uma recompensa de 10 milhões de dólares a quem ajudasse à sua captura. Nem o Exército Sírio Livre, nem a Syrian Emergency Task Force, nem o senador nem os seus acompanhantes reclamaram a recompensa. Pelo contrário cosnspiravam contra o regime sírio com esse membro efectivo do “muito moderado” estado maior do ESL.

    Mais tarde, John McCain numa entrevista à Fox News admite estar em permanente contacto com as forças que combatem Bashar al-Assad. nomeadamente o EILL. Dá o exemplo da sua experiência no Vietname, para reforçar a ideia que se deve continuar a apoiar todas as forças rebeldes no terreno, que lutam contra a República Síria. Será uma montagem da Fox News?McCainObama

  4. John McCain, candidato derrotado por Obama em 2008, agora como seu opositor, tem a melhor cobertura que poderia ter. Continua a viajar por todo o mundo, excepto países onde por causa das suas actividades a sua entrada está interdita trabalhando de facto como um agente da política de Washington. É o homem político dos EUA que mais viaja. Está em todas, seja na Venezuela num falhado golpe de estado contra Hugo Chavez, na Ucrânia com um bem sucedido golpe de estado contra Vytor Yanukovych, seja nas “primaveras árabes”

    É presidente do International Republican Institute (Instituto Republicano Internacional-ndT) (IRI), uma ONG que é o ramo republicano do NED/CIA , desde Janeiro de 1993. Essa pretensa «ONG» foi criada, oficialmente, pelo presidente Ronald Reagan para alargar certas actividades da CIA, em cooperação com os serviços secretos britânicos, canadianos e australianos. Contrariamente às suas alegações é, de facto, uma agência inter-governamental. O seu orçamento é aprovado pelo Congresso, numa rubrica orçamental dependente da Secretaria de Estado Homem sem escrúpulos, e um consumado manipulador, Se os seus interlocutores aprovam as políticas da Casa Branca, promete-lhes auxílio, se as combatem, atira as responsabilidades para cima do presidente Obama.

    A sua ligação à Síria, não sendo recente, tem um ponto próximo importante em 4 de Fevereiro de 2011 quando se reuniu, no Cairo, para apoiar o eclodir das primaveras árabes na Líbia e a Síria. Foi um dos destacados participantes nesse encontro, presidindo a algumas sessões desse simpósio. Entre outros destacados participantes estava Mahamoud Jibrill, antigo número dois do governo de Kadhafi, e uma larga delegação da oposição síria no exílio.

    A 22 de Fevereiro estava no Líbano com membros da Corrente do Futuro, partido de Saad Hariri que encarregou de supervisionar as transferências de armas para a Síria. Foi inspeccionar a fronteira libanesa-síria. Escolheu Ersal e algumas outras aldeias para servirem de base da retaguarda da guerra que se ia desencadear.

  5. Nos tempos mais próximos o califado apelida o senador McCain de “inimigo” e “cruzado”. O senador contra atacou rapidamente, publicando um comunicado em que qualifica o Emirato de ser “o mais perigoso grupo terrorista do mundo”. Dessas cambalhotas John McCain tem vasta experiência. Ontem inimigos, hoje amigos, amanhã, novamente inimigos, depois de amanhã logo se verá.

    No Cairo, a regar e adubar as primaveras árabes, também esteve reunido com dois membros do International Republican Institute, John Tomalaszewki e Sam LaHood, que tiveram que se refugiar na embaixada dos EUA acusados de pertencerem ao comité, em que participavam os Irmãos Muçulmanos, que preparou o golpe que derrubou Hosni Mubarak. Foram libertados por Mohamed Morsi, quando este se tornou presidente e antes de ser preso e dos Irmãos Muçulmanos serem agora podados de terroristas. Não conhecemos nenhuma declaração de John McCain declarando os Irmãos Muçulmanos terroristas.

    A galeria entretém-se com estes inquietantes espectáculos públicos e gratuitos que levantam nuvens de areia para os palcos onde movem os peões dos tabuleiros geo estratégia do império que não têm quaisquer escrúpulos ou ética.

Standard
Geral

O CALIFADO ISLÂMICO e os ESTADOS UNIDOS da AMÉRICA

Michel Cossudovsky, Professor Emérito da Universidade de Otava, Canadá, destacado economista, escritor e investigador, professor convidado em universidades de todo o mundo, conselheiro de governos de países em desenvolvimento é, desde 1999, um activo participante na Fundação Transnacional para a Luta pela Paz. Em 2001 fundou o Centro de Investigação da Globalização (CIG). Em Portugal tem um livro editado A Globalização da Pobreza, a Nova Ordem Mundial.

Agora, no âmbito da sua actividade no CIG, publicou na página da internet desse instituto um estudo sobre a relação entre o Estado Islâmico (EI) e os Estados Unidos da América (EUA), que sintetizou em 26 itens-conceitos, em que expõe com clareza os factos que fundamentam a sua opinião

md-criacao-califado-islamico1

O ESTADO ISLÂMICO (EI)

  1. A Al Qaeda e as organizações a que deu origem, foram apoiadas pelos EUA durante quase quarenta anos, quando se iniciou a guerra afegã-soviética (1979-1989)

  2. num período de dez anos, entre 1982-1992, crca de 35 000 jihadistas, oriundos de 43 países, foram recrutados para a jihad afegã e trinados nos campos de treino da CIA no Paquistão. Milhares de anúncios, pagos pelos EUA, foram colocados em meios de comunicação social de todo o mundo, motivando os jovens para a jihad.

  3. A universidade de Nebraska (EUA) publicou livros de promoção do jihadismo, que foram distribuidos nas escolas do Afeganistão, daquela época

  4. Osama bin Laden, o terrorista “número 1” para os EUA, foi recrutado pela CIA em 1979, quando se iniciou a guerra jihadista patrocinada pelos EUA contra a União Soviŕtica no Afeganistão.Teria 22 anos quando terminou o seu treino no campo de guerrilhas da CIA

  5. Ronald Reagan, quadragésimo presidente dos EUA, chamou aos terroristas da Al Qaeda de “combatentes da liberdade”. O governo dos EUA forneceu armas às brigadas islâmicas para a sua luta contra a União Soviética. A mudança de regime no Kremlin, levou ao fim do regime secular no Afeganistão.

Reagan

Ronald Reagan reunido com os “combatentes pela liberdade”antes de serem “terroristas” parsa voltarem a ser “combatentes pela liberdade” e novamente “terroristas” e novemente…

  1. O Estado Islâmico (EI)começou por ser uma entidade filiada na Al Qaeda, criada pelos serviços secretos norte-americanos, com ao apoio do MI6 britânico , a Mossad israelita e os serviços secretos do Paquistão e da Arábia Saudita.

  2. As brigadas do EI pariciparam com o apoio dos EUA e da NATO na guerra civil na Síria contra o governo de Bashar al Assad.

  3. A NATO e altos funcionários turcos foram os responsáveis pelo recrutamento dos militantes do Estado Islâmico e da al-Nusra(grupo radical islâmico) desde o inicio do conflito na Síria em 2011.

  4. Nas fileiras do EI há uma representação do exército e dos serviços secretos ocidentais. Por isso o MI6 britânico participou no treino dos rebeldes em território sírio.

  5. Num noticiário da CNN de 9 de dezembro de 2012, um alto funcionário dos EUA e vários diplomatas de topo, admitiram que os EUA e alguns aliados europeus enviaram militares especializados em armas químicas, para treinarem os rebeldes sírios a usarem as armas quimicas dos arsenais da Síria.

  6. A prática do EI de decapitações faz parte do treino e dos programas de treino dos jihadistas por especialistas da Arábia Saudita e Qatar

  7. Ã Arábia Saudita, aliado de primeira linha dos EUA, libertou das suas prisões milhares de condenados com a condição de se juntarem às fileiras da EI, pra lutarem contra Assad na Síria.

  8. Israel apoiou as brigadas do EI e da al-Nusra nos Montes Golã, um território disputado pela Síria e por Israel (que o ocupou de pois da guerra dos seis dias). Em fevereiro de 2014, o primeiro ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou um hospital na fronteira e apertou as mãos de rebeldes sírios feridos.

benjamin

O primeiro-ministro israelista Benjamin Netanyahu desejando as melhoras a um “terrorista”quando  voltou a ser um “combatente pela liberdade”

SÍRIA e IRAQUE

  1. O EI funciona como guarda avançada militar dos interesses dos EUA e seus aliados, provocando o caos político e a destruição económica da Síria e do Iraque

  2. O actual senador dos EUA John Mccain teve uma reunião com os líderes terroristas jihadistas militantes do EI, na Síria.

  3. O Estado Islâmico, que supostamente resiste aos bombardeamentos da coligação liderada pelos EUA, continua a receber ajuda militar secreta dos EUA

  4. Os bombardeamentos dos EUA e seus aliados têm sido mais dirigidos às infraestruturas económicas, particularmente fábricas e refinarias petrolíferas.

  5. O projecto do Califado integra-se perfeitamente na agenda da política externa dos EUA, que desde há muitos anos tem o objectivo de retalhar o Iraque e a Síria, em três territórios separados, uma República Curda, um Califado Islâmico Sunita e uma República Xiita.

jMccain

O senador John McCain, em 2012, reuniu-se na Síria com os “combatentes pela liberdade”,dando-lhes total apoio. Entre eles Abu Bakr al-Baghdadi, antes de ser proclamado califa.O apoio do senador deve ter sido decisivo para esse”combatente pela liberdade” assumir esse cargo de um estado, por enquanto, “terrorista”

A GUERRA CONTRA O TERRORISMO

  1. A guerra contra o terrorismo, uma campanha iniciada em 2011 pelos EUA e outros membros da NATO apresenta-se como um “choque de civilizações”, quando na realidade persegue objectivos económicos e estratégicos.

  2. Os EUA apoiou secretamente entidades filiadas na Al-Qaeda no mMédio Oriente, África Sudsahariana e Ásia para criar conflitos internos e destabilizar paises independentes

  3. Entre esses grupos estão o Boko Haram na Nigéria, o Grupo de Combate Islâmico na Líbia, o Jemaah Islamiya na Indonésia

  4. As organizações filiadas na Al Qaeda na região autónoma de Xinjiang Uigur na China, também recebem apoio norte-americano. O objectivo declarado das organizações jihadistas é estabelecer um califado islâmico no oeste da China.

  5. O paradoxo consiste em que enquanto o EI cresceu graças ao apoio norte-americano, o objectivo estratégico dos EUA, é a luta contra o islamismo radical do grupo jihadista.

  6. A ameaça terrorista é uma criação puramente dos EUA, promovida por outros governos ocidentais e pela comunicação social. O suposto objectivo da protecção da vida dos cidadãos, promove uma violação maciça das libardades civis e da privacidade pessoal.

  7. A campanha antiterrorista contra a Al Qaeda e o Estado Islâmico tem contribuído para a demonização dos muçulumanos que são associados às inomináveis crueldades dos jihadistas

  8. Quem questionar a “guerra contra o terrorismo” é declarado terrorista ao abrigo das numerosas leis aprovadas na úlktima década nos EUA.

Standard
Geral, Guerra, Internacional

A guerra que nos espreita

ImageHoje, dia em que se realizou uma manifestação frente à embaixada de Israel em Lisboa, de solidariedade com a Palestina contra a agressão na faixa de Gaza, inserimos este sarcástico cartoon, publicado no The Independent, de 19 de Novembro, e que antecedia um excelente artigo de Yasmi Alibhai-Brown, intitulado Don´t forget Britain’s betrayal of Palestine,  na sequência de outro excelente artigo de Robert Fisk, provavelmente o jornalista mais bem informado sobre as questões do Médio-Oriente, As Israel and Hamas open the “gates of hell” in Gaza. Por cá a informação é o que sabemos, com a excepção de José Goulão no Diario.Info.

Sem esquecer o Holocausto, mas não esquecendo os milhões de não judeus igualmente mortos nos campos de concentração nazis, devemos condenar veementemente o sionismo que tem inegáveis traços fascizantes que se tentam travestir e esconder debaixo do enorme tapete das perseguições milenares aos judeus, que tiveram a sua expressão industrial nas camaras de gás hitlerianas.

Israel vive confortavelmente com a imagem fraudulenta de um milagre económico  adubado por biliões de milhões de dólares  e falsamente atribuído aos sacrifícios e  talentos de um povo eleito, cercado e perseguido por árabes sanguinários que têm o desplante de quer voltar para os territórios de onde foram brutalmente desalojados para que o povo ungido por Deus aí se instalasse, acalantado pela má-consciência ocidental. Com o beneplácito do Ocidente em geral e dos EUA em particular, organizaram um poderoso exército e são uma das potências nucleares mundiais. Não satisfeitos com o território que lhes foi ofertado com o sofrimento de centenas de milhares de árabe,  continuam a expandi-lo com uma criminosa política de colonatos. Controlam com mão de ferro esse bem muito escasso por aquelas paragens, a água. Continuam a viver à sombra do Holocausto que transformaram num rentável negócio.

Contam com apoios espúrios como o de Obama, recém-eleito para o exercício de um segundo mandato e que, para justificar o Prémio Nobel da Paz que lhe foi concedido em 2009, tem poupado a vida a dois perus por ano, no Dia de Acção de Graças. Já beneficiaram do perdão presidencial, oito perus! Um fartote para quem anda a matar selectivamente utilizando aviões não tripulados, apoia Israel em todas as suas agressões utilizando força militar brutal e desproporcionada. Obama que é uma ameaça à paz mundial, como se tem visto no Médio Oriente, por interpostos protagonistas, com Israel na linha da frente. Este assalto a Gaza, prefigura o ensaio a um ataque ao Irão.

A hipocrisia e o cinismo imperam! Nos últimos tempos é bem visível que tanto Israel como a Al-Qaeda, são objectivamente aliados dos EUA na luta pela preservação do império. Um de longa data e desde sempre, outro recente mas igualmente muito activo, como se está a ver na Síria, isto sem olvidar que o regime de Assad é autoritário e brutal, como quase todos dessa região, a começar pelos fieis amigos da Arábia Saudita. Só que a maioria dos massacres atribuídos às forças do regime tem sido perpetrados pelos radicais islâmicos e mercenários de várias origens a que enfaticamente chamam exército de libertação sírio. Tudo isto são passos na direcção de uma 3ª Guerra Mundial que tem alvos bem definidos e que nos ameaça. Fazer do mundo uma Gaza não é coisa que não entre nas conjecturas estratégicas do império. Pela paz devemos estar sempre mobilizados. Hoje contra a agressão sionista a Gaza, amanhã por qualquer outro motivo que a faça perigar . A guerra ronda-nos! Estejamos atentos e actuantes!

Standard
Internacional

O Grande Embuste

A NATO reconheceu que, por erro técnico, bombardeou um bairro residencial de Tripoli onde, presumivelmente, morreram 7 (SETE!!!) cidadãos civis!

Horas antes de a NATO ter realizado um magno inquérito que chegou a essa conclusão, jornalistas ocidentais independentes (!) tinham sido conduzidos pelas autoridades líbias, leais a Kadhaffi, ao local dos acontecimentos tendo verificado os estragos sem enxergaram nenhum sinal de bomba ou míssil!!!

Conclusão: desde o inicio dos bombardeamentos da NATO, por deliberação da ONU de 18 de Março, já lá vão três meses de bombardeamentos diários, a NATO só matou 7 (sete!!!) cidadãos civis , as outras dezenas de milhares são soldados, uma grande parte deles vestidos á civil.

Esta gente está tão confiante que a mentira resulta que faz estas cenas convictamente pensando que o resto do mundo é uma cambada de tontos e parvos que engolem todos os seus embustes!

O cinismo e a hipocrisia ultrapassam todas as fronteiras pensáveis. Esta gente fede e nós aturamos o seu fedor!!!

Standard
Geral

Circo Bin Laden

Há extraordinárias sequências, quase cinematográficas, para as bandas de Washington.

Uma semana atrás, Barack Obama mandou publicar a sua certidão de nascimento, para desmentir os norte-americanos que duvidavam que tivesse nascido em solo pátrio. As controvérsias costumeiras e o presidente em grande gozo a mostrar, no jantar anual com os correspondentes na Casa Branca, imagens da sua infância captadas por Walt Disney no Rei Leão, produzindo gargalhadas gerais na assistência.

Na sequência seguinte, Barack Obama com ar sério, de estadista determinado, pronto para o que der e vier, anuncia ao mundo o assassinato de Ussama Bin Landen.

O orgulho norte-americano explode, enquanto Obama segue atentamente a subida dos índices de popularidade. Em duas semanas o homem mostra o que quer. E o que quer é ser reeleito mostrando-se mais capaz que os republicanos a puxar do gatilho e a acertar no alvo. A fazer o que os outros não conseguiram em dez anos de guerras e políticas securitárias. Há já quem embandeire em arco pensando alto que a reeleição está no papo.

Poderá não estar, apesar desta sequência que nada deve ao melhor marketing. Há muitos anos que a auto-estima made in USA não estava tão em alta. A comunicação social de todo o mundo esmiúça o processo que conduziu à localização e ao abate de Bin Laden, sem que ninguém, pelo menos no que se tem lido, refira o que deve ter sido fulcral para esse sucesso: a participação dos serviços secretos paquistaneses, um estado dentro do estado, que devem ter decidido acabar com Bin Laden, depois de anos a protegê-lo. Os últimos atentados perpetrados pela Al-Qaeda no Paquistão, atingindo algumas mesquitas com forte implantação popular, devem ter sido a espoleta para os serviços secretos paquistaneses traçarem a sorte de Ussama Bin Landen, pondo-se completamente de fora.

Claro que este, mais que provável cenário, não convém ao Rei da Selva que agora ruge espanejando a juba a caminho das eleições.

Infelizmente para ele, não será o circo mediático que resolve os grandes problemas económicos dos EUA que se advinham insolúveis, tanto para democratas como para republicanos, porque ultrapassam em muito a sua capacidade de intervenção. Não é o receituário de uns ou de outros que tirará da decadência o império. Como não é a morte de Bin Landen, para lá do valor simbólico que tem, que irá acabar com o terrorismo internacional.

O Magrebe e o Médio-Oriente continuam agitados. A democracia continua distante em praticamente todos esses países, apesar das alterações que aconteceram. Curiosamente o que parece estar mais calmo, o Bahrein fê-lo por via da intervenção da despótica monarquia saudita. No Egipto nada de muito novo além dos militares continuarem a deter o poder e são os mesmos que estavam ao lado de Mubarak. Na Líbia não se sabe se Kadhaffi continua, como continua ou se é substituído por um outro Kadhaffi qualquer. A Síria e o Iémen continuam em polvorosa. Que adianta ou atrasa a morte de Bin Landen? Nada a não ser para consumo interno nos EUA.

Nada, enquanto os povos não tomarem o destino nas suas mãos. Cenários não do agrado do Ocidente que sempre preferiu a segurança de apoiar déspotas que deixam cair para apoiar os déspotas seguintes até se livrarem deles. Ou preferirem apoiar grupos que são dos mais conservadores e radicais com medo de apoiar as forças populares capazes de fazer uma verdadeira transição para uma sociedade mais justa e democrática. Desde os impérios francês e britânico sempre foi assim, e assim contínua.

Vícios políticos velhos, agravados por uma situação económica instável e em mutação.

Enquanto isso o circo Bin Landen ainda tem uma esperança de vida razoável. Lá mais perto das eleições será estreado um filme com o romance dos acontecimentos e o presidente a gritar Acção! Vai uma aposta?

Standard
Geral

O dia da partida ???

Hoje, no Egipto, será o dia de todas as decisões. È isso o que se vai lendo, ouvindo e vendo na comunicação social. Enquanto interrogamos a esfinge, a imprevisibilidade do que irá acontecer no futuro imediato e a prazo mais dilatado é enorme, sobre isso já aqui escrevemos, façam-se links a blogues que nos dão vários enfoques sobre o que acontece no Egipto, alguns até humorísticos, para a irmos entendendo.

A realidade e a importância estratégica do Egipto não se resolvem num dia e será muito convulsa nos tempos mais próximos. Não devemos esquecer, como já foi referido pelos editores do Diario.Info, o ensinamento de Lenine segundo o qual não há revolução social profunda vitoriosa, que dure, sem que a sua direcção seja assumida por um partido ou organização revolucionária. E tal partido não é identificável na rebelião árabe, marcada pelo espontaneismo.

Standard
Geral, Política

Furacão Árabe

Uma tempestade começa a atravessar o mundo árabe. Os primeiros sinais estoiraram em Argel com grandes manifestações contra a subida dos preços. Foram controladas pela repressão policial, até ver. Nos vizinhos dos lados o mau estar cresceu. Em Marrocos a monarquia, quase feudal, tenta evitar a ira popular controlando os preços. Na Tunísia as primeiras manifestações reprimidas brutalmente pelo partido de Ben Ali foram o primeiro passo para a explosão popular que pôs o ditador em fuga e recusou os primeiros governos propostos pelo primeiro-ministro, em que figuras do passado continuavam a desempenhar papel relevante. O povo permanece na rua exigindo o afastamento e a dissolução do partido de Ben Ali.

A inquietação dos EUA e seus aliados ocidentais com o rumo dos acontecimentos na Tunísia, acabou a disparar todas as sirenes de alarme quando as movimentações populares se estenderam ao Egipto, ao Iémen e têm uns fogachos na Jordânia.

Não é para menos. São todos firmes aliados do ocidente e da política dos EUA, da Nato e de Israel para essa região.Não se deve esquecer que na Tunísia, o RCD, o partido de Ben Alli, era membro da Internacional Socialista, de que foi expulso a correr quando o político tunisino já era uma inutilidade a voar para a Arábia Saudita. Ganhou em 2009 as eleições que os EUA e a União Europeia consideraram justas e livres. Como curiosidade lembre-se que foi para a Tunísia que Bettino Craxti, líder do Partido Socialista Italiano, fugiu quando foi acusado de corrupção e onde Mário Soares, então primeiro-ministro de Portugal, lhe fez uma visita para seu reconforto.

Se o rumo da Tunísia, do ponto de vista ocidental, é alarmante, o Egipto, pela sua importância política, militar e económica, pela sua situação geográfica, placa giratória da política dos EUA para África e Ásia, com uma fronteira incendiária com a Palestina, a faixa de Gaza onde o Hamas é dominante, e com Israel, torna-o centro de todas as atenções. O quadro político do Médio Oriente que irá certamente sofrer alterações na sequência do que ainda não se sabe irá acontecer, pode sofrer um abalo decisivo. Continuar a ler

Standard
Política

NÃO aos Buracos Negros da História

O presidente do Irão, Ahmadinejad atreveu-se na ONU a dizer o que há muito e muito gente questiona sobre os atentados de 11 de Setembro. Disse-o até de maneira moderada, à luz de outras suas declarações, ao contrário do que muitos jornais, mais papistas que o papa, noticiaram. Fê-lo contra-atacando quando o Irão tem sido, contínua a ser, alvo de ameaças de sanções por causa do programa nuclear que afirmam ser pacífico, contra a opinião, liderada pelos EUA, que duvida dessas boas intenções e procura demonstrar que o que Irão pretende tornar-se numa potência nuclear.

Ahmadinejad aproveitou a Assembleia Geral da ONU para dizer que o governo norte-americano não deve esperar que outros acreditem nas suas declarações enquanto não eliminarem todas as dúvidas dos que se interrogam sobre a autoria dos atentados de 11 de Setembro. Vai ao ponto de reclamar a composição de uma comissão de inquérito independente para analisar o que realmente aconteceu. Sem isso, todas as hipóteses são possíveis, sempre considerando que o 11 de Setembro foi trampolim para as guerras no Médio Oriente, em curso Iraque e Afeganistão e as que se preparam. O Irão considera-se um dos alvos. Cuidadosamente, não foi peremptório a acusar os EUA nem sequer lembrou precedentes, conhecidos de todo o mundo, que colocam em causa a credibilidade dos norte-americanos. Entre muitos, poderia ter dado o exemplo da explosão nunca explicada do cruzador USS Maine, em 1896, no porto de Havana. Morreram mais de trezentos marinheiros norte-americanos e foi o pretexto para os Estados Unidos declararem guerra a Espanha, de que Cuba era colónia. Ou os bombardeamentos, em 1964, dos contratorpedeiros USS Turner e USS Maddox no Golfo de Tonquim forjado pela administração Johnson para justificar o envolvimento directo dos EUA na guerra do Vietname para bombardear barbaramente o Vietname do Norte. Essa sangrenta farsa ficou incontestavelmente provada com documentos dos arquivos norte-americanos. A abertura dos arquivos mesmo controlada é perigosa, daí o nervosismo instalado com os documentos que a WikiLeads tem vindo a publicar sobre a guerra do Afeganistão.

Ahmadinejad levantou dúvidas, escudado nos muitos cientistas que, desde o primeiro momento, puseram em causa a implosão das Torres Gémeas. Principal argumento, a impossibilidade de um avião desenvolver energia térmica capaz de derreter a estrutura de aço das torres e a analise do padrão do seu desmoronamento. Em relação ao Pentágono, a ausência de destroços do avião que teria embatido no edifício. Tinha o objectivo evidente de por em causa a credibilidade dos EUA. A resposta foi imediata, os diplomatas estado-unidenses, acompanhados pelos diplomatas da União Europeia, abandonaram a sala em sinal de protesto.

Atitude interessante sobretudo se nos lembrarmos de como estiverem sentados, atentos e obrigados a ouvir a exposição de Colin Powell (na imagem deste post) quando munido de abundante material fotográfico e cinematográfico, espessos relatórios rigorosamente fundamentados, depoimentos peremptórios, etecetera e tal demonstrou inequívoca e irrefutavelmente a existência no Iraque de uma vasta rede de fábricas de armas de destruição maciça, com relevo para as biológicas e que foi o motor de arranque da invasão. Foram longas horas mostrando o que as tropas aliadas invasoras nunca iriam encontrar no terreno. Ninguém se levantou ou mesmo se atreveu a bocejar. Agora até parece que hoje ninguém se lembra dessa sessão espectacular que deixou o mundo e arredores paralisado de terror com tão séria ameaça.

Momento que aqui se lembra para iluminar as teias com que se fabrica a história e os buracos negros que depois se procuram implantar na memória.

Standard
Geral

Horror! Horror!

Horror! Horror! clamava o coronel Kurtz ( Marlon Brando) no Apocalipse Now.

Horror! Horror! Dizemos  nós, estupefactos perante o poderoso armamento que ia a bordo do Marvi Marmara, que a heróica marinha israelita tomou de assalto matando dezanove perigosos activistas dos direitos humanos, alguns com tiros à queima-roupa como a autópsia comprovou. O vídeo que Israel apresenta para desmontar “ um ataque de hipocrisia internacional”, como disse o primeiro-ministro israelita Benjamin Netayahu, é a evidência da brutalidade, da irracionalidade, da grande mentira que é é o sionismo. Maior descaramento não é possível, mas é o traço de união entre todos os apoiantes do Estado de Israel que, em todo o mundo, fazem lobby pela sua criminosa política. Um insulto a todo o mundo,  em particular aos judeus e à memória das perseguições que sofreram ao longo dos séculos.

Olhando para este vídeo vê-se bem como o povo eleito por Deus, estava em perigo! A nação israelita, apesar do seu arsenal que inclui bombas atómicas, poderia não sobreviver às facas de cozinha, aos x-actos, a toda aquela parafernália bélica. Heróicos e valorosos soldados hebreus que destemidamente enfrentaram grupo tão fortemente armado! Faz bem Obama em considerar prematuro condenar já Israel e conseguir que o Conselho de Segurança da ONU peça um inquérito pormenorizado. Isso está em linha com as intervenções dos Estados Unidos naquela instância. Ainda nos lembramos do ar sério de Colin Powell apresentando mapas e fotos aéreas muito detalhadas, mostrando onde no Iraque estavam armazenadas e onde eram fabricadas armas de destruição maciça.

O cinismo e a hipocrisia não estão para onde Netayahu aponta! Alguém, sério e honesto, pode ver alguma diferença entre o ataque do exército israelita ao comboio de navios com ajuda humanitária e os execrados piratas somalis? Como diz Robert Fisk, no Independent, os líderes ocidentais são cobardes de mais para salvar vidas. Fazem declarações de profundo pesar e consternação, fecham-se nas suas luxuosas casas de banho para lavarem as mãos e as consciências, longe dos olhares do mundo. O cúmulo da desonra é, passado todos estes dias, a Casa Branca publicar um comunicado em que diz ”estar a trabalhar para perceber as circunstâncias da tragédia”. Não há um pingo de vergonha nesta cáfila de mordomos, encabeçada por Obama, ao serviço de interesses que não são os da humanidade. Que sempre olharam para o lado quando Israel matava árabes. Agora que os sionistas, confiantes nas aprovações implícitas que lhes eram concedidas a cada passo da sua escalada contra os direitos humanos no Médio-Oriente, começam a matar europeus ( os turcos são europeus e são um dos importantes pilares da Nato ) embrulham-se em declarações que fazem corar de inveja os tartufos históricos, apesar de estar em causa um seu importante aliado!

Há que acabar com este estado de coisas! O problema não se confina a Israel é um problema da paz e segurança mundial! Esta é uma das peças desse gigantesco puzzle!

Standard