Há semanas que duram….e duram… e as saudades apertam, tiram-nos a vontade de comer, de dormir…
Naquela sexta-feira, ao final da tarde, foi com alegria, apesar de cansado, que tomei o comboio que me havia de trazer para casa, depois de uma ausência que nunca mais tinha fim. Muitos dos passageiros traziam espelhado na cara a mesma euforia, a mesma pressa de chegar, e nem a falta de lugares disponíveis para todos foi impedimento para a festa que eu já pressentia estar para acontecer…
Ela, para surpresa minha, foi esperar-me à estação do Pinhal Novo.
Avistámo-nos, um ao outro, quando o comboio abrandou ao dar entrada na gare e ela correu, como se de uma atleta de fundo se tratasse, ao longo da plataforma, a mover os lábios, dizendo coisas que eu não ouvia nem entendia e, no entanto, eu ria de felicidade.
Nada na minha vida foi tão doce como aquele momento em que, ao apear-me, caí nos braços dela.