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UM MUNDO BÁRBARO

malevich

Não, eu não sou Charlie! Uma frase publicitária que confina a barbárie que anda à solta por todo o mundo ao horror de um acontecimento bruta !

Não, eu não sou Charlie! Porque a indignação, a condenação que esta agressão selvática provoca não se deve esgotar na emoção provocada por essa fria crueldade! Deve-se estender à violência directa e indirecta, sem escrúpulos que sobrevoa o mundo como um abutre insaciável!

Não, eu não sou Charlie! Apesar da falta que me vai fazer o humor, a ironia cortante de Wolinski, de Cabu, de Charb, a acutilância de um economista iconoclasta, Bernard Maris,de todo o Charlie Hebdo, que lia com alguma regularidade e enorme prazer!!

Não, não sou Charlie! Porque me indigna o cinismo desses defensores da liberdade de imprensa e dos valores ocidentais, que dito dessa maneira não sei o que sejam, que não tiveram uma palavra, não deram uma imagem da morte de 50 e ferimentos graves em 250 ucranianos anti-Kiev que acossados pelos nazis, agora chamados ultranacionalistas, se refugiaram na Casa dos Sindicatos em Odessa, onde foram queimados vivos sem puderem fugir porque eram mortos a tiro. Nem um desses terroristas, que actuaram de cara descoberta e foram filmados, foi preso e julgado.

Não, eu não sou Charlie! Quando se assiste a manifestações nazis, sob os mais diversos nomes, por toda a Europa, quando bandos de potenciais assassinos prontos para novos holocaustos, que marcham sem deixar qualquer dúvida sobre os seus objectivos, `à sombra de uma imprensa livre que a eles se refere de forma displicente ou esquece-se de dar notícia!

Não, eu não sou Charlie! Quando assisto ao treino, municiamento e financiamento de combatentes pela liberdade e a democracia que mais tarde, quando mordem a mão que os alimentou, são chamados terroristas!

Não, eu não sou Charlie! Quando a barbárie inaudita deste atentado é a barbárie que anda à solta pelo mundo, ameaçando-nos a todos, tenhamos religião, sejamos agnósticos ou ateus. barbárie que estoira em  toda a sociedade, em qualquer continente, a qualquer hora, massacrando-a real ou virtualmente!

Sim, eu sou Charlie! Porque sou contra esta violência que nos assombra seja feita de arma na mão, torturas bestiais ou decretos inumanos.

CH

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7 thoughts on “UM MUNDO BÁRBARO

  1. Quem semeia ventos, colhe tempestades…diz-se! O lixado deste mundo bárbaro é uns apanharem as tempestades devidos a ventos semeados por outros … e Fazem isso há Bué , amiúde e em todo o Mundo. E por ironia controlam ” na sombra ” o Tribunal que condena crimes de guerra , contra a Humanidade blablabla…Direitos Humanos etc . Enfim Lobos a comandar este rebanho mundial !

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    • Manuel Augusto Araujo diz:

      Pois sou comunista! Tens algum problema com os comunistas? Não sei que idade tens, mas muito tens que agradecer aos comunistas que durante anos enfrentaram a polícia política do fascismo, sendo torturados, mortos, perseguidos e presos, para tu agora viveres em liberdade e numa democracia, apesar de todos os desmandos que lhe têm feito! Nenhuns outros enfrentaram os fascistas como os comunistas e hoje continuam a lutar pelos direitos políticos, sociais e conómicos de todos os portugueses, sejam ou não comunistas.

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      • Manuel Augusto Araujo diz:

        Só por iliteracia é que consegue ler aqui qualquer teoria da conspiração! Condenar este terror bárbaro que irrompe noutros lugares do mundo mas está no terreno no Iraque e na Síria, combatê-lo de forma eficaz, deve ser a primeira preocupação de todos. Não é isso que está a ser feito. Os raides aéreos da coligação contra o Estado Islâmico, atacam os islamistas radicais, causam-lhes dano, mas, à semelhança do que aconteceu no Afeganistão e outras paragens, também atingem civis. O resultado é criar condições para alguns mais aderirem ao EIL. Treinar mais 5000 árabes , supostamente moderados para combater Assad, é treinar muitos futuros integrantes do EIL, como já aconteceu. A brutalidade deste atentado, de outros atentados, também choca o ovo da serpente nazi-fascista que anda à solta pela Europa e desfila em muitas das suas cidades..Isto é relativizar? Haja um minimo de senso!
        Se tivesse ouvido ontem, na RTP Informação, o mais que insuspeito General Leonel Carvalho, que foi durante muitos anos e em vários governos Secretário Geral do Sistema de Segurança Interna, o que lhe dá um conhecimento privilegiado para fundamentar as suas opiniões e o coloca acima de qualquer conotação política desviante, você diria que ao pé do que você, intencional e mesmo dolosamente, treslê no meu post ele merecia mais que eu, ser alvo dos seus dislates. O General Leonel Carvalho culpava claramente os EUA e os seus aliados ocidentais de, por erros de cálculo político, por erros na condução de políticas no Médio-Oriente, por treinarem e armarem muitos dos futuros integrantes do EIL e da Al-Qaeda, para atingirem por modos invios os seus objectivos geopolíticos, serem bastante responsáveis por esta situação e por o Estado Islâmico ter a dimensão e a força que têm hoje. Considerava que o fundamental neste altura, que o objectivo urgente e imediato, é destruir completamente o Estado Islâmico. Que isso só seria possível com a participação da Rússia e do Irão. Que enquanto os EUA e os seus aliados não percebessem isso, o EIL como actual força motora do islamismo radical e do terrorismo, treinando e preparando homens armados, que actuam com frieza total e capacidade de planeamento, exigidas para levar a cabo acções como a do ataque ao Charlie Hebdo, continuaria a levar ao mundo o terror que impõem no território que ocupam.
        Para si, provavelmente, com a sua cegueira política, o general Leonel de Carvalho também é um peão na teoria da conspiração. Sem citar, culpava a CIA, diria você muito aflito no seu analfabetismo político. A lucidez política é sempre incómoda. Não ver para lá da barbaridade inqualificável do que aconteceu ontem em Paris é que é relativizar tudo e não perceber nada do que é importante e essencial perceber para acabar de vez com a extrema crueldade destes atentados e com o crescimento do nazi-fascismo na Europa.
        Não há paciência para a sua parlapatice. Descanse em paz, o reino dos céus espera-o!

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