Educação, Geral, Política

O caso Relvas e a Universidade

A génese dos factos é clara. O por enquanto ministro Relvas tem uma licenciatura em que, de facto, fez exame a quatro cadeiras semestrais, tendo obtido equivalências para as restantes trinta e duas, assim concluindo um curso universitário em tempo recorde. Um expediente com cobertura legal que choca a generalidade dos portugueses.

Um tiro na Academia

Mas, porventura mais até que o caso em si, a licenciatura do por enquanto ministro Relvas, deve preocupar-nos pelo que representa de descredibilização do nosso sistema de ensino. Em primeiro lugar, da Universidade Lusófona que lhe concedeu um grau académico com uma fundamentação quase risível. E, por contágio, descredibilização do ensino universitário em geral, sobre o qual se acentuarão a partir de agora as suspeitas de práticas semelhantes. Mais cedo ou mais tarde todas as universidades terão que vir a público dar testemunho das suas práticas sobre avaliações curriculares e equivalências.

As maiores vítimas do escândalo Relvas são contudo os estudantes e os professores da Universidade Lusófona. Os primeiros porque têm (tiveram) que se aplicar no estudo para concluírem as suas licenciaturas e se vêm agora olhados como suspeitos de terem sido formados por uma entidade permeável a influências extra-académicas. Facto que parece ter já começado a afectar os seus graduados, conforme referiu o respectivo administrador Manuel Damásio em entrevista televisiva. O mesmo empenho certamente se aplicará à generalidade dos professores da Universidade Lusófona, cujo profissionalismo é manchado por episódios como estes. A uns e a outros não vamos confundir com os dirigentes da instituição que se permitiram situações facilitistas visando agradar aos agentes do poder e, quiçá, aceder a favores daí provenientes. Continuar a ler

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