No sábado, na última página do Expresso chocámos com uma notícia hilariante. O deputado do PS, José Magalhães justifica a apresentação de um projecto-lei que quer “autorizar os partidos e os candidatos a utilizarem as redes sociais, nomeadamente o Facebook, em alturas de campanha eleitoral”. O Magalhães acrescenta uma daquelas tiradas patéticas em que é useiro e vezeiro, num jornal a pose está oculta mas não deve ter desmerecido da tirada, “a internet é uma forma importante de os políticos poderem chegar aos cidadãos”. La Palisse em todo o seu esplendor! Aqui está um segredo de polichinelo que essa ave, que tornou a arribar à AR, proclama sem se rir, mas para nos fazer rir. O projecto lei, certamente da sua lavra, o rapaz sempre foi muito dado ás coisas da informática com um conhecimento reader’s digest, não tem a mínima utilidade. O espaço internético está invadido pelos políticos em todo o mundo e em Portugal. Ou talvez o seu interesse resida naquela referência particular ao Facebook. Estará o Zé Magalhães à espera que o Marc Zuckerberg o recompense? Isto de fazer publicidade ao anunciar oficialmente, talvez mesmo no corpo do decreto-lei, uma marca deve, deveria, ser bem pago. Esperemos que o Marc não seja ingrato. As indas e vindas do José Magalhães à AR mostram-no como um avida dollars que perdeu toda a decência a que o PCP, quando era seu deputado, o obrigava. Bem quis travestir a sua saída do PCP como um acto de dissidência ideológica. Ainda nos lembramos como num programa de rádio, o Pacheco Pereira o gozava desmedidamente, desmontando a teatrada, ele entaramelando justificações.
Tirando a hipótese Zuckerberg, outra hipótese, mais rebuscada mas não menos possível, é de colocar. Porque é que o Expresso dá aquela notícia que não tem pés nem cabeça? A única justificação é a de dar visibilidade ao embaciado José Magalhães, porque a Impresa quer ver se ele lhes larga a porta, por onde tenta reentrar na Quadratura do Círculo. O cheiro dos maravedis fazem-no perder a pouca lucidez que ainda terá. É evidente que a utilidade do Zé Magalhães é menos que zero. Primeiro, porque ao longo dos anos, desde que sentou pela primeira vez na AR, a espessura óssea foi ganhando espaço à massa cinzenta, até ao estado crítico actual, como se vê por esta iniciativa parlamentar. Depois porque o seu valor de uso reduziu-se drasticamente na medida em que o seu ser ex-PCP perdeu o prazo de validade.
O drama do Magalhães é julgar-se importante. Que iria ele fazer num programa que tem um maquiavel vivendo o drama de não ter príncipe, um político que só faz política para fazer, directa e indirectamente, tráfico de influências, e outro político muito activo no traçar de metas para a sua carreira e que usa essa tribuna como motor auxiliar nessa corrida? Nada! Num programa que deve ter um baixo nível de audiência, que só se mantém pelas repercussões de algumas opiniões ali expressas são reproduzidas noutros meios de comunicação social, a utilidade do José Magalhães é nula.
Ouça um bom conselho Zé Magalhães, antes que o ridículo o mate com mais umas propostas de decretos-lei do mesmo jaez, aproveite o tempo para escrever umas parvoidades que a sua amiga Zita Seabra logo as publicará como publica todo o lixo que vai parar à sua editora. Vá para esse caixote do lixo, nem sequer caixote de lixo da história, que é o vosso, e doutros da vossa estirpe, o vosso habitat por excelência.