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Talvez Francisco Louçã, agora dedicado ao comentário político, me possa ajudar a resolver uma dúvida numa área da sua especialidade, as relações internacionais de partidos portugueses.
Passado algum tempo das eleições gregas, ficámos sem saber se o BE continua a apoiar o Syriza e o governo grego.
O BE esteve na campanha eleitoral grega, no Syriza e em Tsipras residia a esperança de uma nova Europa, era a democracia a avançar e a alternativa que o BE defendia a ganhar forma num país aqui tão perto.
Os laços de solidariedade entre o BE e o Syriza nunca deixaram as dúvidas que o posicionamento do BE sobre as Primaveras Árabes ou sobre a Praça Maidan na Ucrânia deixaram, para já não falar das certezas sobre o posicionamento do BE no Parlamento Europeu sobre a Líbia.
No entanto, com o Syriza a substituir a democracia e a política alternativa por mais austeridade sobre o povo e os trabalhadores gregos, com Tsipras a negociar com o criminoso Nethanyau acordos militares entre a Grécia e Israel, com o Governo Syriza a aprovar o vergonhoso acordo entre a União Europeia e a Turquia para a deportação da refugiados, onde e com quem está o BE? Não há uma palavra de Catarina Martins sobre este assunto, não há um comentário de Marisa Matias, uma lição do Professor Louçã, nada?
É caso para perguntar, estará o BE a ver-se grego?
Estranho silêncio de quem é tão ágil a apontar o dedo a outros que não abdicam dos seus princípios em função das conveniências e das mediáticas modas de popularidade.