Guerra, Paz, Política

Setúbal, terra de Paz!

nato

Esta manhã, em Setúbal, o ar está pesado, irrespirável.

Saí para comprar pão e o barulho das sirenes anunciava operações policiais de grande envergadura, detenções de criminosos, combate ao crime organizado e coisas semelhantes.

Mas não, nada disso, esta manhã os criminosos passeiam pela cidade protegidos com escolta policial, o som das sirenes serve apenas para abrir caminho por entre ruas e avenidas, para deixar passar gente com as mãos manchadas de sangue.

Esta manhã, em Setúbal, cheira a morte.

Bem sei que os nossos governantes e o, ainda, Presidente da República lidam mal com a lei fundamental do Estado Português, a Constituição da República Portuguesa, sei que governam contra a Constituição e que a trocaram por uma coisa chamada «compromissos internacionais», mas é lá, nesse texto fundador da nossa democracia, fruto da Revolução de Abril, que se estabelece, no artigo 7º, n.º 2, que: «Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos».

Compreendo que muitos ainda tenham uma dívida de gratidão para com a NATO, não tivesse sido ela uma grande ajudinha, no pós-II Guerra Mundial para salvar o fascismo português (e o espanhol) do isolamento internacional e para combater o perigo vermelho. Mas, em pleno século XXI, para que serve e a quem serve esta máquina de morte e destruição?

Assim, convicto de que quem quer a Paz não faz a guerra, de que Setúbal é uma terra de Paz, de que a Constituição da República Portuguesa é para cumprir, digo que esta gente não é bem-vinda às margens do rio Sado, a sua presença em Setúbal envergonha-nos e a subserviência do Chefe de Estado e dos Governantes portugueses perante estes jogos de guerra humilha-nos.

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