O nosso Portugalito, o Portugal que tem por brasão o Galo de Barcelos, agora em versão mais medíocre realizada pela putativa escultora Joana de Vasconcelos, que ostenta no seu currículo o feito raro de ter descoberto o caminho marítimo para Veneza em ferryboat, o que mais a notabilizou entre latoarias e outros bordados.
Nas florestas comunicacionais desse Portugalito pastam uns numerosos rebanhos de opinadores inexpressivos, alguns ignóbeis, com lugares cativos nos media suportados pelos plutocratas que aí esbanjam umas migalhas dos muitos lucros da sua actividade de empreendedores, acalantada pelo Estado que os favorece em nome da livre iniciativa.
São os barões assinalados do Portugalito. que mais não merece.
Alguns adquiriram um estatuto que lhes garante uma corte de anões que lhes aplaudem as tiradas, quanto mais obnóxias melhor, nada que faça mexer uma célula cinzenta basta que sirva para manipular a opinião pública e provoque pressão política sem que nenhum vício lógico os trave. De facto são bastante mais propícias a largas libações congratulatórias entre essa malta, de preferência com os melhores uisques, a distinção anglo-saxónica a isso obriga, tintos seleccionados, por vezes uma cedência popularucha à sangria, mas essa com Barca Velha e Moet et Chandon, Cedências sim, mas sem enrugar o elitismo de pacotilha, a sua imagem de marca.
Um desses abencerragens é um que se autonomeia Vasco Pulido Valente, recorrendo a linhagem distante bastante mais sonora e adequada à petulância do personagem. Tem tido aparições eruptivas em vários jornais, com textos prevísiveis sobre os alvos a que aponta, sempre do centro para a esquerda, com a altivez de um aristocrata decadente a sofrer de gota. Textos escritos num português que procura imitar os dos grandes polemistas de antanho, onde de descobrem as cerziduras de tão laboriosa costura por mais que, de quando em quando, invente uma graçola pronta a usar pela direita sem ideias e ávida de bordões. A sua última, ainda não perdeu prazo de validade, foi ter chamado geringonça ao acordo entre os partidos de esquerda que colocaram o PS no governo da nação. As suas outras experiências, na política activa e na televisão, foram fugazes e reveladoras da personalidade tartamudeante que estava parcialmente ocultada pelos seus textos desinspirados, amodorrados em banalidades quotidianas e frechadas nos seus inimigos de estimação, que são todo o mundo, mesmo o que lhe estende a mão. Todo o mundo excepto o Correia Guedes, vulgo Vasco Pulido Valente, cuja única mais valia é viajar o ego por entre a sua biblioteca de uísques.
Depois de algum tempo em silêncio ei-lo de volta a um jornal on-line onde fica bem entre os pares de jarras daquela mesa carunchosa. A fórmula não se alterou. Em Portugal só existe o VPV que tudo sabe, tudo leu e quase tudo bebeu. O que existe à sua volta é a mediocridade que não o merece a ele que desbarata prosas para a choldra ignara continuar a viver na frivolidade que não se comove com a sua má-língua.
Permite-se a tudo, permitem-lhe tudo mesmo os dislates mais obtusos, mais demonstrativos dos seus desequílibrios mentais por onde viaja ébrio de si-próprio, o que não desculpa de modo algum que na última crónica se permita escrever o que escreveu sobre um dos grandes intelectuais portugueses do século XX, Mário Dioníso.
Vasco Pulido Valente, tem uma alma latrinária, é um intelectual mediocre com mesquinha inveja de todo o mundo, de quase todos o mundo se exceptuarmos os clones que com ele partilham alcoois e ideias tão redondas que não têm ponta por onde se lhes pegue. O texto que escreveu sobre Mário Dioníso, entre outros textos mas este de um acinte miserável, comprovam á saciedade o grande vigarista intelectual que é, vivendo dos benefícios da vigarice intelectual não estar inscrita no Código Civil.
É a demonstração da senilidade do nosso Portugalito e de como a plutocracia o mantém ligado à máquina.