
A Grande Guerra (1964) / Magritte
Vivemos num mundo às avessas! Mundo manipulado por poderosa máquina que controla a comunicação social, que usa os meios tradicionais e os mais recentes proporcionados pela internet. Ser toupeiras para furar aqui e ali esse espesso manto acontece com afinco quase militante para cumprir o desígnio orwelliano de “num tempo de engano universal, dizer a verdade é um acto revolucionário.”
Não se olha a meios para alcançar os fins que usa e abusa da mentira que acaba, quando acaba, por ser desmascarada depois de ter atingido os seus objectivos. Das verdades e meias verdades para com a verdade me enganares, às omissões cuidadosamente controladas. Um bombardeamento noticioso e opinativo que enche as prateleiras da memória para essas prateleiras também serem de esquecimento. Recentemente essa gigantesca máquina de (des)informação esqueceu-se, na sua esmagadora maioria, de dar realce à sentença do Tribunal Internacional Criminal sediado em Haia, uma invenção dos EUA que cautelarmente colocaram fora da sua alçada os cidadãos norte-americanos e as tropas e mandantes da NATO, que ilibou por unanimidade Milosevic dos crimes de que fora acusado. Milosevic, o carniceiro dos Balcãs como era classificado por essa monstruosa máquina (des)informativa, morreu há dez anos na prisão sem que justiça lhe tenha sido feita. O silêncio quase absoluto seguiu-se ao rufar dos tambores de guerra. Utiliza-se com enorme desenvoltura o sistema de ocultação e desocultação para que as mentiras propaladas se sobreponham às verdades que não podem ser desmentidas. As falsificações, mesmo as mais óbvias, são autenticadas pelo sistema mundial dos media para que a verdade não se distinga da mentira. A extrema gravidade deste mundo às avessas é que se continuam a fabricar novas falsificações jogando com a falta de memória ou com memória distante e enovoada das falsificações anteriores.
Volta Goebbels estás perdoado! A verdade está definitivamente assassinada. É o triunfo do império onde tanto faz Clinton ou Trump chegarem ao poder. Nenhum será o mal ou o menor dos males. Ambos são o pior dos males. O mundo está cada vez mais perigoso.
( editorial do Jornal a Voz do Operário/Setembro 2016)
A Voz do Operário, nunca está só. Força!
GostarGostar