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Billie Holiday

Billie Holiday

Nasceu há cem anos Billie Holiday que para muitos, entre os quais me sento na primeira fila, continua a ser a cantora mais extraordinária da história do jazz. As suas interpretações, nas mais diversas circunstâncias, muitas vezes sob o efeito de drogas ou do álcool ou das duas coisas, nunca perdem o sentido da música e das improvisações, das letras, uma boa parte delas romances de cordel que, pela sua voz, se transformam em grandes romances.

Por vezes voz de protesto contra o racismo como em Strange Fruit, referindo um negro enforcado numa árvore

Uma voz muito peculiar, um balanço que a faz atrasar ou adiantar à música, ampliando o seu efeito emotivo, sempre com uma relação física sofrida, como toda a sua vida foi, tornam-na num caso único entre as cantoras de jazz. Todas as suas canções vivem um clima emocional e profano a que não deve ser indiferente ter vivido a vida, desde o seu nascimento filha de pais adolescentes, pai quinze e mãe treze anos, até ao fim da vida com 44 anos, numa cama de hospital completamente arruinada, sempre nos limites e no excesso.

São célebres as gravações que existem acompanhada por Lester Young

ou com Teddy Wison

A voz nunca perdeu o encanto o fascínio que exerciam, que a faziam cantar como ninguém mais soube cantar, apesar do desgaste que o tumulto dos anos foram provocando.

Uma nota pessoal que não resisto acrescentar. Tenho uma gravação de Am I Blue, feita em Nova Iorque, no dia em que nasci. Descobri por acaso, quando com o meu amigo Nuno Bernardino, com quem ganhei muitas noites ouvindo música, comparávamos várias versões dessa canção. Como nasci de madrugada, não sei se a diferença de fusos horários fazem coincidir a hora. Seria uma coincidência extraordinária.

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2 thoughts on “Billie Holiday

  1. Fernanda Paixao dos Santos diz:

    Uma outra que me toca por varias razoes: “don’t explain”. Sei que nao preciso de te explicar.

    Saudades do Padrinho
    Abracos da Madrinha

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