O deputado socialista Alberto Costa, que foi ministro da justiça de governos PS, disse no parlamento, de acordo com o “Público” de hoje, que os Governos de que fez parte “foram julgados em 1999 e 2009. Os resultados foram o que foram“. Uma vez mais, não fez o obséquio de revelar o pensamento do PS sobre o país e as propostas que tem para resolver os problemas que foram criados pelo PSD/CDS, mas também pelo próprio PS, nos últimos anos.
Porque, disse, não quer “perturbar a avaliação dos eleitores“.
Como se costuma dizer, oferece-me deixar aqui duas questões sobre as declarações do deputado. A primeira é que, concordando genericamente com a ideia de que os governos PS já foram julgados, fico com a dúvida, legítima, se o PS já cumpriu a pena a que foi condenado. Parece-me que não…
A outra é um apelo direto ao senhor deputado para que nos perturbe a avaliação. Estamos ansiosos por ser perturbados com as propostas do PS.
O problema é que deve ser exatamente por isso que não as divulgam: são tão perturbadoras como as políticas do PSD que nos trouxeram até aqui…
Estou, aliás, curioso, de saber o que pensa o PS da renegociação da dívida, em particular depois de ter ouvido a eurodeputada Ana Gomes, na Antena 1, deixar uma declaração de incentivo ao Siryza grego, porque, disse ela, precisamos de “alguém com coragem no Conselho Europeu para dizer que o rei vai nu e que as dívidas públicas ditadas pelo austeritarismo são impagáveis, precisam de ser renegociadas e precisam de políticas de emprego e de crescimento para que possam mesmo ser pagas“. Será que já o disse ao líder do seu partido? Ou está apenas a querer perturbar os eleitores? Ou será que o PS está apenas à espera de ver o que acontece na Grécia para depois, com o sentido de oportunidade que lhe é reconhecido, apanhar a boleia?
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