economia, Geral

Perigosos e incompetentes

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3,9% é a medida da diminuição do PIB no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado. Mais grave é que se trata do nono trimestre de queda homóloga, isto é, desde os primeiros três meses de 2011 que a economia do país está em queda.

Depois de terem submetido o país a toda a espécie de medidas, quase sempre incompreensíveis e raramente explicadas, constata-se que a economia continua a naufragar, e com ela o desemprego e a emigração a aumentarem e as empresas a falirem. E os espectros da fome e da exclusão a crescerem. E a arrecadação de impostos a diminuir…

Centrados na paranoia do deficite, desfocaram-se da economia real, desprezando o mercado interno, maltratado por toda a sorte de medidas atribiliárias, de que a imposição da taxa máxima de IVA na restauração é um negro exemplo.

Afastaram os portugueses do consumo, afugentaram o investimento, retiraram massivamente rendimentos às classes médias, diabolizaram reformados, pensionistas e funcionários públicos – contra quem tem procurado voltar os outros sectores da população.

Assustam os poucos que ainda podem consumir e dar algum alento aos negócios.

Navegam à vista. Sucedem-se as rotas e as tácticas, quase sempre contraditórias entre si. O que hoje dizem, amanhã desdizem, alteram, remendam. Para alem de quererem preservar os interesses dos credores, nunca se sabe o que querem fazer. São eles os maiores criadores de instabilidade e medo.

Imbuídos de uma incompreensível crença, recusam-se a ver a realidade. Recorrem à farsa, à pantominice, com estudadas entradas e saídas de cena. Que geralmente resultam em actos falhados!

Dizem querer reformar o Estado. Bela intenção não fosse ninguém ter ainda percebido que reforma é essa. Disseram-nos há dois meses que o ministro Paulo Portas está a preparar o “guião” – em segredo, claro, que essa reforma também será… em segredo. Organizaram mesmo um conclave no Palácio Foz em que a nota dominante foi… O segredo. Mais uma farsa, era mais honesto dizerem que a reforma é despedir 20, 30 ou 40 mil trabalhadores do Estado!

Pela Europa da UE também parece não saberem bem o que fazer com esta gente. Amparar-lhes os golpes? Encenar uma de solidariedade? Compor o cenário para que pareça que os “ajustamentos” estão a ter resultados positivos.

Mas os nove trimestres de recuo do PIB aí estão a mostrar o monumental falhanço.

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