Hoje, dia em que se realizou uma manifestação frente à embaixada de Israel em Lisboa, de solidariedade com a Palestina contra a agressão na faixa de Gaza, inserimos este sarcástico cartoon, publicado no The Independent, de 19 de Novembro, e que antecedia um excelente artigo de Yasmi Alibhai-Brown, intitulado Don´t forget Britain’s betrayal of Palestine, na sequência de outro excelente artigo de Robert Fisk, provavelmente o jornalista mais bem informado sobre as questões do Médio-Oriente, As Israel and Hamas open the “gates of hell” in Gaza. Por cá a informação é o que sabemos, com a excepção de José Goulão no Diario.Info.
Sem esquecer o Holocausto, mas não esquecendo os milhões de não judeus igualmente mortos nos campos de concentração nazis, devemos condenar veementemente o sionismo que tem inegáveis traços fascizantes que se tentam travestir e esconder debaixo do enorme tapete das perseguições milenares aos judeus, que tiveram a sua expressão industrial nas camaras de gás hitlerianas.
Israel vive confortavelmente com a imagem fraudulenta de um milagre económico adubado por biliões de milhões de dólares e falsamente atribuído aos sacrifícios e talentos de um povo eleito, cercado e perseguido por árabes sanguinários que têm o desplante de quer voltar para os territórios de onde foram brutalmente desalojados para que o povo ungido por Deus aí se instalasse, acalantado pela má-consciência ocidental. Com o beneplácito do Ocidente em geral e dos EUA em particular, organizaram um poderoso exército e são uma das potências nucleares mundiais. Não satisfeitos com o território que lhes foi ofertado com o sofrimento de centenas de milhares de árabe, continuam a expandi-lo com uma criminosa política de colonatos. Controlam com mão de ferro esse bem muito escasso por aquelas paragens, a água. Continuam a viver à sombra do Holocausto que transformaram num rentável negócio.
Contam com apoios espúrios como o de Obama, recém-eleito para o exercício de um segundo mandato e que, para justificar o Prémio Nobel da Paz que lhe foi concedido em 2009, tem poupado a vida a dois perus por ano, no Dia de Acção de Graças. Já beneficiaram do perdão presidencial, oito perus! Um fartote para quem anda a matar selectivamente utilizando aviões não tripulados, apoia Israel em todas as suas agressões utilizando força militar brutal e desproporcionada. Obama que é uma ameaça à paz mundial, como se tem visto no Médio Oriente, por interpostos protagonistas, com Israel na linha da frente. Este assalto a Gaza, prefigura o ensaio a um ataque ao Irão.
A hipocrisia e o cinismo imperam! Nos últimos tempos é bem visível que tanto Israel como a Al-Qaeda, são objectivamente aliados dos EUA na luta pela preservação do império. Um de longa data e desde sempre, outro recente mas igualmente muito activo, como se está a ver na Síria, isto sem olvidar que o regime de Assad é autoritário e brutal, como quase todos dessa região, a começar pelos fieis amigos da Arábia Saudita. Só que a maioria dos massacres atribuídos às forças do regime tem sido perpetrados pelos radicais islâmicos e mercenários de várias origens a que enfaticamente chamam exército de libertação sírio. Tudo isto são passos na direcção de uma 3ª Guerra Mundial que tem alvos bem definidos e que nos ameaça. Fazer do mundo uma Gaza não é coisa que não entre nas conjecturas estratégicas do império. Pela paz devemos estar sempre mobilizados. Hoje contra a agressão sionista a Gaza, amanhã por qualquer outro motivo que a faça perigar . A guerra ronda-nos! Estejamos atentos e actuantes!
Ola Manuel Augusto
Da-me muito prazer ver que amigos em Portugal leem The Independent, jornal que comeco a ler la para as 7 da manha, com a primeira caneca de cha, enquanto os passarinhos cantam no jardim. Poesia a parte, os dois artigos que citas sao muito bons e o cartoon direito ao assunto, incisivo.
Como muito bem sabes, Robert Frisk era um dos jornalistas preferidos do Bartolomeu e meu, tambem. Quando da invasao do Iraque o Bartolomeu enviou-lhe aquelas 4 gravurinhas com helicopetros. R. Frisk respondeu na volta do correio, dizendo que as gravuras o tinham tocado tanto que ja estavam emolduradas no seu apartamento em Beirute. Como se os verdadeiros “passaroes” la fora nao chegassem…
Yasmin Alibhai-Brown e outra jornalista do Independent, altamente respeitada, que tambem nao se coibe de dizer o que pensa, mesmo que levante polemicas. Nasceu no Uganda, tendo-se fixado com a familia no Reino Unido quando do exodo. Ainda no Uganda, tinha especial interesse por Shakespeare e chegou mesmo a ter o papel principal numa das suas pecas, na sociedade dramatica a que pertencia, enquanto estudante.
Ontem, as 10.35 assisti na BBC 1 ao “Question Timed” que nunca perco a menos que… Como sempre, David Dimbleby moderava um grupo bem diverso e interessante:um MP tory, uma MP labour, um exdirigente dos liberal democratas, uma mulher de negocios que la dos seus negocios parece saber mas que dava uma no cravo, outra na ferradura. E agora entra o Independent novamente. O mais jovem a mesa era um jornalista do Independent – Owen James. Cheio de entusiasmo, bem preparado, chegou para quase todos. Tem tido uma carreira brilhante, ganhou premios e podes procura-lo no google. Os principais pontos debatidos foram Israel-Gaza e a derrota no sinodo anglicano. A mocao para ordenar mulheres bispos (ou bispos mulheres) sei la eu… foi derrotada.
Se tiveres curiosidade, este Question Time estara disponivel por alguns meses.
Bom fim de semana, amigo
Fernanda Paixao dos Santos
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Muito bem descrita esta situação de impunidade que tão bem tem sido aproveitada pelos sucessivos Governos de Israel.
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