Geral, Política

Um país (in)satisfeito

A vitória futebolística sobre as ricas Dinamarca e Holanda e a remediada República Checa encheu de alegria os portugueses, que saíram em massa para as ruas na noite da vitória que conduziu a selecção nacional às meias-finais do Europeu.

Perante tantas e tão más notícias, só mesmo o futebol nos poderia trazer alguma alegria face ao que por aí se preanuncia. O ministro V. Gaspar acaba de anunciar que o país não atingirá este ano o previsto défice orçamental de 4,5% do PIB porque os impostos cobrados diminuíram – coisa que qualquer um de nós (tal como o próprio ministro e o seu chefe!) sabia que iria acontecer.

Por estes dias trocamos as angústias de um país que se desmorona com tantos cortes, desemprego e empobrecimento pelo sobe e desce desportivo e emocional da selecção nacional de futebol e do nosso “filho dilecto”, Cristiano Ronaldo. Um dos nossos emigrantes de luxo e a prova viva da capacidade dos portugueses no estrangeiro. Por estes dias o galáctico C. Ronaldo emula por e para nós, povo, aquilo que julgamos ser – um povo tenaz e batalhador, cheio de capacidades, mas maltratado pela sua história recente.

Como noutras ocasiões corremos o risco de passar da euforia à depressão, mudança de estado de espírito em que somos especialistas. Basta uma mera derrota nas meias-finais. Se isso acontecer – e oxalá não aconteça! – regressaremos mais depressa e com maior força à depressão de que agora metemos umas curtas férias.

Depois da anestesia a dura realidade estará à nossa espera!

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