Geral

O que é a Syriza?

De forma resumida o que é a Syriza e o que promete o seu líder se ganhar as eleições no dia 17 de Junho.

Actualmente, fazem parte da Syriza doze organizações. A corrente maioritária é o Synaspismos, uma antiga coligação de comunistas que abandonaram o PCG após o fim da URSS. As outras organizações são a AKOA (Esquerda Comunista Ecológica e Renovadora, membro observador do Partido da Esquerda Europeia); DEA (Esquerda Internacionalista dos Trabalhadores, próxima da tendência trotskista internacional IST, fundada por Tony Cliff); DKKI (Movimento Democrático Social, corrente que saiu do PASOK em 1995); KOE (Organização Comunista da Grécia, de inspiração maoísta, integrou a Syriza em 2007); Kokkino (Vermelho, corrente de inspiração trotskista); Ecosocialistas da Grécia; Cidadãos Activos (corrente fundada pelo herói da Resistência Manolis Glezos); KEDA (Movimento pela Esquerda Unida na Ação, cisão do PC grego em 2000); Rizospastes (Radicais, cisão dos Cidadãos Activos, sublinham o patriotismo no discurso); Omada Roza (Grupo Rosa, esquerda radical); e APO (Grupo Político Anticapitalista, corrente de inspiração trotskista).

A Origem da SYRIZA

Face ao crescimento eleitoral da Syriza, surge inevitavelmente a pergunta:O que representa tal agrupamento político?

A coligação formou-se em 2004 através da aglutinação de diversas pequenas organizações de esquerda, a maioria delas advindas do KKE (Partido Comunista Grego); algumas do PASOK (como a DKKI), outras do maoísmo (como a KOE) e ainda algumas do trotskismo, como a KOKKINO, a APO, e a DEA (esta proveniente da corrente internacional IST, fundada por Tony Cliff). A sua principal organização, que a dirige, é a Synaspismos (“Coligação dos Movimentos de Esquerda e Ecológicos”), liderada por Alexis Tsipras, o porta-voz da Syriza.

Vejamos, rapidamente, a história do Synaspismos. Remonta ao final da década de 1980, quando se deu o fim da URSS. Os seus principais membros são oriundos de uma cisão do KKE denominada “KKE Interior”, caracterizada por partilhar das posições do chamado “eurocomunismo”.

O eurocomunismo foi uma corrente política que ganhou corpo ao final da década de 1970, dirigida pelo Partido Comunista Italiano de Enrico Berlinguer, com grande influência em diversos partidos comunistas da Europa, como no Francês e o Espanhol. Caracterizou-se por uma forte revisão das posições herdadas do marxismo e do bolchevismo.

Tratou-se de uma contraposição ao então chamado “socialismo real”, aquele da URSS, baseada na ideia de que a experiência da Revolução Russa não poderia simplesmente ser transposta para outros países, sobretudo para aqueles de economia avançada do ocidente. Seria preciso, supostamente, construir uma terceira via, europeia, para o socialismo, onde noções como “democracia enquanto valor universal” seriam fundamentais. Supostamente, nesses países, democracia e socialismo se auto-implicariam, possibilitando uma transição longa e pacífica ao socialismo, sem necessidade da tomada violenta do poder – insurreição –, como ocorrido na Rússia de 1917.

 O que promete o líder da Syriza se ganhar no dia 17?

O líder da Syriza, Alexis Tsipras, prometeu ontem que se ganhar as eleições do próximo dia 17 abolirá o pacto de austeridade realizado pelo anterior Governo com a UE e o FMI, porque o pacto é o «piloto automático para a catástrofe.» Salientou que pedirá aos credores uma moratória do pagamento da dívida e aos sócios comunitários uma solução para os problemas do país dentro do marco da EU.

Na lista dos planos que prometeu levar a cabo se triunfar, incluiu a nacionalização da banca e o cancelamento parcial ou total das dívidas das casas aos bancos bem como pôr fim ao processo de privatizações e nacionalizar as empresas de importância vital.

«O primeiro acto do governo de esquerda será a abolição do pacto e das leis a ele vinculadas (redução de salários e pensões,)», insistiu.

Uma das medidas propostas é a rejeição do corte de 22% no salário mínimo, fazendo-o regressar aos 751 euros e alargar o subsídio de desemprego a um período de dois anos em vez de um e uma reforma fiscal menos penalizadora dos baixos rendimentos.

Para estabilizar a economia, a Syriza defende uma despesa pública entre 43% e 46% do PIB, em vez dos 36% previstos no memorando da troika.

Para aumentar as receitas de 41% para 45% do PIB, a média comunitária, Alexis Tsipras propõe taxar a riqueza e os rendimentos milionários. E para implementar estas reformas, a Syriza quer criar um registo de bens detidos por cidadãos gregos no país e no estrangeiro, com a sua apreensão em caso de declarações falsas.

No caso das empresas na falência, disse que o seu governo apostará na  autogestão seguindo os modelos que surgiram na Argentina a seguir à crise de 2001.

Assegurou que o seu gabinete melhorará a eficiência da administração, reduzindo gastos.«Formaremos um governo pequeno e vamos a por fim aos exércitos de assessores, que oferecem pouco e cobram demasiado. Daremos confiança aos funcionários da administração pública independentemente da sua filiação política.»

E com a finalidade de estimular a economia, disse que reduzirá o IVA às empresas de restauração e turísticas e dos produtos básicos alimentares, enquanto que na agricultura, assegurou que porá «fim às subvenções que no estejam ligadas à produção».

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