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OS OLHOS DAS CRIANÇAS

Atrás dos muros altos com garrafas partidas
bem para trás das grades do silêncio imposto
as crianças de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças vendidas alugadas perseguidas
olham os poetas com lágrimas no rosto.

Olham os poetas as crianças das vielas
mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que elas pedem é que gritemos por elas
as crianças sem livros sem ternura sem janelas
as crianças dos versos que são como pedradas.

Sidónio Muralha

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One thought on “

  1. Rui Serra diz:

    Mais do que as palavras escritas, muito belas, que denunciam verdades, estas palavras interrogam-nos, são um grito de alerta, apelam à nossa intervenção… porque são palavras que brotam do coração do poeta e, por isso, fazem toda a diferença.

    E “nós”, o que fazemos? Pouco ou quase nada. Nós, “continuamos comodamente instalados”. Com raras excepções.

    Gostar

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