Política

O verdadeiro artista

Cavaco é um artista. Que me perdoe o senhor Presidente da República, mas ele é que é mesmo o verdadeiro artista português. O homem de Boliqueime, a quem as pensões de reforma que recebe não dão para as despesas, que o mesmo é dizer, não dão para o tabaco, desse-se o caso de ele fumar, informou o país que promulgou o diploma que proibe as reformas antecipadas para defender o “interesse nacional”. Mas, à cautela, dando uma no “cravo e outra na ferradura”, como dizia a minha avó, lá se vai desculpando dizendo que a promulgação não significa que ele, Cavaco, esteja de acordo com o diploma. Nem se pense nisso, diz o inquilino de Belém: Todos os constitucionalistas reconhecem que o acto de promulgação não significa o acordo do Presidente em relação a todas as normas de um diploma”, sublinhou o presidente. Mas, como se trata de “razões de interesse nacional que o Governo apresentou por escrito entendi que não devia obstar à entrada em vigor”, explicou o nosso inocente Cavaco.

Explicou, mas ficou mal explicado. Então se não concorda, como parece ser o caso, pois se assim não fosse tinha-nos poupado aquela lengalenga dos constitucionalistas, porque promulgou o diploma? E com que normas não concorda? Já agora, qual é o interesse nacional que justifica a promulgação de um diploma que afecta a vida de milhares de trabalhadores de forma irremediável e que foi escondido, antidemocraticamente, de todos os parceiros sociais e políticos interessados na sua discussão? Os cidadãos não fazem parte da equação em que se calcula o “interesse nacional”?

Parece que voltamos assim à política do facto consumado, à prática autoritária do poder de quem se julga isento de prestar contas aos cidadãos. Além da profunda injustiça da medida, que põe em causa um contrato estabelecido com o Estado há dezenas de anos pelos trabalhadores afectados, contrato que gerou expectativas legítimas de que se poderiam reformar em determinada altura das suas carreiras contributivas, há, neste diploma com que Cavaco hipocritamente diz não estar inteiramente de acordo, todo um programa de actuação da direita mais retrógada e neoliberal que tomou conta do Governo. Um programa de desrespeito pelos cidadãos, de corte cego de direitos que apenas nos conduz mais depressa ao abismo e que apenas valoriza os interesses dos detentores do capital.

Todos os dias se ouve falar em sustentabilidade dos transportes públicos ou dos sistemas de abastecimento de água para justificar novos aumentos de preços. Mas, no meio de toda esta parafernália argumentativa, quem garante afinal a sustentabilidade da nossa sobrevivência quotidiana, cada vez mais afogada em aumentos da carga fiscal e dos mais variados bens de primeira necessidade e na retirada de direitos sociais e de salários? Será que a sustentabilidade das pessoas é o que menos interessa?

Que mais teremos de fazer para declarar, também nós, a nossa insustentabilidade?

Quantos terão ainda de se suicidar, como fez aquele cidadão grego na principal Praça de Atenas, para que se entenda que caminhamos apressadamente para uma enorme tragédia?

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12 thoughts on “O verdadeiro artista

  1. Luiz Moita diz:

    “apenas, com a mobilização dos 42% dos abstencionistas se iria obter a vitória, ou melhor, que a vitória estaria assegurada.” citação do Texto da Dra. Anita Vilar

    Senhora Doutora: Toda a sua fundamentação é correcta e não estou em desacordo.

    Só não é muito compreensível a dúvida dos 42% quando a CDU se limitou a uns fraquíssimos 7,94% nas últimas eleições que mesmo assim com o BE e se fosse possível coms o 42% fariam tremer de terror os actuais partidos no Governo. Claro que é só uma hipótese com pouquíssimas probabilidades de acontecer. No entanto talvez tenha algum interesse explorar melhor esta possibilidade :

    1) Se os 42% não votaram , não há dúvidas nenhumas que não apoiavam em nenhuma circunstância os actuais partidos. Portanto estão contra. Portanto estão do mesmo lado da “barricada”.
    2) Claro que seria utópico e irrealizável esperar que esses 42% fossem amanhã
    mobilizados para a CDU.
    3) Haveria que estudar quais as possibilidades de uma frente alargada a independentes e outras organizações , por exemplo a Associação para a Transparência e Integridade, o movimento 11 de Março, etc, e arranjar uma designação mobilizadora do estilo Frente Patriótica para Salvar Portugal ou parecida…
    4) Tudo isto seria muito complexo, sem dúvida, mas se temos que lutar será preferível usar todos os meios ao nosso alcance e tentar todas as possibilidades. Perder mais do que já se perdeu não iria certamente acontecer
    5) Mais uma vez, e muito pragmaticamente, temos que concluir que só há duas hipóteses viáveis :ou a revolução armada ou a via eleitoral.
    6) A experiência comprova à evidência bem real e à vista de todos que por mais heróica que seja a resistência de um Partido com menos de 8% no Parlamento os resultados PRÁTICOS são desprezíveis ou nulos. Não serve de fraca consolação dizer que incomodam muita gente. O que se observa na prática é que essa gente não parece muito incomodada.

    Por favor aceite este texto como uma tentativa de colaboração e de simples sugestões que provavelmente, nada o garante, até podem estar completamente erradas…

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    • Anita Vilar diz:

      Penso que é sempre útil e bom trocarmos ideias e a troca de ideias pressupõe ideias diferentes, até mesmo antagónicas, o que não me parece ser o caso. para mim é sempre salutar ouvir o que outros têm para dizer e são fonte de reflexão para mim.
      A citação que fiz foi de um texto seu anterior onde dizia e cito: há que averiguar a maneira de mobilizar 42% do eleitorado absentista. No dia em que se conseguir atingir esse objectivo a vitória está assegurada. E foi em relação a isto que respondi, pois continuo a pensar que a vitória não estaria assegurada e que se teria de trabalhar muito e perseverantemente.
      A vitória, um dia que poderá ser mais ou menos longíquo havemos de lá chegar, pressupõe sempre para mim um amplo movimento de massas. pois são a base de toda a revolução seja qual for a via. Sem essa sustentação, sem essa consciência, sem esse movimento, todas as formas de revolução tenderão a fracassar. Iremos sempre confrontarmo-nos com interesses antagónicos e os que têm consciência política tal como nós os dois, teremos de fazer com que cada vez mais pessoas saibam quais são os interesses delas face aos que se lhe opõem e ganhá-las para as batalhas que a defesa dos seus imporão. Teremos de saber, porque lutamos e como temos de lutar.
      Quanto à importância do PCP, não me parece que um think tank enviasse alguém se isso não fosse importante para eles. Claro que é importante.
      Sem dúvida que é importante juntar esforços seja lá qual for o nome que se dê, mas
      também aí é necessário desenvolver muito trabalho.Porque como escreveu o Manuel Araújo eles põem-nos as mãos nos bolsos e nas cabeças.

      Só um pedido, não me trate tão formalmente pelo título de dra.

      Com apreço

      Anita Vilar

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  2. Caro Paulo Anjos,
    já conhece a D. Maria, a empregada de Cavaco?

    D. Maria traz-nos o relato inédito e não censurado dos bastidores da presidência do Professor Aníbal Cavaco Silva. é um testemunho original, irónico e satírico sobre a realidade portuguesa.

    seja amigo dela no facebook e partilhe o vídeo.

    obrigada
    Margarida Damião
    A Esfera dos Livros

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  3. José Carlos Fidalgo diz:

    38 anos. Há nada menos que 38 anos que somos governados pela mesma carneirada. Aldrabões e vendidos, são a escumalha da sociedade civil nacional. Mas o que é giro (ou seria, se não fosse tão grave) é que depois de cada um dos partidos que tem sido governo neste período (leia-se PS, PSD e CDS) começar a implementar as medidas que disse durante a campanha eleitoral que não o faria, deixa de haver portuguese que tenham votado neles. O que mais se ouve na rua, depois das eleições é “eu não votei neles”. Então em quem votaram os coitados dos tugas. Em mim não foi, de certeza.
    Do cavaco nem seria de esperar coisa diferente ou será que os parvos que nele votaram acharam alguma vez que podiam esperar coisa diferente. Para além de ser mais um aldrabão e vendido como todos os restantes que nos têm governado (incluindo ele próprio, porque não esqueçamos que ele também já foi ministro e 1.º) é um egoísta e pobre de espirito que de quando em vez diz uns disparates tão grosseiros que só um debil mental consegue dizer sem remorsos.
    Dele não espero (nunca esperei) nada mais do que o que tem feito até aqui. Ajudar a direita a governar ainda que uns disparates grosseiros à mistura que às vezes deixam enbasbacado qualquer governo. É parvo e ponto. Tenho dito.
    Quanto à questão da dispersão de votos e da falta de entendimento entre os partidos da oposição (leia-se PCP e BE, já que o PS nem sei bem se é oposição se é alguma outra coisa parecida com coisa nenhuma) é outra história que daria panos para mangas. Em termos gerais temos que concordar que pouco ou nada se tem feito para garantir um entendimento geral à esquerda para criar uma oposição politica e civil credivel e com peso. Exemplos de desentendimento entre os partidos, organizações e movimentos civis e politicos de “esquerda” são muitos. Mais que as mães. Por isso….
    Já quanto aos votos em branco não posso de forma nenhuma concordar com o Luíz Moita. Imaginem só o que faria um governo, qualquer governo que fosse eleito com 10% do votos válidos, num quadro em que a votação fosse muito superior ao que tem sido. Que legitimidade nacional e internacional teria um governo (qualquer governo, repito) que fosse eleito por um país onde a votação teria sido maciça e a percentagem de votos brancos fosse muito superior à dos votos num determinado partido ou coligação. O problema não é o voto em branco. Com o voto em branco eu DIGO de forma clara que não abdico do direito de expressar a minha vontade, mas que não aceito/acredito em nenhum dos partidos, ou nas suas propostas.
    O problema não é o voto em branco é a abstenção. Esse sim é um problema. Quando me abstenho de me pronunciar sobre o que quer que seja, perco o direito, a força e o objectivo de protestar/reclamar contra o que não escolhi, nem deixei de escolher.
    Neste ponto sou obrigado a concordar com o Luiz Moita, deveria ser obrigatório votar. Nem que fosse em branco, mas a obrigação de votar, ainda que contrarie o espirito do direito de cada cidadão escolher o que quer e pode fazer, deveria ser considerada de forma diferente (voluntária ou obrigatoriamente).
    A mansidão tuga tem pecado por isto. E não só. Mas essa é uma história mais longa e implica ter que reflectir sobre os erros do movimento sindical, da esquerda portuguesa e na imensa história de “deixa andar” a que os portugueses à muito se habituaram.

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    • Luiz Moita diz:

      Oh José Carlos Fidalgo !:

      Citação :”Quanto à questão da dispersão de votos e da falta de entendimento entre os partidos da oposição (leia-se PCP e BE, já que o PS nem sei bem se é oposição se é alguma outra coisa parecida com coisa nenhuma) é outra história que daria panos para mangas. Em termos gerais temos que concordar que pouco ou nada se tem feito para garantir um entendimento geral à esquerda para criar uma oposição politica e civil credivel e com peso. ”

      MUITO BEM !
      Isto tem que ser feito e o mais depressa possível e deverá incluir todos os “micro partidos” que só representam votos perdidos. A situação é tão grave que se torna admissível que um entendimento seja desejável e possa andar para a frente. Quanto ao PS que se comporta mais como um Partido Traidor do que como um Partido de esquerda há que considerar no entanto que há “franjas” provávelmente aproveitáveis e que poderiam entrar numa coligação de esquerda.

      Quanto à teoria do José Saramago dos votos em branco em “maioria avassaladora” revela-se muito pouco fundamentada… Vai-se explicar :

      1º) Não é lógico que quem está CONTRA O GOVERNO não vote CONTRA ESSE GOVERNO: votar em branco só lhes faz um grande favor : não os queremos lá, exprimimos essa opinião mas não “chateamos”… eles agradecem e “gozam” connosco …

      2º) É utópico e não há exemplos anteriores em nenhum sítio do Mundo de alguma vez ter havido uma “maioria absoluta de votos brancos”. Como se devem ter apercebido circulou na NET uma campanha de votos em branco, provavelmente inspirada pela direita… A percentagem de brancos e nulos deu nas últimas eleições cerca de 4%. Não serviram de nada e foram votos perdidos.
      Ultimamente tenho interrogado , por conta própria , muitas pessoas que confessam ter votado em branco. Quando apresento o argumento de que é mais importante VOTAR CONTRA do que votar em branco, a grande maioria confessa que nunca tinha pensado assim mas irá passar a votar na CDU. Nada garante mas enfim… fez-se o esclarecimento. Votar na CDU é indiscutivelmente o voto na mais bem organizada força de esquerda. Embora seja manisfestamente fraca…é melhor que nada.

      3º) Mesmo no caso totalmente improvável de haver 90% de votos brancos, NADA GARANTE que os bandidos do governo eleito com os 10% restantes não ficassem lá…
      Vocês sabem com quem estamos a lidar ? Vigaristas, criminosos, aldrabões, e até já apareceu um presumível assassino! Acham que eles se deixariam impressionar ???

      Esta problemática da votação útil para as próximas eleições deveria preocupar muito a sério toda a esquerda portuguesa. Se não se conseguir ir lá com os votos, qualquer outra solução é muito pouco provável.

      Vamos todos lutar por uma Coligação de Esquerda Unida !!!!

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      • José Carlos Fidalgo diz:

        Olá Luiz,
        Ainda que possa concordar (em determinados aspetos) com o seu ponto de vista quanto à questão dos votos em branco e de que a melhor forma de se mostrar ao governo (qualquer um) que estamos fartos, cansados e em desacordo com a …. que fazem, é votar contra esse mesmo governo, não posso deixar de manifestar que, e aqui é que está o problema, também não consigo (tal como muitos milhares de portugueses que acham, e em parte bem, que os politicos e os partidos são todos iguais) sentir a mais pequena parcela de certeza de que seria diferente perante outros partidos e/ou coligações, dados os exemplos que temos tido nos últimos 38 anos.
        Por outro lado, é pela utopia que vamos, como alguém disse um dia.
        A questão é que a manter-se o panorama politico-partidário nacional, ficamos mais ou menos como diz o provérbio popular “entre um e os outros, venha o diabo e escolha”.
        Sou eleitor CDU sem duvidas (pelo menos no que diz respeito às autarquias locais, por exemplo), mas restam-me muitas dúvidas quanto ao resto.
        Acreditar que a CDU é o garante de que tudo ficará melhor caso sejam eleitos, parece-me ……. arriscado, pelo menos. E a desculpa de que é melhor votar em pouco do que em coisa nenhuma é barro que nem sempre cola na minha parede.
        No entanto cá fica registada a sua opinião, que respeito e com a qual mantenho alguns pontos de concordância.

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  4. Luiz Moita diz:

    As minhas desculpas por vir “pôr o gato no meio dos pombos”. É que por vezes torna-se irritante tanto mal dizer e NADA FAZER. Estamos todos a pagar por sermos um povo de carneirada acéfala que encolhe os ombros e vai deixando andar.. De resto li ainda há pouco no Público a referência ao papel da “Esquerda” no Parlamento. Dizia o articulista: “Falam muito alto e sem qualquer resultado”. Já aqui se referiu que a PERCENTAGEM DE VOTOS que assegurou a vitória à actual coligação PSD-CDS em relação ao número total de eleitores inscritos é de 22% !!!! Que QUASE 80% do ELEITORADO NACIONAL OU NÂO VOTOU , OU VOTOU BRANCO OU NULO e uma reduzida percentagem votou na Esquerda ( CDU + BE). Agora estão todos a pagar o absentismo, a estupidez dos votos em branco e nos ridículo micro-partidos sem qualquer expressão. Não dá para entender ! O que é que estavam à espera ? Claro que além do governo apanhámos também com o Sr.Cavaco que na campanha eleitoral (vi e ouvi directamente na TV ) dizia com ar compunjido ” a minha senhora só tem 300 euros de pensão” é incrível!, coitadinha da “senhora” dele. E esta saloíce aldrabada sai da boca de um Presidente da República ?!?!?! .
    Parece que seria importante tornar o voto obrigatório como em alguns países (Grécia, por exemplo é).
    Parece que seria importante começar quanto antes a organizar uma vasta coligação eleitoral com todas a s forças que estejam ” do mesmo lado da barricada” independentemente das querelas inúteis sobre “divergências ideológicas” e dos fenómenos de “tribalismo partidário” que só servem a divisão e servem às mil maravilhas o poder da direita.
    Estamos há 37 anos a resvalar , sem parar, para o abismo e não se vêem sinais de mudança. Infelzmente a Esquerda é cada vez mais ineficaz e assim não se vai a lado nenhum.
    As eleições na Grécia vão trazer talvez algumas idéias úteis. Há um novo partido recém formado ( Partido dos Independentes) que está a ficar à frente nas sondagens. No entanto a Grécia tem o mesmo defeito de Portugal : estão extremamente divididos e isso não augura nada de positivo. Esperemos que o KKE ( Partido Comunista Grego com percentagens variáveis da ordem dos 7.5% aos 12.5% nos últimos anos) promova uma ampla união com estes “Independentes ” e restantes pequenos partidos da esquerda. É interessante observar que o actual governo já está com mêdo destas movimentações e está a tentar adiar as eleições marcadas para o fim de Abril e começos de Maio….

    http://en.wikipedia.org/wiki/Next_Greek_legislative_election

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    • Não sei se o Luis Moita me considera um pombo e a si próprio o gato que agita a mansidão do bando de pontos que come o milho que lhe distribuem. Se assim é, está enganado. Nem ele será o gato nem nós por aqui os pombos. Já uma vez aqui lhe respondi que temos opiniões mais semelhantes do que transparece nos comentários que nos vai fazendo e que, claro, são bem vindos e, mais do que isso, apreciados. Agora, afirmar que nada se faz é um erro, espero que não propositado. O PCP, em particular, muito tem feito, ou melhor, talvez seja o único que alguma coisa tem feito. Contudo, concordo que é preciso encontrar novas alternativas.

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      • Luiz Moita diz:

        Caro Paulo Anjos: Estamos basicamente de acordo e o gato no meio dos pombos é só uma forma de dizer : lançar um pouco de confusão que poderá ser benéfica em troca de idéias. Não significa nenhum “ataque a ninguém” até porque os pombinhos sabem muito bem voar e escapar ao gato…
        Não critico o esforço do Partido Comunista que é sempre louvável mas quanto ao dizer que se tem feito muito, o problema que se põe é sempre o mesmo : desse “muito” quais têem sido os resultados ? O Governo que agora temos ?, o Presidente que agora temos ? A pior situação política e social e económica desde 1974? O degradar constante da situação social ? ONDE ESTÃO OS RESULTADOS ? SÃO ESTES ? e no entanto acabamos de acordo quando diz:
        “É PRECISO ENCONTRAR NOVAS ALTERNATIVAS ” 1.000% de acordo ! Mais uma vez parece e tudo indica que é absolutamente necessário passar a um linha pragmática, reconhecer a realidade como ela é : O Partido Comunista sózinho não vai conseguir resolver nenhum dos gravíssimos problemas que defrontamos no país. Os factos e a realidade o confirmam. Se se pretende negar essa realidade então aí será a desgraça completa. A solução é encarar com realismo e sentido prático a estratégia a definir. Por exemplo: há que averiguar a maneira de mobilizar 42% do eleitorado absentista. No dia em que se conseguir atingir esse objectivo a vitória está assegurada. Fora desta possibilidade só se vê a de outra revolução armada… muito improvável. Crê-se que que esta realidade é incontroversa… como se costuma dizer “contra factos (reais) não há argumentos”.

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      • Anita Vilar diz:

        É sempre dificil falar-se destas questões, mas não vejo em que, apenas, com a mobilização dos 42% dos abstencionistas se iria obter a vitória, ou melhor, que a vitória estaria assegurada. Não basta convencer a votar; torna-se necessário levar a que as pessoas votem “bem”. Como o fazer? Com que meios? A luta neste campo, como no outro mais importante de se gerar um amplo movimento de massas, é desigual, é dificil, tem de ser perseverante e constante. Só um trabalho próximo e regular se obterão resultados quer num sentido quer no outro. Resultados que talvez não sejam tão rápidos quanto o nosso voluntarismo político desejaria. A luta é um longo e duro caminho caminho e vai ter avanços e recuos. E mesmo que essa esquerda unida ganhasse eleições, teria de ter no exterior do parlamento um grande suporte de massas, porque senão não duraria muito tempo no poder.Não podemos centrar tudo no jogo político parlamentar. Se queremos ser de esquerda.
        Quanto ao PArtido Comunista Português tem resistido ou resistiu de forma tenaz a todos os ataques que tem sofrido. E a prova da sua força e capacidade mobilizadora ´foi a vinda de um big one de um dos think tanks dos EUA para estudar o que tem de diferente e quais as suas “armas” já que nos Países europeus onde houve fortes e grandes partidos comunistas, estes se reduziram à expressão mais simples. Pelos vistos incomoda muita gente! Naõ sei quais foram as conclusões que tirou esse “pensador” e confesso que tenho uma grande curiosidade de saber.
        Quanto à esquerda e àas suas divisões, são problemas que se iniciaram em meados da segunda decáda do século XIX com a social-democracia alemã, que passaram pelo eurocomunismo, pelos partidos socialistas, pela via democrática para o socialismo(itália, sobretudo)até ao socialismo democrático actual. A centralidade do problema deixou de estar no trabalho e passou a estar nos parlamentos e no jogo político.
        Para não dizer com Ramonet que os partidos socialistas e sociais-democratas passaram a ser a direita moderna na Europa.
        Esta é a questão problemática: de que lado da barricada se está.
        EE vejamos o que fizeram os ditos partidos socialistas e sociais democratas na Alemanha, no Reino Unido, na França, em Espanha e Portugal.

        Acho que deveríamos começar por nós uma tertúlia para sabermos o que, afinal, queremos.
        Porque a história ainda não terminou e a luta de classes está hoje mais aguda que nunca e o artigo do Manuel Augusto e outros provam-nos bem isso.

        Grata pois temos sempre de agradecer a quem nos faz pensar um pouco mais.

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  5. Anita Vilar diz:

    Bom e oportuno este post.
    A hipocrisia deste homem é tão grande quanto o é a sua pequenez política.
    A preocupação dele com o desemprego faz chorar as pedras(provavelmente as pedras serão até mais humanas nos seus sentimentos, quem sabe?)
    Nunca é demais lembrar os seus baronatos como primeiro-ministro! Além de ter destruído todod o tecido produtivo nacional, também com ele começaram os ataques mais graves aos cuidados de saúde primários.

    Anita Vilar

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