Cavaco Silva afinal discorda do Governo. Ou melhor, parece que discorda do Governo. Vem agora dizer que as medidas do OE 2012, em particular as que impõem o roubo dos subsídios de natal e de férias aos funcionários públicos (a populaça ulula de contente: “afinal, esses gajos não fazem nada, pra que é que precisam desse dinheiro, annhh?”), “violam a equidade fiscal”.
Cavaco apressa-se a introduzir uma nuance no discurso para não ficar muito mal visto pelos PSD’s mais retintos e esclarece que isto “está tudo nos livros” e quem os leu sabe que é assim.
Ainda que para perceber que isto é um roubo nem seja preciso saber ler, Cavaco quis iluminar-nos e, do alto da sua cátedra de ilustre professor de finanças que anda há trinta anos a lixar isto tudo, faz-se de santo padroeiro dos pobres e oprimidos funcionários públicos, aqueles que, no meio do lixanço geral mais lixados têm sido por sucessivos Governos do PS , PSD e CDS.
Bombos da festa, trapezistas com a vida permanentemente na corda bamba, os funcionários públicos continuam a a ser os que recebem a mais alta factura do disparate e da asneira desta gente desqualificada que nos tem governado.
Desqualificada, incapaz, desonesta.
Cavaco, que faz parte do clube, vem agora fazer de polícia bom, deixando para Passos Coelho e Vítor Gaspar as cacetadas. Esperteza nunca lhe faltou, a ele e aos amigos dele que, no BPN, ainda nos lixaram mais.
E vão-nos lixar até quando?
Cavaco, o pastor de toupeiras, não vai além de eco tardio das evidências e sucessor cultural do Almirante Tomaz :”Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante”!
GostarGostar