Política

A Lixeira do Pensamento

No zapping pelas televisões, antes de me ir dedicar a coisas mais úteis e intelectualmente mais estimulantes, tenho choques frontais com personagens que nem na ópera bufa mais reles seriam aceites, e que no nosso espaço televisivo aparecem como credíveis opinadores. Pirilampos travestidos em estrelas, candentes mas estrelas.

A lista é extensa. Incorrendo o risco de não colocar no pódio uma infinidade de palhacecos, vou referir dois com os quais tropecei hoje e que, quando tanto se fala de um estado gordo, muito se distinguem pela gordura física e mental.

Inês Serra Lopes, quem pode ainda dar credibilidade a essa personagem depois de ter sido condenada em todas as instâncias judiciais por ter pago a uma funcionária da RTP para ir prestar depoimento na Polícia Judiciária, baralhando o caso de Carlos Cruz, em que o seu pai é o advogado titular que foi procurar apoio no mais mediático Ricardo Sá Fernandes. Quem faz isto poderá algum dia ter alguma credibilidade? Num país com um mínimo de decência alguém ouviria as suas opiniões que ainda por cima são da mais linear mediocridade?

Ângelo Correia, do nada aparece deputado e vai fazendo caminho rentabilizando o cargo político em lobbies que desaguam em vários conselhos de administração. Nada de estranho nessa gente que se serve da política para trampolim nos negócios pelo poder de influenciar, real ou imaginário, de que ficam possuídos. A não esquecer, para a credibilidade do seu falazar, tipo vendedor todos os azimutes da sorte grande, a célebre revolução dos pregos, quando era ministro do interior num governo Cavaco. Só isso, num país minimamente decente, teria apeado o parceiro para uma qualquer valeta da história. Mais grave, dizem à boca pequena que é o mentor do actual presidente do PSD. Com malta desta a opinar, a torto e a direito e a toda a hora, não mal acompanhados por Lellos, Montenegros& Meireles, quadratura do círculo SA, Portugal é, a toda a hora, a mais medíocre das zarzuelas.

Com tenores, barítonos, sopranos, contraltos deste jaez nada nos safa de, no fim do espectáculo, só se ouvirem pateadas e se atirarem tomates a essa gentalha.

Por enquanto, o povo adormecido pelo lixo televisivo que, de manhã á noite invade os ecrans, perde memória e dissolve a dignidade.

A cultura, no sentido mais lato, é a subversão. Um perigo maior que a generalidade dos comentadores encartados e os convidados avulso, rasoira com verdades adquiridas em filosofias latrinárias.

Por isso o outro quer privatizar a RTP onde há uns luzes candentes, apesar dos Prós e Contras cada cor seu paladar. Lição aprendida com Berlusconi, um paradigma da sobrevivência na lixeira dourada da democracia.

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