Política

FÁBULA PASCAL – 2ª edição revista e aumentada

Os três da vida airada, cocó, ranheta e facada, estão hoje e amanhã de papo para o ar nos seus hotéis de luxo, intervalando nas malfeitorias que irão reiniciar mal o senhor ressuscite para ascender aos céus, abençoando aquela gente que finge produzir qualquer coisa de jeito a trabalhar afincadamente, prescindindo da tolerância de ponto e andando num virote na 6ª feira santa, para gáudio de um jornalismo fedorento e políticos de filibata que logo apontaram o dedo aos mandriões do costume que não querem fazer nada a não ser abocanhar essas benesses.

Este é um tempo de fingimentos e para fingirem mal e porcamente que trabalham à séria, os super merceeiros querem acabar já com o próximo 1ºde Maio, esse dia amaldiçoado, os banqueiros arrotam postas de pescada à mesa do orçamento para não se ouvir o farfalhar dos milhões nos seus bolsos a abarrotar, os três da vida airada fingem transpirar abundantemente a copiar as receitas que já estavam escritas ainda eles não eram nascidos, os coelhos passam pelas gateiras de portas carunchosas para tasquinhar relvas intragáveis, os sócrates debitam sentenças que fazem o borda-d’água corar de inveja, o cavalo de pau passeia nos jardins de belém relinchando em surdina, os velhadas do restelo babam manifestos de boas intenções de que o inferno está cheio, as bruxas lêem o futuro nas sondagens adivinhando que tudo irá de mal a pior se isto continuar assim, um tonto que apareceu no vinte de abril a dizer disparates perdeu o pouco do norte que ainda tinha, os morangos com açúcar continuam a sua saga foleira, o país é cada vez mais uma lixeira de parvoidades e de cassandras que preconizam a inevitabilidade de apertar o cinto depois de andarem anos a dar colo e carinhos aos que termitavam o tecido produtivo enchendo-o de buracos para deixar passar a luz do sol do euro que iluminava o deserto que ia crescendo, atravessado por auto estradas que não levavam a lado nenhum.

Foram avisados e bem avisados da peste que plantavam e contaminava o país. Agora dizem que é tarde e que não há nada a fazer se não estender a mão para receber o que nos quiserem dar e por o cu a jeito para levar uns pontapés. Fazem tudo e mais alguma coisa para não perderem muitos dos privilégios que foram sacando, ano após ano, à nossa conta.

Há que agarrar na vassoura para vassourar sem dó nem piedade as teias de aranha de servidão económica e mental que prenderam trinta sete anos de liberdade.

Vai ser difícil? Vai!

Vamos viver uns anos ainda pior do que já vivemos agora? Vamos!

Não podemos desistir de fazer pela vida uma nova vida, de recuperar o orgulho de ter as mãos limpas pelo trabalho honrado e livre dessas térmitas, de fabricar o sol da canção dos amanhãs que cantam, enquanto eles grunhem chafurdando em ideias velhas e relhas.

Mãos à obra!

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