Nem só de más notícias foi feito o ano 2010. Feito o balanço em maternidades e serviços de registo, concluiu-se que nasceram em Portugal, em 2010, mais de cem mil crianças. Segundo a fonte desta notícia, Rui Vaz Osório, coordenador da Comissão Nacional do Diagnóstico Precoce e Geneticista do Instituto de Genética Médica Jacinto Magalhães, “haverá este ano entre 1900 e 2000 nascimentos a mais do que no ano passado [2009”].
Um número que – se confirmado – nos deve alegrar. É que, em 2009, o número de crianças nascidas havia descido abaixo da centena de milhar, facto que ocorreu pela primeira vez desde que o país dispõe de registos estatísticos. No mesmo ano o saldo natural (a diferença entre nascimentos e óbitos) da população portuguesa foi negativo.
Mas esse número dá-nos também que pensar. Porque obtido em tempos de crise económica e porque inverte a tendência registada na última década. E ainda porque se regista poucos meses após se ter constatado que o país havia diminuído a sua população em cerca de 15.000 habitantes, em resultado da diferença entre óbitos e nascimentos.
A ultrapassagem do marco “100.000” registada no ano passado é apenas uma vitória simbólica. Não é, certamente, a solução para o grave problema demográfico de que Portugal padece. O número apenas corresponde à aproximação a valores mais próximos dos tempos em que a população crescia de forma segura: em 1980 nasceram 158.309 crianças; em 1990, já foram 116.321 e em 2000, 120.008. Constate-se a diferença e junte-se o rápido envelhecimento da população portuguesa.
Políticas activas de promoção da natalidade e de protecção da maternidade são precisas!
Sobre este assunto consulte: 1) Este país não é para velhos e 2) População, de regresso aos anos da pneumónica