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Os disfarces de Cavaco

Cavaco Silva especializou-se, logo nos tempos em que foi primeiro ministro, no papel de lobo disfarçado de cordeiro e, já como Presidente da República, continua a aperfeiçoar a técnica e a colher alguns distraídos.

O homem que diz que apenas foi ao congresso do PSD na Figueira da Foz para fazer a rodagem do Citroen , cedo começou a espalhar o boato de que havia, no país, duas classes de dirigentes partidários: os que são políticos e ele.

Cavaco, santificado como homem providencial pelos que têm sempre muito a perder, nunca foi um político, assim como Salazar nunca deixou que o confundissem com essa classe. Cavaco é um governante, não alinha em politiquices. Isso é para os outros. Diz ele..

O ataque permanente à classe política, e não às políticas que se praticam a cada momento, é o pior serviço que se pode prestar à democracia. Assim nascem ditaduras, assim nascem ditadores. Cavaco, talvez porque sempre tenha aspirado a ser mais do que um governante em democracia, cultiva, com alguma eficácia, o discurso de permanente ataque aos políticos, que são sempre os outros, fazendo crer que ele está acima de tudo isso. E agora ainda nos quer fazer crer que não foi primeiro ministro dez anos, que muitas das responsabilidades do estado a que chegámos não são dele e dos seus ajudantes…

A hipocrisia do discurso praticado por Cavaco Silva há mais de 25 anos, ele que é o mais perfeito produto da política e dos partidos, continua a render. Mas já muitos viram que a pele de cordeiro lhe está a cair.

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