O baluarte de São Domingos é a fortificação das muralhas seiscentistas de Setúbal virada a nascente da cidade. Aproveita, em conjunto com o vizinho baluarte das Fontaínhas, a existência de um morro de considerável cota. Pela toponímia actual, situam-se no interior do quarto de circunferência delimitado pelo quadro principal do cemitério de Nossa Senhora da Piedade, a norte, e a rua Camilo Castelo Branco, a poente.
O recente derrube de diversas construções no troço sul da Rua Camilo Castelo Branco veio por a descoberto, com ampla visibilidade, um importante pano daquela antiga edificação militar.
No perímetro e área de protecção do antigo baluarte encontra-se hoje parte do cemitério de Nossa Senhora da Piedade (edificado na segunda metade sec.XIX), a Igreja de São Sebastião (igreja do antigo Convento de São Domingos, datada de 1566/68), espraiando-se ainda pelo suave declive das encostas viradas a poente e sul os bairros de São Domingos e Fontaínhas. Este baluarte situa-se à distância (em linha recta) de cerca de 340 mts, para nascente, da porta de São Sebastião, que dava entrada à vila de Setúbal através das muralhas medievais construídas entre 1325 e 1360, nos reinados de D.Afonso IV e D.Pedro I.
O troço agora exposto revela apreciável consistência, mostrando uma imagem até agora praticamente desaparecida dos olhares públicos.
O conjunto de fortificações em que este baluarte se integrad foi construído após restauração da independência nacional, em 1640, visando proteger a então vila. Várias delas foram tragadas pelo crescimento urbano. Escondidas umas, mal-tratadas outras, algumas, poucas, protegidas; todas foram ficando enlevadas na malha da cidade mas apresentam ainda belos troços de muralha que podem ser conservados, promovidos e valorizados, como testemunho de uma época de desafios e dificuldades levados de vencida.
Sobre este assunto, ver posts (1, 2, 3, 4 e 5) sobre outros baluartes sesicentistas de Setúbal.