A UGT demarcou-se da manifestação de 29 de Janeiro contra o PEC. O facto mereceu uma referência na intervenção de Carvalho da Silva sobre a necessidade e a importância da unidade sindical nessa luta.
João Proença salta para a arena e perde a tonta! Entende que o que se pretende que o “principal objectivo de certas vozes na CGTP, PCP e BE, é a destruição da UGT”. Uma patetice, que não deixa de ser curiosa por se estar numa sessão comemorativa do congresso fundador da UGT, que cometeu a deselegância de não convidar para esse acontecimento e em lugar de destaque a Fundação Friedrich Ebert que foi fundamental para pensar e criar essa central sindical, como é referido por vários e insuspeitos historiadores como o prof. Costa Pinto.
A UGT existe e continuará a existir como sempre existiu para cumprir os objectivos para foi inventada! O Proença e outros que por lá andam sabem isso melhor que ninguém, não vale a pena essas dramatizações de gajo a dar cambalhotas a fazer-se ao penalti sem que ninguém lhe tenha tocado. Acaba por levar um cartão amarelo, a sua cor preferida.
Diz o impagável Proença que a manifestação “foi uma boa manifestação” mas “não teve eventualmente a adesão que os organizadores esperavam”.
Trezentos mil são poucos? Afirmação extraordinária, conhecendo-se a capacidade de mobilização da UGT e as vezes, não foram poucas, em que, aparentando uma convergência de objectivos entre centrais sindicais e/ou sindicatos das duas centrais sindicais, à última hora salta borda fora para sabotar a luta. Com enorme lata lembra que “em Espanha e Itália o movimento sindical ultrapassou divisões ideológicas e está unida” e em França, “ em que há uma grande divisão sindical, mas o movimento sindical continua a encontrar fontes de unidade”, quando em Portugal se continuam “a encontrar fontes de divisão”. Com a mão na torneira não identifica a fonte de onde corre a água inquinada que corrói essa unidade!
O melhor são as declarações finais em que considera que “o movimento sindical deixa-se instrumentalizar pela intervenção político-partidária. Nós tentamos evitar esse caminho.”
Tenta evitar? Umas vezes é instrumentalizado e outras consegue evitar ser instrumentalizado? É conforme estão os astros? É conforme o lado para onde acorda? Ou é quando o telefone toca? Coitado! Está tão entalado que já nem repara nos dislates que diz!
E o que diz: “ que o PEC é muito duro para os trabalhadores” mas é “ um conjunto de medidas inevitável para o país” e que “não podemos fugir a este documento e a esta meta”. Isso é exactamente o que diz, em geral, o governo e os partidos à direita, e em particular, a sua colega sindicalista Ministra do Trabalho!
Deveria ter mais cuidado quando as declarações são copiadas a papel químico: “a manifestação de dia 29 não dá resposta à crise e agrava a imagem de Portugal no estrangeiro” e que em vez de “manifestações o que é necessário é concertação”. Deviam combinar formulações sintácticas diversas, senão ainda acabam a falar em coro ou deixa de ser necessário falarem os dois, basta um!
Cada vez se percebe melhor, para quem ainda não tinha percebido, que o Proença quando ataca o PEC é para inglês ver, com tiros de pólvora seca. Faz parte do papel que tão bem representa e que merece aplausos e risos amarelos dos próximos o poder e seus apoiantes.
Bem dito! é assim e sempre assim foi, os bancários bem podem agradecer à UGT o serviço bem feito ao longo destes anos, vejam-se os horários vejam-se os ordenados, o proença tem mesmo uma grande lata.
Mas isso já não me admira, mas como é que ainda há gente que não topou estas e outras jogadas é que me faz espécie?
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O principal objectivo da nossa luta seria exprimir as forças que são “fracas”. Fracas porque não estão a conseguir ter um papel na orientação da coisas do mundo. Uma das principais forças das forças dominantes é conseguir influir na produção imagética do mundo, no fundo exprimir-se com “criatividade” no meio plástico dos MEDIA. Em termos mediáticos muitas pessoas a andar na rua a gritar, infelizmente, não tem muita força. É quase ofensivo mas é verdade e temos de lidar com essa questão se queremos combater. Aliás os terroristas sabem bem isso, tentam produzir eventos mais “expressivos”.
Acho que se se está a criticar uma lógica económica que aparece como óbvia mas que nos domina e oprime a todos nós então tem de se produzir e exprimir com força novos discursos alternativos. E sobretudo fazer um grande esforço de os demonstrar na prática. Esse é o caminho. O protesto, a crítica não está a ter força na sociedade tal como ela está estruturada hoje em dia.
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