O resultado mais imediato da Grécia ter recebido os primeiros apoios que a CEE lhe enviou, não foi o principio do salvamento da Grécia. Foi o salvamento dos bancos, especialmente franceses e alemães e, claro, dos gregos ricos. As acções desses bancos subiram até mais 24 % e os Títulos de Tesouro gregos, entretanto emitidos, venderam-se como pãezinhos quentes. Os seus juros, dado o cenário traçado, são mais altos que os papéis congéneres. É o mercado a funcionar, dirão as cassetes dos doutores fonsecas&burnays atascados na ciência de riscas brancas verticais das fardas armanis. É a especulação em movimento, dirá quem não alinha na estrada que conduz ao barranco de cegos.
Entretanto, a crise continua na sequência da cascata de crises que a antecederam. Leiam o link para melhor a perceberem.
O que está a acontecer é um ataque brutal aos direitos humanos e é um crime contra a humanidade. Crime em que os autores estão perfeitamente identificados: é o dinheiro, o capital, a especulação, o capitalismo. As armas do crime também são conhecidas, estão à vista de todos: são os mercados que, depois de a sua guarda avançada, as agências de rating, marcar os alvos, avançam, recorrendo a arsenais completos, dos mísseis nucleares aos cavalos de Tróia. O objectivo é sempre o mesmo: lucrar de qualquer maneira e a qualquer preço. A estratégia de combate ao crime é que é extraordinária: entregar o ouro aos bandidos.
É o caminho para o desastre. Se não se descarrilar esse comboio seremos conduzidos para um campo de concentração virtual, mas muitíssimo real, onde trabalhadores, pensionistas, desempregados, pequenos e médios industriais, comerciantes e agricultores serão esmifrados até ao tutano, acabando por ser atirados para o matadouro do capital.
É o fatal destino, se não agarrarmos o destino com as nossas mãos.